3ª Sessão – Debate Temático sobre a Colina de Santana
4 de Fevereiro de 2014, 18.00
“Impacto urbanístico,
social e habitacional das propostas”
Intervenção 2ª Parte Intervenção do publico:
Ver na integra:
http://www.youtube.com/watch?v=AgYIPZJXS1U
Senhores Deputados , agradecemos a vossa atenção para os considerandos e propostas que se seguem:
- Na Carta de Vulnerabilidade Sísmica dos Solos, que
acompanha o novo PDM de Lisboa, a área do Vale de Chelas é classificada como de
risco sísmico médio-alto.
http://www.slideshare.net/mekie/risco-ssmico-em-lisboa
- Os senhores João Wemans e Pedro Dias Alves, engenheiros
gestores, responsáveis pelas parcerias privadas na escolha do Plano Funcional e
projecto do recentemente anulado concurso para o futuro Hospital de Lisboa Oriental
(HLO), reconheceram publicamente como transcrito no Site da AECOPS de
que: “O Hospital de Todos os Santos vai ser construído numa zona de
malha urbana não consolidada e classificada como de risco sísmico “médio-alto”.
Ler:
http://www.aecops.pt/DesktopModules/IFrameAECOPS/Redimensionar.aspx?
- Que a construção do futuro Hospital de Lisboa
Oriental obriga a uma cuidada avaliação prévia do local de
implantação, dos pressupostos técnicos , projecto de
arquitectura e materiais de construção, de modo à que permaneça em funcionamento em
caso de catástrofe e assim possa cumprir as suas imprescindíveis
funções assistênciais. Para alem disto é obrigatório proteger dos riscos os utentes profissionais
e equipamentos
- As consequências dos sismos e incêndios são maiores em edifícios construídos em altura do que os de geometria horizontal,
e tudo indica ser o modelo vertical em altura que esta implícito no
actual Plano Funcional e que transitará para novo concurso
como deu a entender o Dr. Jorge Penedo no painel do último debate
do dia 28 de Janeiro .
- Que a solução lógica para a equação “ como resolver de forma eficaz problemas complexos e
raros “ é : promover a especialização dos intervenientes e criar redes de referência que favoreçam a concentração da casuística em um único centro, de forma a se criar massa critica e o acumular gradativo de experiência .
Apenas assim é possível aprimorar a técnica e os protocolos.
Apenas assim é possível aprimorar a técnica e os protocolos.
Na
sequência deste raciocínio, o encerramento e descaracterização em curso do
Hospital D. Estefânia e a sua transição para um hospital generalista sem diferenciação pediatrica nas especialidades transversais ( processo já em curso) terá como consequência que Lisboa
fique destituida do seu unico Hospital
Pediátrico e assim perderá a sua competência em tratar as doenças infantis
complexas com alto impacto familiar e social.
- Os hospitais pediatricos para alem de cuidados especializados
complexos e de proximidade, acumulam por inerência as funções de ensino e
formação profissional, e são responsáveis pela criação dos protocolos na orientação diagnóstico e
terapêutica nas diversas patologias. Esta formação e informação é essencial para a
qualidade na prestação dos restantes serviços de pediatria da periferia.
- Nas grandes cidades do mundo civilizado assume-se que a especificidade materno infantil e o o atendimento terciário em edifícios dedicados
é um regra de excelência. Em algumas capitais ( Londres ) em alternativa
ao mega-hospital generalista
que nos querem impor, modernizaram-se os antigos hospitais infantis . Noutros
países construíram-se em substituição dos antigos construiram-se outros novos de
raiz (Paris, Irlanda Austrália, Irlanda, Estados Unidos) e finalmente noutros
optou-se pela sua integração em Centros Hospitalares onde coexistem em estreitas relações de proximidade mas
em edifícios distintos o
Hospital de Adultos e o Hospital Materno Infantil ( Canada, Espanha, Estados
Unidos, Finlândia)
Em Lisboa, caso se adoptasse por esta ultima opção e se abandonasse a selvagem destruição já em curso transitariam para o futuro “Centro Hospitalar de Lisboa Oriental, o H. D. Estefânia e a Maternidade Alfredo da
Costa, sem amputação de competências, qualidade e
humanidade no tratamento que até a pouco os caracterizavam.
Ao contrario se persistirem nesta desqualificação, Lisboa ficará menorizada relativamente ao mundo civilizado e mesmo no próprio Pais, pois ( felizmente) Coimbra e Porto seguem o
caminho lógico.
