domingo, 1 de junho de 2008
A campanha amadurece e ganha impeto - No Dia Mundial da Criança é publicado o primeiro numero do Boletim ..................
Hoje dia 1de Junho de 2008, Dia Mundial da Criança, sai a público na Internet a versão digital do primeiro numero do Boletim da Plataforma De defesa do Património do Hospital de Dona Estefânia e de um Novo Hospital Pediátrico para Lisboa.
Amanhã Segunda Feira , será distribuído na sua forma impressa.
Lê e Divulga!
EDITORIAL
BOLETIM A ESTEFÂNIA
Colegas, amigos, profissionais de saúde, cidadãos atentos
à condição da criança,
Dentre promotores e apoiantes, somos apenas alguns dos muitos profissionais do Hospital de Dona Estefânia e cidadãos de Lisboa e do País preocupados com a situação criada pelo projecto de extinção do único Hospital Pediátrico do Sul do País e a sua substituição por um departamento de pediatria encaixado na torre do futuro Hospital Geral de Todos os Santos, em Chelas, copiando os modelos dos hospitais generalistas próprios da periferia das metrópoles, neste caso, de Lisboa.
Porque decisões desta dimensão e gravidade para a condição e assistência à criança vão muito para além do horizonte temporal da vigência dos poderes que as tomam e nem sempre são baseadas em critérios claros e opiniões de entidades com reconhecido conhecimento técnico, seria de elementar prudência informar e ouvir as reflexões de cidadãos e a experiência de profissionais directamente implicados nestes problemas.
O processo de extinção do Hospital de Dona Estefânia, o plano funcional do futuro Hospital de Chelas e as orientações que emanam do actual Centro Hospitalar, são um verdadeiro “toque a finados” para assistência especializada à criança no ambiente pediátrico que lhe é próprio e paradigmático das cidades dos países desenvolvidos. O inconformismo perante estes factos levou um pequeno grupo de médicos do Hospital a criar o blogue www.campanha.pelo.hde blogspot.com como primeiro contributo a um exercício de cidadania que tornasse possível a discussão sobre este tema, em contraponto à metodologia das decisões de gabinete que, e ainda se está no principio, se mostraram já tão desastrosas para a unidade institucional do nosso Hospital e expectativas quanto ao futuro. O impacto do blogue alargou o interesse dos profissionais, deu a conhecer a várias entidades a delicada situação criada e, a vários níveis da sociedade, gerou um movimento de adesões que carecia de expressão e concretização. A fórmula encontrada foi o lançamento de uma petição na Internet (ver adiante) onde se solicita ao poder politico uma discussão adequada das decisões anunciadas e a sua eventual revisão, fundamentada nas preocupações próprias, nas que foram chegando através do blogue e dos contactos pessoais com profissionais e cidadãos, uns optando pelo anonimato, outros expondo-se, que consideram em risco os legítimos interesses
da criança. De forma a dar resposta às inúmeras pessoas interessadas neste movimento cívico e proporcionar um veículo de divulgação de factos e opiniões sobre a extinção do Hospital pediátrico e a sua substituição projectada num
“Anexo pediátrico” (tal como consta no Plano funcional do Hospital de Todos os Santos), iniciamos a publicação deste boletim, de circulação alargada mas essencialmente dirigido aos profissionais do Hospital de Dona Estefânia.
Nestas folhas A4 – “A Estefânia” – edição não-regular, cabem todos os que pretendam contribuir para este movimento cívico, debatendo ideias e projectos, comentando decisões e afirmações dos intervenientes no processo mas, em nenhum caso, tecendo referências gratuitas a pessoas ou instituições estranhas ao objecto do movimento e à defesa da condição da criança.
Esperamos que “A Estefânia” seja um contributo para o debate e maior consciencialização sobre as consequências que o projecto do futuro Hospital de Todos os Santos- Chelas terá sobre a assistência às crianças da Grande Lisboa, Sul do Pais e Regiões autónomas. Esperamos que sejam devidamente consideradas as necessidades das crianças portadoras de doença crónica e maior morbilidade, a sua condição na sociedade e os seus direitos à distinção positiva, nos quais se incluem a assistência em estruturas desenhadas, equipadas e funcionalmente adequadas, quer à sua individualidade biopsíquica, quer ao imperativo social e ético de lhes proporcionar as melhores condições técnicas possíveis sob procedimentos e circuitos humanizados, logo, no melhor ambiente dos seus hospitais pediátricos.
