quinta-feira, 1 de outubro de 2020

NA ACTUAL PANDEMIA OS HOSPITAIS PEDIATRICOS EUROPEUS REAFIRMARAM-SE COMO INSTITUIÇÕES DIFERENCIADAS IMPRESCINDIVEIS NOS SISTEMAS DE SAUDE . A CRIAÇÃO DA ECHO ( EUROPEAN CHILDREN´'HOSPITALS ORGANIZATION) E UMA INICIATIVA QUE TODOS HOSPITAIS E SERVIÇOS PEDIATRICOS PORTUGUES DEVEM ADERIR E APOIAR


 


https://www.echohospitals.org/


ECHO (European Children's Hospitals Organisation)

 

Who we are. Our mission: ECHO advocates for children's health and their access to the best quality care through the collaborative work of children's hospitals.

 

 

A importância de garantir o  direito das crianças a uma assistência  hospitalar  de qualidade  durante a epidemia  COVID-19

 

Os hospitais pediátricos foram criados  com o objectivo de defenderam e garantirem  os direitos das crianças a cuidados de saúde  diferenciados  e  adaptados as suas necessidade psico fisiológicas .

 

Neste momento critico  A defesa deste  direito  torna-se   crucial pois  trata-se de   garantir que as  crianças sejam protegidas  durante todas as fases da pandemia COVID-19.

 

A European Children’s Hospitals Organisation (ECHO) é uma nova organização que representa os principais hospitais pediátricos de  toda a Europa, muitos dos quais ajudaram a liderar a resposta COVID-19  local e  regionalmente.

 

Os Hospitais pediátricos que são  membros  da ECHO e os  responsáveis pelo  diagnostico e o tratamento  das  doenças pediátricas  agudas e cronicas responsabilizando-se  pelo seguimento de um conjunto de  pacientes que se caracterizam por serem  os mais  complexos e vulneráveis ​​de toda a  sociedade.

 

A nossa missão é fazer  valer nossa voz coletiva de  apoio aos  hospitais pediátricos  solicitando que os   sistemas de saúde pública garantam que os direitos das crianças sejam considerados prioritários  no “novo normal “ do COVID-19.

 

De acordo com a OMS, a pandemia COVID-19 é “uma grande onda com varias replicas ” e os sistemas de saúde devem estar prontos para surtos recorrentes, seja  qual  for  a  estação do ano.

 

Em contraponto  a imprevisibilidade do surto atual de  Covid 19,  os outros vírus respiratórios são sazonais, preenchendo de forma previsível  os leitos disponíveis  de unidades de cuidados intensivos (UTI)  que de adultos quer infantis  dos diversos  hospitais.

 

Com a diminuição da taxa de vacinação devido a pandemia. compreende-se o temor   de que um  aumento de casos  nas doenças evitáveis ​​pela vacinação venham a complicar ainda mais a  capacidade de atendimento  nos hospitais no inverno que se advinha

 

Para além destas preocupações, acresce uma outra  adicional devido a  reabertura de escolas e consequentemente a existência de uma maior numero de Pais voltando ao trabalho agravando o  o perigo de aumento do número de casos COVID-19 , cujas taxas de infeção permanecem desconhecidas.

 

Dada a possibilidade de um aumento futuro de casos de COVID-19 e o aumento previsível de doenças sazonais, a preparação previa dos Hospitais e Serviços  para esta eventualidade é  fundamental de forma a  garantir a segurança de crianças e jovens.

 

Embora poucas crianças tenham exigido internamento hospitalar por causa do COVID-19, o isolamento social, o encerramento de escolas, o atraso  ou desmarcação de consultas,   o aumento do estresse familiar e o enfraquecimento das estruturas de retaguarda  do Estado repercutem-se negativamente sobre a saúde infantil.

 

Com sistemas de saúde orientados quase exclusivamente ao  atendimento de adultos indagamos aos poderes públicos se  como sociedade, não  estaremos   a descurar  a proteção   adequada do direito das crianças à saúde durante a pandemia.

 

Durante a pandemia  o atendimento nos serviços pediátricos quer dos  hospitais generalistas  quer dos terciários diferenciados como por exemplo os de transplante de órgãos de quimioterapia ou reabilitação foram comprometidos.