- O exemplo
da Irlanda, em que em pleno
processo de resgate, o 1º Ministro
anunciou com solenidade a substituição em Dublin, do antigo por
um Novo Hospital Pediátrico. O projecto e plano funcional do novo
hospital estão publicados e são de acesso livre na Internet.
Ver.
http://www.newchildrenshospital.ie/) .
Ver.
http://www.newchildrenshospital.ie/) .
Este procedimento civilizado e transparente é o
oposto do que passou relativamente ao futuro HLO/Chelas/ Ex
HTS . Todo o processo deste concurso foi opaco e ilegal e conduzido nos
bastidores pelos representantes dos grupos financeiros privados apenas preocupados com os ganhos do projecto e em aberto conflito de
interesses , como se conclui com a
recente anulação do último concurso do “HTS”/ HLO/CHELAS.
- Este atropelo na gestão da causa publica será melhor compreendido ao admitirmos que
para alem dos lucros na PPP
alcançados com as rendas para a construção do novo hospital e na gestão hoteleira, os grupos financeiros em disputa tiverem em mente acumular ainda a exploração lucrativa da
sua gestão clínica ( como já acontece em Braga e em Loures) Deduz-se ser este seu objectivo pela filosofia implícita no plano funcional do HTS de
responsabilidade de uma multi nacional
e que se pauta pela rentabilização máxima dos espaços, equipamentos, e dos
profissionais jogando com a sua indiferenciação.
Na sequência destes considerandos , agradecemos aos Senhores Deputados se em acordo com o pressupostos que solicitem ao Ministério da Saúde que:
-Impeça a reedição do
tristemente sucedido no malogrado Hospital de Todos os Santos que
sucumbiu quando do terramoto de 1755 e assim faça respeitar a recomendações da Organização Mundial
de Saúde que desaconselha a construção de hospitais em áreas de risco
sísmico.
- Solicite os pareceres da Protecção Civil e Laboratório de Engenharia
Civil sobre o local e tipo de construção a que deverá obedecer o Novo Hospital
de Chelas e em particular que sejam valorizadas as condicionantes geológicas
da composição do subsolo subjacente e “os efeitos de sitio” que na área
em causa poderiam ser potenciados pela eventualidade de liquefacção
.
Ler : pagina 176 documento de autoria da Sra. Doutora Isabel Maria
Figueiredo Lopes . http://www.civil.ist.utl.pt/~ilopes/ILOPES-MsCThesis.pdf)
- Se na circunstância de condicionalismos inultrapassáveis e falta de opções credíveis venham a obrigar de que novo hospital venha mesmo assim a ser construído no Vale de Chelas, que
se abandone o projecto de um Mega Hospital Generalista e se opte pelo Conceito de “Centro Hospitalar”
constituído por uma construção
modular, com edifícios separados estendendo-se em volumetria
horizontal. Esta configuração permite um acesso facilitado de meios de socorro e tem menos probabilidade de vir a sofrer as consequências de catástrofe. Esta ultima modalidade para alem de evitar que
assistência materno infantil fique perdida, asfixiada e desvirtuada
num mega hospital generalista indiferenciado, permitirá que no futuro, em caso de
necessidade esta possa se beneficiar de uma expansão não conflituosa
-Que se faça respeitar a opção tomada no anterior governo que na sequência dos prejuízos ocorridos quando da Gestão privada do Amadora Sintra excluiu do âmbito da PPP a gestão clínica
do projecto futuro Hospital. Este objectivo subterrâneo constitui a causa
ultima de todas as opções danosas na reorganização em curso da rede hospitalar e
que se transformou num apressada
disputa pela apropriação de camas pelo sector privado.
-Que se interrompa de imediato a descaracterização e
destruição em curso do Hospital D. Estefânia
-Que todas as decisões que vierem a
ser tomadas devem estar fundamentada em estudos publicados e
de acesso livre ao publico em geral.
- Que a Câmara Municipal informe e solicite ao Banco de
Investimento Europeu que condicione e bloqueie o seu empréstimo
a PPP enquanto persistirem
quaisquer duvidas sobre segurança sísmica , qualidade dos materiais utilizados,
respeito pelas regras da contratação publica do futuro Hospital.
LISBOA 04-02-2014
Pedro Paulo Machado Alves Mendes
(Médico Radiologista no Hospital D. Estefânia)
(Médico Radiologista no Hospital D. Estefânia)
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