VER PARA CRER......
....A ADMINISTRAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR
DE LISBOA CENTRAL INFORMOU O PROJECTO DO FUTURO HOSPITAL DE
TODOS OS SANTOS ...SE DESENVOLVE A BOM (?!) RITMO....
Ouviu-se
dizer , que numa tarde de 5ª Feira do passado mês de Novembro, houve lugar
na sala de conferências do Hospital D. Estefânia uma
reunião entre o Conselho de Administração do Centro
Hospitalar de Lisboa Central e os coordenadores de área e os
profissionais, que acaso foram informados.
Nesta
reunião, entre outros assuntos , deu-se conta aos presentes
de que os trabalhos para a construção do futuro
Hospital de Todos os Santos estão em fase adiantada e correm de boa feição e
que o inicio da sua construção seria já para breve.
Noticiou-se ainda que o respeito pela especificidade
pediátrica , neste novo projecto ( presume-se, que,
comparativamente ao anterior) “seria melhor
acautelada”.
È
de conhecimento geral que o concurso anterior , organizado nas suas fases
iniciais pelo Sr. Pedro Dias Alves , engenheiro e gestor,
representando pelas PPP, nomeado por Manuel Pinho ( ex gerente do
BES Angola) , foi depois anulado devido a “irregularidades e
vicissitudes processuais”
Recordamos
que o prejuízo ao erário publico , resultante daquele
concurso anulado, e que se admite ,dispendioso, nunca
foi contabilizado e ou apuradas
responsabilidades.
O Plano
Funcional do projecto ilegalizado , tinha sido posto a discussão de forma
“ semi publica ” .
Na sua
versão inicial a sua chancela era da multi nacional Intersalus.
(desconhecendo-se se houve concurso publico que formalizou a
concessão do projecto aquela multi nacional e o valor da
factura apresentada) .
Para a
consulta publica, do Plano Funcional, foi apresentada
apenas numa versão em papel e esta restringiu-se a um
gabinete do C.A., sujeita a identificação prévia e em
horários coincidentes com os de trabalho no Hospital.
Apesar
destas condicionantes , vários profissionais não desistiram e
constataram falhas grosseiras no que diz respeito ao
ambiente e especificidade pediatricas, existindo
promiscuidade em áreas cruciais no atendimento entre doentes adultos
e crianças.
Naquele
plano o “Ambiente Pediátrico constava como um apêndice de
ultima hora procurando assim disfarçar as criticas da Plataforma Civica .
Todo
este processo encontra-se documentado em artigos anteriores
neste Blog e no Jornal da Plataforma Cívica em Defesa do Hospital
Pediátrico de Lisboa a “Estefânia”.
Estranhamente,
a seguir criticas de que foi alvo e da demissão de António Correia
de Campos; eis que já sem a chancela da
InterSalus, o mesmo plano , surge com um carimbo desprestigiante de
“provisorio” , e agora já com direito a consulta publica no Site do
Ministério da Saúde. Este percurso sinuoso sugere " incomodo ” por parte
do Ministério da Saúde relativamente a forma como foi elaborado e arbitrariamente imposto , o que se veio posteriormente a confirmar com a
anulação do concurso.
Seria
de esperar o aborto natural daquele "projecto" , pois nasceu
defeituoso e órfão da contribuição critica e organizada dos
profissionais de D. Estefânia e a sua discussão foi
um mero pró - forma em cumprimento das
disposições legais .
O
pressuposto essencial que se realça da leitura atenta ,
e o de uma lógica de Hospital Privado , com indiferenciação de espaços , competências e equipamentos , de forma a
garantir o lucro máximo. um projecto conduzido pelos representantes e em
acordo com os interesses das PPP. Tal não seria de estranhar devido ao
Currículo profissional do seu principal organizador. È peculiar e eticamente
inaceitavel que em nosso País, os governos / politicos
/ partidos , nomeiem os representantes privados para a
condução dos projectos de interesse Publico , e que os
organizam a sua medida , quando deveria ser exactamente o inverso.
O
Hospital Pediátrico autónomo foi assim sumariamente banido daquele
projecto pois colidiria com a contabilidade futura dos privados , o que
esperamos..... , não se venha a repetir com o próximo.
O
mais desolador de tudo, é que aquele projecto , tem como
corolário uma agenda infeliz, que vivenciamos no dia a dia , e
que se concretiza numa pré adaptação “a
força “ ao futuro projecto redutor de um Hospital Generalista
que se projecta no futuro HTS e em que se procede
a destruição sistematizada com a diluição dos Serviços do
Hospital Pediátrico de Lisboa no Centro Hospitalar de Lisboa
Central .
Fazendo fé de uma opinião pessoal, mas que sei que é partilhada pela maioria dos profissionais , considero que esta acção é consequência de conceito genérico e abstrato mal assimilado e limitado de “rentabilização” e que serve de justificação, para implementar desde já a utilização nos Serviços transversais dos equipamentos pediatricos por
adultos ( ou vice verça) .
