SINAIS PREMONITÓRIOS
Preâmbulo
Pressentir sinais que precedem as catástrofes é um dom reservado a alguns seres vivos possuidores de um sexto sentido.
Dizem que as
grandes tempestades na sua aproximação ionizam
as moléculas da atmosfera , a distância do seu
epicentro. Quando ainda nada as permite adivinhar
, algumas espécies ( de que fazem parte alguns
humanos), sensíveis àquela alteração físico - química
, pressentem-na e resguardam-se a tempo,
antes de as folhas amputadas virem a encorpar os redemoinhos
na sua derradeira dança .
É referido , pelos
sobreviventes, o estado de ansiedade dos animais que antecipa as
catástrofes tectónicas , quando
ainda reina a bonança e os outros prosseguem distraídos na sua faina; um
impulso de força sobrenatural permite que
alguns se libertem de correntes solidamente fixadas,
que os condenariam como aos demais à morte.
As sociedades
humanas são afectadas frequentemente por catástrofes político-
económicas incomparavelmente mais devastadoras do
que as naturais. Indagamos o destino dos homens que
pressentiram e se opuseram à organização política
subterrânea que conduziu ao nazismo e se
saldou num redemoinho sinistro que durante 6 anos ceifou entre 50 e
70 milhões de vidas inocentes…..
Infelizmente, os
sinais premonitórios que indiciam as mudanças de regime, na maior parte das
vezes não são identificados pelas sociedades
adormecidas no embalo dos média alienados e
manipulados e que actuam como cavalos de Tróia de
interesses políticos e financeiros. Esta manipulação traduz-se não só
pelo que se publica ou transmite, mas igualmente pelo que não se
publica e omite ou a que não se dá relevo.
Quando acordamos
é tarde e já nos encontramos subjugados pela
teia tecida por aqueles em que confiamos , mas que deliberadamente
nos enganaram ou simplesmente se mostraram débeis e se deixaram
seduzir pelos poderes fácticos .
-É o que tem sucedido
com a privatização do SNS, que em artigo anterior neste Blog já analisámos.
http://campanhapelohde.blogspot.pt/2013/11/a-reforma-da-rede-hospitalar-de-lisboa.html
- Esta é também a causa primeira da destruição em curso do
único hospital pediátrico de Lisboa.
“ Melhor
negócio do que a saúde só
o das
armas” ( declaração de Isabel Vaz,
gestora do Grupo BES Saúde e da qual se diz, e acreditamos, ter sido a
primeira escolha de Passos Coelho para Ministra da Saúde. https://www.youtube.com/watch?v=tZYdk2emu48
Esta
frase casual foi proferida ( assim o julgamos) sem a preocupação ou
consciência da substância cruel dos seus termos. Seria confortante que
assim fosse, pois a hipótese contrária, do ponto de vista teórico e ético, seria
incompatível com a sua função de prestação de serviços
com cariz humanitário como são os da saúde. Dissemos
"teórico", pois de acordo com artigos recentes do Jornal
de Negócios as “qualidades” exigidas actualmente aos gestores
aproximam-se de forma assustadora das do carácter dos psicopatas
perigosos.
. "Dentro da cabeça dos poderosos", Susana Moreira Marques, Jornal de Negócios de 19/09/2014; “A revolução altruista esta a caminho” Mathieu Ricard citando o livro de Robert Hare “Snakes in Suits . When Psychopaths Go do Work” Jornal de Negócios de 17/010/2014
. "Dentro da cabeça dos poderosos", Susana Moreira Marques, Jornal de Negócios de 19/09/2014; “A revolução altruista esta a caminho” Mathieu Ricard citando o livro de Robert Hare “Snakes in Suits . When Psychopaths Go do Work” Jornal de Negócios de 17/010/2014
Independentemente das suas intenções, consideramos
que a formulação empregue pela Dra. Isabel Vaz, por um lado, não é explícita sobre
a razão do “seu
interesse” quanto à saúde dos seus "clientes" e, por outro, quanto às
razões que obrigam o
paciente a procurar os serviços de saúde do grupo financeiro que representa.
O que a (os) motiva não é a saúde do próximo mas sim e simplesmente o lucro. Não
fosse assim e não se dedicaria a esta área.