 

Nove em cada dez pacientes com doenças raras   dizem  que os  seus cuidados foram interrompidos ou prejudicados.

 

 Os hospitais pediátricos   são os principais prestadores de cuidados médicos complexos e altamente especializados em crianças internadas ou em ambulatório, incluindo as doenças raras.

 

Preservar a qualquer custo os hospitais infantis é essencial para garantir que crianças e jovens tenham acesso as consultas que necessitam  em tempo útil, especialmente aqueles que requerem cuidados especializados ou complexos.

 

 A telemedicina é apenas parte da solução, e os profissionais de saúde e a capacidade de atendimento  dos pacientes necessitam de recursos  presencias e adicionais.

 

Durante a pandemia, muitos hospitais infantis aumentaram exponencialmente sua capacidade em  telemedicina. Consideramos, contudo, que esta ampliação deve saber equilibrar os benefícios de maior acessibilidade sem comprometer a qualidade, e o agravamento de condições sociais e de saúde deficientes.

 

 Manter as crianças saudáveis ​​é indissociável de as comunidades em que habitam serem também  saudáveis.

 

Uma característica marcante da pandemia COVID-19 foi a necessidade de aumentar rapidamente o número de leitos de UTI para adultos.

Em varias circusntancias os   hospitais pediátricos  contribuíram de várias maneiras, incluindo a transferência de equipe temporariamente para UTI de adultos, consolidando o atendimento pediátrico e em casos extremos cuidando de adultos em unidades pediátricas.

 

Circunscrever o atendimento pediátrico a áreas físicas e geográficas especificas (Hospitais Pediátricos por exemplo) para alem de aumentar o espaço destinado ao atendimento de adultos, igualmente reduz a necessidade de crianças e famílias frequentarem áreas com alto risco potencial de contaminação, como as salas de espera de hospitais generalistas em que existe mistura entre crianças e adultos

 

Tal abordagem envia uma mensagem à comunidade de que os hospitais pediátricos são seguros e prontos para cuidar dos pacientes.

 

Numa perspetiva de futuro, os hospitais pediátricos devem trabalhar em colaboração com os serviços de saúde primários criando estratégias comuns em benefício da saúde pública.

 

Com o aumento sazonal das doenças respiratórias, as UTIs pediátricas poderão  atingir a  sua capacidade máxima. Garantir o direito da criança a cuidados de saúde de alta qualidade exigirá experiência profissional e recursos suficientes disponíveis, como ventiladores ou equipamentos de monitorização.  Isso pode representar um desafio  uma vez que a disponibilidade de equipamentos dedicados para pediatria é limitada  e estas devido a  sua  menor representação estatística  merecem menor atenção dos organismos competentes 

 

 Os testes de identificação rápida de casos positivos de COVID-19 irá agilizar o tratamento e ajudar na gestão de recursos, como por exemplo na distribuição de  equipamentos de proteção individual.

 

Os sistemas informáticos de gestão em  saúde   para alem  de ajudar a rastrear e gerenciar  informações  como disponibilidade de leitos e  cuidados intensivos permitem racionalizar às necessidades e utilização de recursos limitados.

 

 

A criação de  sistemas de compartilhamento de informação e de dados numa perspectiva  transfronteiriça é  importante para compreender e atuar rapidamente as características clínicas e epidemiológicas dos surtos e implementar políticas comuns de prevenção e tratamento.

 

 Politicas de formação inter hospitalares  levaram  ampliação de oportunidades educacionais com troca de conhecimentos entre as diversas  equipes também irá garantir que os hospitais pediátricos estejam preparados  para um aumento repentino de pacientes em estado crítico.

 

A pandemia causou  em alguns serviços de urgência uma diminuição   no  atendimento  em alguns  serviços de urgência  pediátricos  , com eventuais  sequelas graves e duradouras  em algumas crianças.

 

Esta fuga  aos  Hospitais e serviços de  urgência  teve origem no receio   dos pais  ao  risco de contaminação, ou  ao  internamento  e separação dos seus filhos.