Citamos a titulo exemplo, entre outros, a urodinâmica e imagiologia e ainda a compra de material não adaptado a pediatria ( como ouve-se de muitos colegas) . Agradeço (emos) que nos corrijam se em desacordo.
Citamos a titulo exemplo, entre outros, a urodinâmica e imagiologia e ainda a compra de material não adaptado a pediatria ( como ouve-se de muitos colegas) . Agradeço (emos) que nos corrijam se em desacordo.
Rentabilizar, numa visão estratégica, que não a do pequeno "merceiro" significa ao contrário, diferenciar , criar excelência para não se desperdiçarem recursos.
Indagamos assim se não seria mais lógico procurar esta rentabilização com a criação de redes de referenciação do
doentes pediatricos da zona sul para o Hospital HDE como
Centro Terciário de atendimento pediátrico de / novo Centro
Materno Infantil /Hospital Pediátrico de Lisboa de acordo com uma nova
carta Hospitalar em que deveram constar os Centros e Redes de Refêrencia , nas quais caberá ao Hospital D. Estefânia assumir o seu papel histórico, na area Materno Infantil , de acordo com o legislado na Portaria nº 123-A/2014 de 19 de Junho do Ministério da Saúde.
A
justificação da existência de um Hospital Pediátrico na capital do País é
de senso comum como mais uma vez reitera o Professor Gentil Martins no
seu artigo Publicado no Jornal o Publico do dia 6 de Dezembro de 2014 e transcrito na integra no artigo anterior do BLOG
Em
minha opinião e como foi já informado por escrito noutra ocasião aos responsáveis, esta
“integração / descaracterização ” forçada do HDE, tem
decorrido sem o devido esforço preocupação no
respeito das normas de Acreditação Internacional que o
Conselho de Administração voluntariamente se submeteu e que obriga
a circuitos de circulação separados entre adultos e crianças.
Aceitando
como valida a justificação da necessária rentabilização dos
aparelhos de diagnóstico com alto valor acrescentado, e subtendo-nos numa lógica de "mal menor" , alertamos
para que pelo menos não se des respeite e falte-se a palavra assinada nos compromissos assumidos com
Entidade Acreditadora no cumprimento as regras internacionais .
Haverá
que esclarecer que esta analise não tem por
pressuposto qualquer sentimento individualista e isolacionista .
Considera-se uma mais valia adquirida , a colaboração agora
mais próxima , inter pares entre os Serviços / Profissionais
e Especialistas que se dedicam aos adultos e as sub especializações
pediatricas respectivas. Note-se que as sub
especialidades pediatricas, são reconhecidas internacionalmente (
a titulo de exemplo e entre outras : cardiologia, psiquiatria ,
neurologia , a cirurgia e urolologia , nefrologia, fisiatria e
radiologia; etc. pediatricas..) e que obrigatoriamente, se
deverão manter individualizadas nos Serviços. no contexto de um futuro
Centro Hospitalar com Hospital Pediátrico autónomo, como
acontece na generalidade das capitais europeias.
Haverá
aqui que abrir um parênteses para enaltecer e agradecer a atitude
de profissionais do CHLC, que as criticando e contrariando ,
procuram mitigar os efeitos destas medidas. Os conhecendo ,
sabemos que não agiriam doutra forma, pois jamais
hipotecariam a dignidade e ética da classe médica que
os caracteriza por conveniências pessoais, circunstânciais ou
interesseiras.
Na
mesma ordem de ideias não poderiam-nos deixar de nos regozijar com noticia
veiculada pela Administração do Centro Hospitalar, que
finalmente parece ter prevalecido interesse público e da assistência
pediátrica terciária (que no mundo civilizado, nos grandes centros
populacionais, se concentra nos Hospitais Pediátricos).
Fazendo
fé neste novo espírito , solicitamos que se reformulem e
abandonem de imediato as medidas de descaracterização do HDE até a
data implementadas. Esperemos igualmente que esta "
pressa" não tenha os mesmos objectivos interesseiros das do concurso
anterior ( nota 1)
Infelizmente,
temos todas as razões desconfiarmos das frases desprovidas
da realidade que nos habituaram muitos dos nossos governantes e
responsáveis, e que já os estigmatizou . Para
crer nestas boas novas , aguardamos que o Ministro da
Saúde , no cumprimento dos preceitos legais que deve
fazer cumprir, leve com urgência a discussão
publica o novo Plano Funcional e arquitectonico com as
referidas alterações de forma a recolher a opinião dos
profissionais.
Não
se trata de nenhum procedimento extraordinario, mas corrente no mundo
civilizado , e apenas sugerimos que Sr. Ministro
da Saúde, Paulo Macedo , se inspire no exemplo dos Governos de
outros países cultos , como o ainda recente da Irlanda, em
que para alem de estar a construir um novo Hospital Pediátrico em Dublin
( ao invés de destrui-lo), zelou para que os seus Projectos
Arquitetonico e Plano Funcional para alem de públicos
fossem enriquecidos com o contributo dos seus profissionais . O argumento
do acrescimo de "custos", no contexto do que tem
sido desviado dos nossos impostos "para os bancos
falidos, não é aceitável.
