“É a maior maternidade maior de Lisboa. Se fechas as camas por insuficiência, significa que tem menor dotação e tem de transferir doentes. Isso já se verifica. As outras maternidades, por atacado, ficaram cheias neste final de semana”, afirmou à agência Lusa Alexandre Valentim Lourenço.
O responsável considera que se está a assistir a uma “falência completa do Centro Hospitalar de Lisboa Central”, onde está integrada a Maternidade Alfredo da Costa. Na sexta-feira, demitiram-se os chefes de medicina interna e cirurgia geral daquele Centro Hospitalar devido às condições da urgência do hospital de São
Alexandre Valentim Lourenço, que é também obstetra, lembra que, fechando salas e camas na Maternidade, é necessário transferir doentes “no meio de um trabalho de parto”, desviando as grávidas para outros hospitais.
“Por si só, esses hospitais já têm dificuldades de funcionamento nesta altura”, explicou.
Na sexta-feira, a bastonária dos Enfermeiros denunciou que a Maternidade Alfredo da Costa teve de encerrar três salas de parto dada a falta de pessoal para suprir a passagem às 35 horas de trabalho de profissionais de saúde.
Em declarações à agência Lusa, Ana Rita Cavaco revelou que a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, além de encerrar três salas de parto, reduziu o número de enfermeiros por turno, “o que não dá segurança às pessoas”.
A representante dos enfermeiros relata que todos os dias tem conhecimento de “encerramento de camas e fecho de alguns serviços”, fruto do que os profissionais têm considerado como a falta de planeamento adequado com a passagem, a 1 de julho, às 35 horas de trabalho semanais por parte de milhares de profissionais de saúde"

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A destruição do SNS Hospitalar na area de Lisboa Central em vias  de ser alcançado

Passados 16 anos , desde o início da hegemonia neoliberal no Ministério da Saúde., estamos a assistir em Lisboa ao desfecho da destruição da rede hospitalar pública de Lisboa Central.
   Lembramos ainda que a desarticulação da rede hospitalar pública de Lisboa Central se iniciou em 2008 no Ministério do Professor Correia de Campos com a integração dos antigos hospital de Lisboa no CHLC., assim se  antecipando a sua substituição pelo futuro Hospital generalista de Todos os Santos a ser construído em regime de PPP em Chelas .

   Recorde-se que         os  gestores ligados aos hospitais privados da região de Lisboa   fizeram parte do processo de apreciação e seleção do projeto.
Na sua concepção inicial seria um hospital com 800 camas, que substituiria 1500 camas  dos antigos Hospitais Civis. O diferencial de camas teve por pressuposto óbvio a substituição da rede pública pelos novos hospitais privados e não contempla muitas da especialidades presentes nos antigos  hospitais Lisboa. Citemos, entre outras desqualificações, a descaracterização do Hospital D. Estefânia, o único hospital pediátrico da zona Sul do país.