domingo, 6 de fevereiro de 2011

Porque os Portugueses emigram.......


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Ontem ao chegar a casa , minha filha disse-me: "Pai assisti agora num programa da RTP1" Portugueses no Mundo" um documentário sobre um cientista que faz investigação no Hospital Pediatrico de Toronto.....Que lindo Hospital! Havias de ver a sua arquitectura! O médico chama-se Pedro Castelo Branco.... emigrou... faz investigação de ponta....Vai ver na Net.....que vale a pena....
Calei-me envergonhado.... confesso uma tristeza e revolta toldou-me o olhar....
Sim, senti-me envergonhado de termos nos Ministerios e cargos de chefia e de decisão altos responsaveis que repetem e se curvam perante o que interessa as parcerias privadas e afirmam seguros de si proprios e com jactancia que os Hospitais Pediatricos estão ultrapassados....
Outras gentes outras mentalidades...... mas ainda que bem que não estamos completamente divorciados do mundo civlizado,...em Coimbra e no Porto obstinadamente resistiram e venceram .....E assim o Dr. Pedro Castelo Branco terá ainda locais, outros que Lisboa, onde trabalhar em Hospitais Pediatricos....
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Hospital Sick children Toronto


O artigo transcrito na integra :

O português Pedro Castelo-Branco faz parte da equipa de investigação


Um novo tratamento para tumores cerebrais em crianças, baseado numa descoberta de uma equipa integrada pelo investigador português Pedro Castelo-Branco, avançará já este ano para a fase de ensaios clínicos, anunciou o cientista à Lusa.

"Durante o corrente ano deverão iniciar-se os ensaios clínicos que irão envolver pacientes a serem tratados com esta terapia", disse o investigador do Hospital "Sick Kids", em Toronto, Canadá.

O novo tratamento baseia-se numa descoberta da equipa do Centro de Pesquisa de Tumores Cerebrais Arthur e Sonia Labatt, daquele hospital da Universidade de Toronto, a que Pedro Castelo-Branco pertence, visando tumores cancerígenos pediátricos, mas tem igualmente um potencial de aplicação na terapia de tumores neuronais em adultos.

A investigação, que mereceu capa na revista 'Clinical Cancer Research' da Associação Americana de Investigação do Cancro em Janeiro, tem "o maior impacto na área da Oncologia Pediátrica, uma vez que esta terapia é específica na erradicação de células tumorais sem afectar o desenvolvimento normal infantil", elucidou Pedro Castelo-Branco à Lusa.

Conforme explicou, "os tumores pediátricos neuronais - tumores cerebrais e neuroblastomas - são a maior causa de morbidade e mortalidade em cancro infantil. Isto deve-se à capacidade dos tumores de reincidirem após o tratamento com radioterapias, quimioterapias e cirurgia".

Os estudos da equipa do investigador português demonstram que "as células estaminais normais, responsáveis pelo normal desenvolvimento infantil, não necessitam da enzima telomerase para a sua sobrevivência", substância esta que se encontra em células iniciadoras de tumores.

É assim que a descoberta abre portas ao uso de inibidores de telomerase, que "inibirão as células cancerígenas sem afectar as células estaminais normais", explicitou.

"No nosso estudo foram usados inibidores de telomerase de uma companhia Norte Americana, sediada na Califórnia", apontou, acrescentando não estar em posição de anunciar os consórcios médicos que serão responsáveis pelos ensaios clínicos, prevendo, porém, que se iniciem em doentes já este ano.

Pedro Castelo-Branco está há dois anos e meio em Toronto, no Hospital "Sick Kids", no centro de investigação de novos tratamentos para o combate ao cancro infantil, a fazer pesquisa e a ampliar a experiência que adquiriu nos EUA na área dos tumores cerebrais em adultos.

Nascido em Lisboa, Castelo-Branco licenciou-se em Biologia na Universidade de Aveiro, obteve um doutoramento em Biologia Molecular na Universidade de Oxford, em Inglaterra, e nos últimos anos foi investigador e docente da Universidade de Harvard, nos EUA, onde iniciou a carreira de investigação em tumores cerebrais.


O investigador expressou o desejo de regressar a Portugal no prazo de dois anos, tencionando iniciar uma "carreira académica e de investigação com reconhecimento dentro e fora do país".

"Em Portugal, existem locais onde se pode fazer boa ciência e uma vontade política de que tal aconteça", considerou.

Advertiu, no entanto, que "a área das células iniciadoras de tumores, e em particular as do foro neurológico, por ser bastante recente, não está ainda bem representada".

"Com a minha ida para Portugal, espero contribuir de forma relevante para o desenvolvimento de novas terapias que participem activamente no combate às doenças desta natureza", concluiu.

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