(
Nota 2)
Agir em
contrário, pensamos que é processualmente condenável, e deixará um
campo em aberto para as duvidas que ensombraram o
concurso anterior em que pensamos prevaleceu em que
conflito de interesses em favor dos grupos financeiros privados ligados a
saúde, em detrimento do Interesse Publico e por maioria de razão
o da Pediatria e das crianças portuguesas.
“Os impactos sociais são a melhor justificação
para o SNS, uma vez que uma população saudável “ representa o
principal activo de uma comunidade “
Elogio
da razão em tempos difíceis - autor - Cipriano Justo
Nota 1:
Para a
pressa de iniciar o concurso contribuí os cerca de 400 milhões de
euros emprestados pelo Banco de Investimento ao consorcio que
ganhar o concurso a juros residuais e que aos contribuintes custarão
encargos de 10% na renda a PPP . Mas ainda haverá a contabilizar os
lucros com apropriação do património imobiliário dos
antigos hospitais e sua transformação dos seus espaços em
condomínios de luxo como foi denunciado numa serie de debates sobre a
Colina de Santana na Camâra Municipal de Lisboa por iniciativa da
Arquitecta Helena Roseta.
Em uma
opinião pessoal, indago se não seria melhor, como dizem que sugeriram os
Suecos num estudo antigo sobre a reorganização da rede hospitalar
de Lisboa , a opção de construir o novo Centro Hospitalar de
Lisboa Central , ao invés de no Vale Chelas , no espaço do actual
Hospital de Curry Cabral. Aquele espaço , para alem de bons acessos tem
relações de proximidade como o conjunto dos antigos
Hospitais de Lisboa Central. Aqueles Hospitais, ao invés de vendidos,
deveriam, para alem de outras utilizações, continuar a prestar
Serviços de Saúde complementares ( rectaguarda, serviços continuados, etc)
Esta
opção será a unica que permitiria continuar a dar
vida e não descaracterizar o Centro Historico de Lisboa que
na actual opção será transformado num mero dormitório para ricos.
Um
povo que é culto mantem a identidade dos espaços e cidades
preservando a sua história no presente. Assim procedem os outros povos
europeus que não desbaratam a riqueza material e imaterial em troca
“de uns tostões” que depois se evaporam nas Off shores. Esta opção
estará fora do horizonte do espirito meramente mercantil
que formata as actuais opções e que tudo indica se
encerram num circulo especulativo coerente e bem planeado entre os interesses os
financeiros imobiliarios e os ligados a saúde, como alias, foi veiculado naqueles
debates.
Não nos esqueçamos igualmente que se por um lado que o Vale de Chelas , onde esta planeado construir o novo Hospital é uma area de risco sismico alto /elevado, o que devia ser ponderado, por outro , que o Turismo é das poucas riquezas que ainda nos resta e que descaracterizar Lisboa Histórica como se propõe é um crime cultural /urbanistico com que não deviamos pactuar.
Em conclusão penso que todos nos deviamos indagar , se a nossa passividade , não será considerada imoral pelas futuras gerações , ao termos permitimo a defraudação de um Património , que é também era de sua pertença.( Ver no Blog debates sobre " Colina de Santana")
Não nos esqueçamos igualmente que se por um lado que o Vale de Chelas , onde esta planeado construir o novo Hospital é uma area de risco sismico alto /elevado, o que devia ser ponderado, por outro , que o Turismo é das poucas riquezas que ainda nos resta e que descaracterizar Lisboa Histórica como se propõe é um crime cultural /urbanistico com que não deviamos pactuar.
Em conclusão penso que todos nos deviamos indagar , se a nossa passividade , não será considerada imoral pelas futuras gerações , ao termos permitimo a defraudação de um Património , que é também era de sua pertença.( Ver no Blog debates sobre " Colina de Santana")
Nota 2:
O
orçamento para construção do novo Hospital Pediátrico de
Dublin é de cerca 40 milhões de Euros. O alegado prejuízo ao Estado quando
da Gestão do Hospital Amadora Sintra pelo Grupo Mello (de que
fazia parte o Engenheiro Pedro Dias Alves , foi dizem
alguns de 45 milhões de Euros. Na leitura destes números,
haverá quem possa afirmar
que não há dinheiro para se construir de um novo Hospital
Pediátrico em Lisboa?
Infelizmente
….parece-nos que existem seres humanos capazes de tudo.....
As nossas crianças merecem que acreditemos no seu direito a terem um novo Hospital Pediatrico em Lisboa !
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: Pedro Paulo M. A. Mendes / Médico -Cedula Profissional 21489 - SRS - O.M: Iconografia Jornalista Manu