Mário Coelho (Pediatra do HDE, Apoiante)
CARTA A ENTREGAR À TUTELA PELOS
PROMOTORES DA PETIÇÃO EM DEFESA
DO HOSPITAL PEDIÁTRICO DE LISBOA
Construímos esta Plataforma Cívica porque:
SOMOS DEFENSORES:
– Do direito de Lisboa (e do Sul do País) a um Hospital Pediátrico
Especializado, conceptualmente e tecnologicamente moderno e
avançado, de acordo com os superiores interesses da criança, como
vem sucedendo na esmagadora maioria das grandes cidades da Europa
e da América, no espírito que levou à criação do Hospital de D.
Estefânia por D. Pedro IV de acordo com os desejos de sua mulher,
a Rainha D. Estefânia.
– Do Direito das crianças a terem um espaço próprio, com ambiente
hospitalar adequado, construído e organizado de forma a propiciar
o respeito integral pelas suas particularidades, físicas e psicológicas.
Isso implica a concentração de meios, a nível transversal e vertical,
de todas as áreas de assistência e apoio necessárias à criança e ao
adolescente, mas sem que transversalidade possa significar partilha
com adultos, como sugere o plano funcional do futuro Centro Hospitalar Oriental de Lisboa.
– De que os planos para a saúde materno-Infantil devem nortear-se
por directrizes que contemplem o presente, mas sobretudo o futuro e, nesse aspecto, também um Hospital Pediátrico é prioritário num País que necessita, justa e realisticamente, de promover a natalidade.
– De que o actual espaço do Hospital de D. Estefânia é património cultural e afectivo da criança, da Cidade e do País há 128 anos (sendo um dos mais antigos da Europa) e à criança deverá manter-se dedicado.
DISCORDAMOS:
– Que o Hospital de D. Estefânia seja transformado em mais um
Serviço de Pediatria Médico-Cirúrgica, agregado ao futuro Hospital
de Todos os Santos, com a condição da criança afastada dos núcleos
de decisão. O abaixo-assinado, já com mais de 76.000 assinaturas,
vem certamente dar razão a esta discordância.
– Que a opinião, documentada, da Comissão Médica do Hospital
D. Estefânia, pareça ter sido ignorada. Acresce, por outro lado, que
a agora projectada integração do Hospital de D.Estefânia no Centro
Hospitalar Oriental de Lisboa, nem sequer era inicialmente contemplada, o que parece dever-se a razões conjunturais e não de princípio.
CONSIDERAMOS:
– Que o Plano funcional apresentado para o futuro Hospital de Todos
os Santos é redutor, não só na essência como nos conteúdos (camas,
gabinetes de Consulta, Especialidades disponíveis, etc.). Pretendendo
apresentar-se como um Hospital “de ponta”, subverte a
continuidade da personalização dos cuidados necessários, da doença
aguda até aos cuidados da recuperação e convalescença, podendo
lesar gravemente a relação afectiva entre Profissional de Saúde/Doente/Família, já natural e inicialmente estabelecida.
– Que se desconhecem eventuais parcerias e prioridades a negociar
para o financiamento e manutenção das novas estruturas e eventuais
condicionamentos que possam ter efeito negativo na Assistência Pediátrica.
Isto sem esquecer os planos (com mais de duas dezenas de
anos) para construir um novo edifício nos terrenos do Hospital.
– Que foi muito positiva a afirmação pública da SrªMinistra da Saúde,
de que o actual espaço/Hospital D. Estefânia (se este vier a ser integrado
no Hospital de Todos os Santos) se manterá ao serviço da Pediatria.
Concluindo: Os superiores interesses da criança e do adolescente,
impõem a existência, em Lisboa, de um Hospital Pediátrico Polivalente,
conceptualmente e tecnologicamente moderno, com verdadeira
autonomia técnico-administrativa.
Promotores da Plataforma (Ordem alfabética): Ana Paula Soudo
(Fisiatra), António Gentil Martins (Cirurgião Pediatra), Carlos Azevedo
(Capelão), Fátima Alves (Cirurgiã Pediatra), José Pedro Vieira (Neuropediatra), Pedro Paulo Machado Alves Mendes (Radiologista), Teresa Rocha (Anestesista)
MAIO 2008
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