Este
comércio não é de tipo convencional e não resulta da compra da
“mercadoria saúde”, num acto de livre escolha / arbítrio
pelo cliente / ser humano livre; mas, ao contrário , da
impossibilidade de escolha e arbítrio de um individuo que se encontra
involuntáriamente ferido,
diminuído, em
sofrimento, quer por
deficiência física ou psíquica: o que o coloca, sem opção, em estado de
dependência absoluta perante o prestador e
eventualmente sem
alternativa de escolha. Desta
forma, não se trata de um comércio
entre iguais, antes se aproximando do conceito de “chantagem” por parte do prestador. Mais próxima ainda de um acto de
chantagem quanto envolve
factores emocionais como acontece na população pediátrica. ( ver artigo no Blog dos Médicos
Canadenses . “ A Saúde das nossas mães e crianças é demasiado importante para
ficar na dependência dos privados)
Nesta perspectiva o ser humano deu lugar ao “cliente”; caso não disponha ele de meios de pagamento , “a sua saúde” deixa de interessar e restar-lhe-á a saída pela porta traseira, por onde se escoam os dejectos do vistoso hospital privado e/ ou a sua eventual transferência para o serviço público, intencionalmente descapitalizado e desprestigiado por ministros estrategicamente escolhidos pelos grupos financeiros que financiaram as campanhas eleitorais.
O artigo abaixo é exemplar no que diz respeito as ligações do BES aos politícos do arco do poder. Outras ligações serão mais subterrâneas e envolvem interesses internacionais.
http://www.sabado.pt/Special-Pages/Print.aspx?
printpath=/Multimedia/FOTOS/Dinheiro/Salgado-ligado-a-tudo&classname=Article.Media
printpath=/Multimedia/FOTOS/Dinheiro/Salgado-ligado-a-tudo&classname=Article.Media
Em síntese, consideramos que deve ser assumido um limite ético quanto ao que pode ser objecto de comércio não regulamentado . Julgamos que este limite coincide com prestações / serviços que, caso não venham a ser satisfeitos, possam vir a pôr em causa a nossa capacidade de sobrevivência como indivíduos autónomos; sendo que o seu monopólio privado, colocando a decisão de os tratar sujeita à disponibilidade financeira dos cidadãos poderá configurar uma forma objectiva de chantagem.
Desculpe, Madame...mas seu cartão de crédito não autorizou a despesa....... |
Sobre o outro tópico da comparação da Dra.
Isabel Vaz; o paralelo que estabelece entre a mercantilização da
doença e a da ultra- lucrativa indústria de armamento, consideramos
que é consentâneo com o acima exposto, pois ambas se
alimentam do sofrimento humano e apenas diferem em grau, que na
segunda se eleva ao absurdo apocalíptico.
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Dubai Dubai: Casal com filha prematura e sem dinheiro parahospital
Notícias ao Minuto - 31 Out 2014
A história do casal Genny e Gonçalo Queiroz gerou uma onda solidariedade, tendo sido criada uma página no Facebook na qual é feito um ...
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"(...)
que romantismo pensar que a economia não pode transformar os homens em bestas”. Salman Rushdie, 1989
A serenidade (que chega a ser cativante) de Isabel Vaz nesta
entrevista tem uma dupla interpretação. A menos óbvia é a de
ser mais um “sinal de alerta” de que uma ideologia fria e desumana,
que subiu à ribalta na sociedade portuguesa e que já se
consolidou como cultura oficializada e
assumida com naturalidade pelas “elites”
financeiras e os seus quadros intelectuais e técnicos nomeados para
organismos estratégicos.
Não se trata de um ataque pessoal à Dra.
Isabel Vaz, que apenas representa uma das faces da ambígua natureza
humana de que fazemos parte e que compartilha o capital
genético de predadores porventura inteligentes mas profundamente
egocêntricos. De forma titubeante a humanidade tem tentado
ultrapassar com sucessos e insucessos, através dos preceitos
humanisticos de algumas religiões, da filosofia, da economia política,
que mais recentemente inspiraram as revoluções democráticas;
pior ou melhor, ou mesmo mal sucedidas, mas
cujo pressuposto genérico
assume que todos
nascemos com direitos iguais. Trata-se de um processo longo,
com inegáveis progressos mas também com retrocessos temporários .
A titulo de exemplo no século XVIII ainda existiam
escravos em Lisboa, hoje impensável (Os Escravos
na Lisboa Joanina - Delminda Rijo CML)
A ideologia que a Dra Isabel Vaz consciente ou inconscientemente
professa (em comunhão com parte da nossa classe
politica) e a que agora se chama “neoliberal”,
teve a sua origem , segundo Paul Krugman, num movimento de cariz
racista no Sul dos Estados Unidos na década de 1930- 1940 do século
passado e evoluiu para o “conservadorismo de movimento”. O seu primeiro sucesso
politico foi o de conseguir
eleger Ronald Reagan para a presidência dos Estados Unidos da América; e
subsequentemente, numa estratégia transnacional, através da
"Escola de Chicago", do chamado “compromisso de
Washington" e do Banco Mundial, globalizou-se e manipula em
proveito próprio a riqueza gerada socialmente em grande parte do
mundo.( “ A consciência de um Liberal”, Paul Krugman, premio Nobel da Economia )
Em Portugal, alguns dos seus membros
estão conotados com o chamado “Compromisso Portugal” ,
que, inclusivamente, teve alguns elementos representados na
actual reforma hospitalar de Lisboa Central. Em texto de apoio do
programa daquela associação que se diz " revolucionária " (
acessivel na NET ) poder
ler-se que "as instituições privadas por serem
mais eficazes devem assumir os cuidados de saúde infantis"…….