 

Estes acontecimentos  obrigam  a necessidade de melhorar e  desenvolver estratégias de comunicação com as populações esclarecendosobre quando  se deve recorrer a cuidados médicos hospitalares e garantindo  que todas as crianças no caso de internamento  terão o direito ao acompanhamento de um  dos pais ou do responsável de educação. 

 

As estratégias  para minorar o risco de infecção covid 19  em meio   hospitalar inclui a  obrigatoriedade de separação de circuitos e  criação de barreiras físicas entre as  áreas de atendimento geral e as de  triagem  e internamento covid 19.

Deve existir informação publica que descreva de forma  detalhada as ações que os hospitais estão a implementar.

 

 

 

Os Hospitais pediátricos são a referencia e as pricipais   âncoras de atendimento das crianças  em nossas comunidades.

São  eles  a quem  cabe   a  responsabilidade moral de garantir

que os direitos das crianças sejam protegidos e promovidos

no planejamento de resposta à pandemia. Esta orientação  se aplica não só

à resposta COVID-19, mas também ao planejamento para a eventualidade de

futuras pandemias.

 

Concluímos alertando  que os Hospitais Pediátricos, Sistemas de Saúde, e os responsáveis pelas políticas de saúde devem agir de imediato para garantir que os direitos das crianças e dos jovens estejam no centro das suas atenções envidando todos os esforços de planejamento da resposta dos surtos pandémicos atuais e futuros.

 

 

Declaramos não existirem   conflito de interesses

 

 

*Jennifer McIntosh, Montserrat Esquerda Aresté, Joe Brierley, Cristina Giugni, Kathleen S McGreevy, Francisco José Cambra, Dick Tibboel, Ruben Diaz, Alberto Zanobini, on behalf of the European Children’s Hospitals Organisation jmcintosh@sjdhospitalbarcelona.org European Children’s Hospitals Organisation, Barcelona, Spain (JM, RD, AZ); Paediatric Intensive Care Unit (FJC), and International Department (RD, JM), Sant Joan de Déu Barcelona Children’s Hospital, Barcelona, Spain; Borja Bioethics Institute-URL, Barcelona, Spain (FJC, MEA); Paediatric Bioethics Centre, Great Ormond Street Hospital, London, UK (JB); Department of Paediatric Surgery, Erasmus University Medical Center, Rotterdam, Netherlands (DT); and Paediatric Intensive Care Unit (CG), and Office of International Relations and the Promotion of Innovation (KSM), Meyer Children’s Hospital, Florence, Italy (AZ) 1 Santoli JM, Lindley MC, DeSilva MB, et al. Effects of the COVID-19 pandemic on routine pediatric vaccine ordering and administration — United States, 2020. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2020; 69: 591–93. 2 KidsRights. Kids Rights Index 2020: ‘Children’s Rights Globally Under Pressure Due to Corona Crisis’. 2020. https://kidsrights.org/news/childrensrights-globally-under-pressure-due-to-corona-crisis/ (accessed Aug 26, 2020). 3 EURORDIS Rare Disease Europe. EURORDIS Rare Barometer survey on COVID-19. 9 in 10 people living with a rare disease experiencing interruption in care because of COVID-19. 2020. http://download2. eurordis.org/documents/pdf/PressRelease_COVID19surveyresults.pdf (accessed Aug 26, 2020). 4 Marcin JP, Rimsza ME, Moskowitz WB. The use of telemedicine to address access and physician workforce shortages. Pediatrics 2015; 136: 202–09. 5 Barney A, Buckelew S, Mesheriakova V, Raymond-Flesch M. The COVID-19 pandemic and rapid implementation of adolescent and young adult telemedicine: challenges and opportunities for innovation. J Adolesc Health 2020; 67: 164–71. 6 Tallaght University Hospital. CHI advise of temporary relocation of acute paediatric services at CHI at Tallaght. 2020. https://www.tuh.ie/ News/%C2%A0CHI-advise-of-temporary-relocation-of-acute-paediatricservices-at-CHI-at-Tallaght.html (accessed Aug 26, 2020). 7 Assistance Publique–Hôpitaux de Paris’ response to the COVID-19 pandemic. Lancet 2020; 395: 1760–61. 8 Lazzerini M, Barbi E, Apicella A, Marchetti F, Cardinale F, Trobia G. Delayed access or provision of care in Italy resulting from fear of COVID-19. Lancet Child Adolesc Health 2020; 4: e10–11. 9 Thornton J. Covid-19: A&E visits in England fall by 25% in week after lockdown. BMJ 2020; 369: m1401. 10 Wong LE, Hawkins JE, Langness S, Murrell KL, Iris P, Amanda S. Where are all the patients? Addressing covid-19 fear to encourage sick patients to seek emergency care. NEJM Catal 2020; published online May 14. DOI: 10.1056/ CAT.20.0193

