Crianças serão adultos
em ponto pequeno?
"Existem Economistas que são mais e melhores Economistas que os outros, pois antes dos numeros veem os seres humanos e não transformam os seres humanos em meros numeros nos seus lucros"
Para estes ultimos as crianças, seres ainda não produtivos, não estão no horizonte dos seus projectos......
A especialização é a unica forma de adquirir progressivamente eficácia na abordagem integrada do complexo , do fragil do impressionavel que esta ainda fase em formação e desenvolvimento. Os Hospitais Pediatricos são o seu corolário imprescindivel na assistência hospitalar especializada. Centram toda a sua actividade , energia e afectividade na criança e por esta razão são eficazes no seu tratamento e assim amados pelas populações que lhes confia os seus filhos.
Neste sentido vai a opinião de que abaixo transcrevemos alguns trechos, de autoria do Economista Dr. Pinho Cardão Transcritos do Blog : 4 Republica.
"Economista Dr. Pinho Cardão.
QUINTA-FEIRA, AGOSTO DE 2010
Em defesa do Hospital da Estefânia
"Ouvi hoje, na SIC, o Prof. Gentil Martins a combater a decisão do Governo de integrar o Hospital da Estefânia no novo Hospital de Todos os Santos, a erguer em Lisboa.
O Hospital da Estefânia é um hospital de excelência no domínio da sua especialidade, a pediatria. Nomeadamente o Serviço de Neonatologia e a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais constituem serviços de ponta em Portugal e no mundo.
Dotada de um corpo técnico, médico e de enfermagem muito especializado e competente e devidamente equipada, aliás muito à custa de donativos da Gulbenkian e de entidades particulares, esta Unidade, imbuída do mais alto sentido de serviço e de profissionalismo, opera verdadeiros milagres médicos. Sei-o, por experiência própria. E sabem-no muitos portugueses que, como crianças ou pais, ou avós passaram por este Hospital."
" É que a integração pura e simples dos serviços de pediatria num espaço gigantesco, sujeito a regras de funcionamento genéricas e comuns, fará necessariamente perder a autonomia, a leveza, a identidade, a cultura que fazem da Estefânia um caso de excelência no domínio hospitalar."
Os hospitais pediátricos têm características próprias e devem permanecer autónomos, pela simples razão de que a medicina não é só uma questão de técnica e as crianças não são adultos em escala reduzida, dizia, creio, o Prof. Gentil Martins.
Da minha experiência de gestão noutros domínios, também sei que a integração de unidades especializadas em grandes unidades por razões tecnocráticas só traz desvantagens. Acarreta entropias, desfaz a boa cultura dos serviços, traz desmotivação, dificulta a gestão, encarece o funcionamento. No fim, acaba por liquidar o que era específico e bom, em nome de generalizações de regras, normas e conceitos. O que não é consentível, nomeadamente em medicina.
Tendo sempre na boca a defesa do Serviço Nacional de Saúde, o Governo vem fazendo tudo para o desmantelar. Agora, através da destruição do corpo e da alma e do espírito de serviço de uma das suas melhores Unidades, o Hospital da Estefânia. Aqui, o meu sentido grito de indignação.
posted by Pinho Cardão @ 10:30 4 comments
Comments
At 11:41, Margarida Corrêa de Aguiar said...
Caro Dr. Pinho Cardão
Conheço por experiência própria a qualidade do trabalho do Hospital D. Estefânia.
Também ouvi a entrevista do Prof. Gentil Martins e tenho acompanhado este assunto, em particular desde o ano passado, quando tive um contacto directo com os serviços do Hospital.
É incompreensível que estando a maioria dos médicos pediatras do Hospital D. Estefânia contra a integração num mega hospital e tendo os partidos com assento na Assembleia da República manifestado oposição à decisão que o Governo teime em a levar por diante. Acresce o facto de países bem mais à frente que Portugal em matéria de organização e gestão hospitalar e de qualidade dos cuidados de saúde prestados optarem por hospitais pediátricos autónomos dos outros.
O Prof. Gentil Martins disse uma coisa que toda a gente percebe e sabe, é que o relacionamento com as crianças, os afectos e as emoções têm outra escala, têm uma dimensão muito própria que não pode ser ignorada.
Sinceramente, basta de falsas economias e de mega projectos. Por uma vez reconheçamos e preservemos o que de melhor temos.
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