O desastre que esta ideologia importada e a que se converteu parte da nossa classe politica tem levado ( felizmente) a deserções de alguns dos seus próprios implementadores e ideologos.
Não se trata de ser de esquerda ou de direita, mas apenas de ser-se ( ou não) honesto.
Desta honestidade deu prova Carlos Abreu Amorim (PSD)
“Pobres
de nós”
O facto da pobreza ser fundamentalmente relacional implica que todos os
pobres sejam, em certo sentido, pobres de nós ( Alexandre Abreu)
Em contra posição ao
darwinismo social , neoliberal , que considera que a riqueza das sociedades deve-se ao sucesso de uma elite movida pelo interesse
individual (ideologia esta como
acima dissemos representada e
exportada pelo Banco Mundial e FMI e onde fizeram escola alguns dos responsaveis pelo actual plano de privatização da saúde
em Portugal Correia de Campos entre outros ; destacam-se em
contra ciclo , entre outros, os países nórdicos tem resistido a este ataque organizado . Aquelas comunidades que fizeram-se representar por
uma classe politica séria , não alieando o seu direito em auto governar-se e desenvolvendo um projecto inclusivo e que entre
outros assume o valor da igualdade em direito de todos os seus membros terem a
mesma oportunidade em aceder o bem estar e ao sucesso desde que se
esforcem naquele sentido.
Pensamos que ao
contrario do que dizem os neoliberais que a pobreza é o resultado de uma
conduta negligiente mas que o “estado de pobreza”, tem
causas culturais e desigualdades ancestrais e que assim tem origem relacional e que a
sua definição
ultrapassa “a mera privação material” rebaixando no seu
conjunto a sociedade que a tolera
a um estatuto de indignidade e de que são faces da
mesma moeda os beneficiados, os excluídos ou simplesmente indiferentes.
Por outras palavras uma criança que nasceu pobre deve ter a mesma possibilidade
que as outras ao sucesso.
De forma a alcançar
estes objectivos , aqueles países ( Nórdicos por
exemplo) não alienam o controlo dos meios
estratégicos que permitem que as suas instituições
democráticas tenham condições para
concretiza-lo e nomeadamente
estabelecer uma estrategia de desenvolvimento. Em sentido oposto a estes
paises vide em
Portugal em assistimos privatização de bens públicos pelos partidos do governo e que
seriam estratégicos para um crescimento sustentável como foi a Energia e agora
a Saúde, etc.......
Nesta linha de
pensamento realçamos a já
assumida alienação do Hospital
Publico de Loures, antes do grupo Espirito Santo , aos Chineses que
detém o capital da seguradora "Fidelidade", ou ao Americanos como já fora antes o
de Cascais, (adquirido por grupo pelo grupo Amil que diz
Brasileiro no nome, mas Norte Americano de facto ; UnitedHealth Group e o de Vila Franca pelo Grupo Mello.
Os nossos recursos públicos, ao invés de serem dirigidos
para o nosso desenvolvimento económico
e humano, estão a ser canalizados para
pagar aos prestadores privados, as
PPP e bancos falidos.
No Orçamento de Estado de 2015 para a Saúde 2015 , 840 milhões de euros estão destinados as PP |
No Orçamento de Estado para Saúde de 2015 , cerca de 10% já estão a ser destinados para os "compromissos" com os grupos privados e isto sem contabilizarmos com os custos com as
indevidas transferências de doentes e a realização de exames de diagnóstico regime de PPP que controlam ( Cascais, Vila Franca,
Loures e Braga ) para os seus Hospitais privados (
Hospitais da Luz, CUF Descobertas e Lusíada).
Com esta politca alcançam o seu outro objectivo que é o esvaziar de doentes os Hospitais Públicos que constituem as áreas de referência terciaria natural daqueles Hospitais, que são os Centros Hospitalares de Lisboa Central. Forjam-se assim as justificações para a desactivação e encerramento daqueles Hospitais e
inclusive o D. Estefânia .
“Sem dó nem piedade”-
Como de vergastadas se tratassem , ferem-nos a face as primeiras
borrascas da tempestade que não soubemos prever e evitar .....