 

 

 Nota: tradução adaptada do texto original em anexo de responsabilidade exclusiva  de Pedro Paulo Mendes

 

TEXTO ORIGINAL :

Safeguarding children’s right to health in hospital during COVID-19 Children’s hospitals have long been advocates of a rights-based approach to health care and will be crucial for ensuring that the rights of children are protected during future COVID-19 surges. The European Children’s Hospitals Organisation (ECHO) is a new organisation representing leading paediatric hospitals across Europe, many of which helped to lead the COVID-19 response locally or regionally. ECHO members provide acute and long-term disease management, caring for some of the most complex and vulnerable patients in society. Using our collective voice, we call on children’s hospitals and public health systems to ensure that the rights of children are central in the new normal of COVID-19. According to WHO, the COVID-19 pandemic is “one big wave”, and health systems should be ready for recurrent surges in cases, regardless of the season. However, other respiratory viruses are seasonal, predictably filling adult and paediatric intensive care unit (ICU) beds. With falling vaccination uptake further exacerbated by the pandemic, fear has grown that an increase in vaccine-preventable diseases could complicate the situation in hospitals this winter.1 Additionally, how the reopening of schools and more parents heading back to work will affect COVID-19 infection rates remains unknown. Given the possibility of a future surge in COVID-19 cases and the predictable increase in seasonal illness, preparation is imperative to ensure the safety of children and young people. Although few children required admission to hospital because of COVID-19, social isolation, school closures, missed or delayed medical care, increased family stress, and the loss of state safeguarding structures have all taken their toll on child health. With the nearly exclusive focus on adult care, the argument could be made that as a society we did not adequately protect children’s right to health during the pandemic.2 During the pandemic, general and complex paediatric services such as organ transplantation, chemotherapy, or rehabilitation were discontinued or limited. Nine of ten patients with rare diseases said their care had been interrupted.3 Children’s hospitals are the primary providers of highly specialised complex inpatient and outpatient medical care, including for rare diseases. Maintaining safe access to children’s hospitals will be essential to ensuring that children and young people have consistent and timely access to the care they need, especially for those requiring specialised or complex care. Telemedicine is part of the solution, but healthcare providers and patients need additional resources.4 During the pandemic, many children’s hospitals increased their telemedicine capacity exponentially. Further scaling up should consider the benefits of increased accessibility and safety while being mindful of the limits around quality, confidentiality, and the potential to exacerbate existing health inequities.5 Keeping children healthy means keeping communities healthy. A hallmark of the COVID-19 pandemic was the need to quickly increase the number of adult ICU beds. Children’s hospitals contributed in a variety of ways, including moving staff temporarily to adult ICUs, consolidating paediatric care, and even caring for adults in paediatric units.6 Consolidating paediatric care in one or two locations can increase space for adult care but can also reduce the need for children and families to visit potentially high-risk areas, such as waiting rooms of adult emergency departments. Such an approach sends a message to the community that children’s hospitals are safe and ready to care for patients. Looking forward, children’s hospitals should work with public health agencies to determine how they can best support public health needs. With the seasonal increase in respiratory illness, paediatric ICUs will probably find themselves at capacity. Ensuring a child’s right to high-quality health care will require having both professional expertise and sufficient resources available, such as ventilators or monitoring equipment. This might pose a challenge, since the availability of paediatric-specific equipment is often scarce because of low volume needs. Rapid identification of COVID-19 positive cases will streamline treatment and help to conserve resources such as personal protective equipment. Digital health systems to help track and manage issues such as bed availability and critical care pathways are another way to address resource needs.7 Cross-border data sharing systems are also needed to pool data and rapidly understand the clinical and epidemiological features of outbreaks.

 

 

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