Algumas noticias
"perdidas" nas entrelinhas dos jornais diários,
que apenas relevamos por acaso, são por vezes a
janela que deixa passar um raio de luz
que ilumina por breves segundos a nossa
consciência para a tragédia em direcção à qual nos vão encaminhando .
Transcrevemos abaixo duas noticias interligadas . Delas
eflui um odor não recomendável da
filosofia que impregna a actual “reforma de saúde” e que
visa de facto a sua privatização a
prazo.
1- A primeira refere-se à cobrança coerciva das taxas moderadoras pelo Hospital
de Leiria.
Esta noticia
informa-nos que os gestores do Hospital Público de Leiria recusaram a assistência a uma doente
com incapacidade fisíca enquanto não saldasse as suas dívidas para com o hospital.
2- A segunda refere-se à directiva governamental que justificou esta medida e estabelece
que a cobrança das
taxas
moderadoras venha a ser
feita através das Finanças , assumindo-se assim um
carácter claramente coercivo. A nova filosofia é bem ilustrada pelas declaração da Dra. Marta Temido,
presidente da Associação Portuguesa de Gestores Hospitalares
- “Marta Temido, presidente da Associação Portuguesa de Administradores
Hospitalares, entende que “por a dívida estar prescrita não deixa de poder ser
exigida”. “Essa dívida foi contraída no âmbito de um serviço prestado. Se eu
tenho uma dívida que não paguei, está na minha consciência regularizá-la”,
justificou.
- www.rtp.pt/noticias/index.php?article=760503&tm=2...
18 ago. 2014 ... A presidente
da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Marta Temido,
aplaude o novo sistema de cobrança coerciva das taxas moderadoras
O objectivo estratégico dos seus impulsionadores
foi o de substituir o princípio da gratuitidade pelo do “
utilizador- pagador”.
Esta adulteração do princípio da universalidade do acesso teve vários objectivos,
entre os quais o de interiorizar culturalmente nas populações o
fim da gratuitidade dos serviços; e, por outro, impedir aquilo que consideram a “concorrência
desleal do Estado face às unidades privadas. A transformação das
unidades hospitalares em EPE e a instituição das taxas moderadores
fazem parte do pacote de medidas institucionais com vista a facilitar a entrega aos privados da sua gestão clínica ( como já acontece em
Braga, Cascais e Loures e Vila Franca ). Notamos que hoje em dia algumas taxas
moderadoras do SNS estão mais elevadas que nos hospitais privados, traduzindo
uma intencionalidade na acção política dos ministérios em descredibilizar e esvaziar o SNS.
Alguns gestores hospitalares reflectem e defendem estes interesses representando uma
nova classe administrativa,
já formada de forma a servir estes objectivos.
O que aconteceu em Leira, em que
foi negada assistência a uma doente por não dispor de meios para fazê-lo,
não se tratou de um caso isolado mas foi apenas
um exemplo da ideologia fria, sequiosa, impiedosa, dos que agora nos
governam.
Em contraponto afirmamos que
1- Em acordo com o fundador do SNS, António Arnaud, que
“O SNS
deve ser financiado segundo o princípio de solidariedade social, através dos nossos
impostos e consignado através do Orçamento
de Estado”
2- Negar a prestação de cuidados médicos a um utente que não
disponha de meios financeiros quer no serviço público ou privado
, como se procedeu no Hospital de Leiria, consiste numa violação grosseira e inadmissível da nossa Constituição e dos Princípios
do Juramento de Hipócrates; e que
deve assim merecer a repulsa e o seu incumprimento
pelos profissionais de saúde.
António Arnaud tem nos alertado para os “Sinais
Premonitórios” da “ Nova Ordem Mundial “ que se tem infiltrado na sociedade e já causa danos
irrecuperáveis no tecido
social.
Cabe-nos
como fizeram os médicos Canadenses, resistir a destruição do SNS
e nomeadamente , no que nos diz respeito, a um dos
seus pilares que é Hospital Pediátrico de Lisboa.
Poderá a
alguns parecer excessiva a equiparação desta in/evolução com a ascensão do regime nazista ....sim .....indagamos se acaso se poderá negar que as medidas em curso reflectem a mesma índole insensivel de um calculismo e petreo???
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A sugestão do FMI é «subversão» do regime, diz António Arnaud ...dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=193036
9 jan. 2013 ... Sugestão do
FMI é «subversão» do regime, diz António Arnaud ... o aumento das taxas
moderadoras e a redução do leque de cuidados ..
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Assina : Pedro
Paulo Machado Alves Mendes - Ilustrações da Jornalista Manu
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