Alguns órgãos da Comunicação Social, secundando opiniões eventualmente institucionais, informam (acreditando assim desvaloriza-los) de que os objetivos dos proponentes e subscritores da Petição ao Presidente da Republica Portuguesa em Defesa do HDE, se caracterizam por apego sentimental ao passado, representado aqui pelo actual Hospital D. Estefânia (ignorando o inegável valor histórico afectivo que este representa...), posicionando assim a todos nós, como contrários ao progresso e à necessidade de um Novo Hospital. Afirmamos, que assumimos clara e inequivocamente o apego aos valores culturais e históricos e patrimoniais e incitamos todos o portugueses a fazê-lo (ver alguns fundamentos no Blog, e no Artigo do “Cidadania Lx" na coluna de links ao lado). No entanto, afirmamos que o que realmente, e fundamentalmente, nos poderá diferenciar dos que apóiam os planos do antigo e possivelmente dos actuais responsáveis pela saúde, não é o facto de sermos contra a construção de um novo Hospital Pediátrico, mas sim o fato de não aceitarmos, que no futuro Hospital de Todos os Santos, não esteja planeado um Espaço e Ambiente Pediátrico arquitectonicamente diferenciado, e com administração particularizada, mas apenas, um Hospital Generalista com uma adaptação pediátrica, e com áreas partilhadas, com um internamento de rotação rápida essencialmente a doença aguda, e que não comporta o atendimento à doença crônica. Afirmamos ainda que nos revoltamos intimamente com o processo em curso, já de integração em que se prova e se objetiva que espírito do futuro Hospital é de um Hospital Generalista, pois desde já desvalorizam Valências Pediátricas, que passaram a ser dirigidas por Directores de Serviços de Adultos. O papel de antigos Directores Pediátricos, resume-se a um papel de Coordenação que não esta ainda regulamentado.
.Tememos que os valores e necessidades pediátricas poderão vir a não se compreendidos Directores de Adultos do Centro Hospitalar, sem sensibilidade para nossa especificidade. Assumimos ainda, o direito a uma posição critica relativamente às valências e objectivos que incorram no risco, de não serem enquadrados no plano nacional saúde materno-infantil, que agora sabemos existir ou ter existido (Ver críticas ao actual plano funcional e documento da Comissão Médica publicados neste Blog)-.O nosso grupo de trabalho procurará levar a discussão publica estas opiniões, eventualmente questionaveis nos seus fundamentos, mas queremos esclarecer e ser esclarecidos.
Finalizando,publicamos a “Plataforma de princípios do Movimento de Defesa e Apoio ao HDE” definida quando da na nossa 1ª Reunião. Os objetivos aprovados e que constituem a plataforma de acção do actual grupo de trabalho são:-Levar à discussão interna e à discussão pública, o actual processo de eventual destruição/diluição do Hospital de D. Estefânia, considerando não só o seu indiscutível valor como Centro Materno-Infantil diferenciado (único no Sul do País), mas também a sua tradição como um dos primeiros Hospitais Europeus dedicados à criança (fundado em 1877 e integrado nos Hospitais Civis de Lisboa em 1913).-As acuais diretrizes oficiais baseadas no futuro Hospital de Todos os Santos, não devem ter por base critérios provavelmente conjunturais e econômicos (contenção de custos ou eventual rendimento imobiliário), devendo sim, garantir a existência de uma instituição dedicada prioritariamente aos interesses da criança.-Foi considerado imprescindível lutar pela existência de um espaço físico independente e diferenciado, com autonomia técnica e administrativa, englobando não só todas as valências existentes no atual HDE, mas complementando-as. -Não será aceitável a existência de mais um Serviço de Pediatria inserido num Hospital de adultos. Assim, foram consideradas duas hipóteses:
1. Apesar de ser criado o futuro Hospital de Todos os Santos, o actual espaço ocupado pelo Hospital de D. Estefânia assumirá completamente o seu papel de Hospital Pediátrico, de nível três, dedicado às crianças, melhorando ainda mais a sua diversificação e capacidade.
2. Integração no futuro Centro Hospitalar Oriental de Lisboa, no respeito do parecer da anterior Comissão Médica do HDE, mas considerando que: o actual espaço físico do HDE deve manter-se ao serviço da Saúde Materno-Infantil, eventualmente como Hospital de Retaguarda, na recuperação da doença prolongada e crônica, e sempre que as condições sociais o recomendem. Nesse espaço poderão vir ainda a situar-se Instituições ligadas à criança; Associações ligadas às especialidades médico-cirúrgicas pediátricas; Associações de Pais; Liga de Amigos e organismos de defesa da criança, etc.Deverá preservar-se assim, o HDE como Centro integrado de referência de apoio à criança.
Assina Pedro Paulo Mendes
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1 comentário:
Que alguns (muitos?) "orgãos de comunicação social" apenas façam eco das palavras ditadas pelo actual governo... já não é "novidade" alguma para muitos portugueses... pelo menos, os mais atentos.
Agora... que se queira dar uma ideia de saudosismo e de pura estagnação àquilo que grande parte dos 73000 assinantes pretendem dizer com o seu apoio é (simplesmente) mais uma demonstração de arrogância deste governo e de desrespeito pela população: "são mais 73000 estúpidos, que nada entendem de gestão, nem de economia, nem das fórmulas super inteligentes de governação", certo ???...
Talvez seja verdade senhor primeiro ministro... é bem provável que muitos portugueses defendam um hospital, serviços e profissionais que sempre prestaram, ao longo de MUITOS ANOS (o que faz "antiguidade"), um excelente serviço às crianças e seus familiares neste país e que não vejam... nenhuma razão, nem plausível, nem aceitável, para mudar esse hospital de localização.
Eu prefiro ter as crianças da minha família resguardadas por profissionais que há muitos anos trabalham na mesma área... do que por outros, passantes, que hoje estão neste hospital e amanhã noutro...
Prefiro ir a um hospital, todo ele, dirigido e focado apenas em pediatria que a uma "ala" pediátrica algures.
E SIM, prefiro confiar num hospital que tem pergaminhos nesse tipo de serviço, num local aprazível e central em Lisboa !
Mudar-lhe a gestão e o modelo ?
Concerteza... desde que seja para melhor e "para melhor" de toda a gente... "faça-nos o favor".
Tem problemas com a administração do hospital ? Com a classe médica dali ? Com a enfermagem ? Quer acabar com "feudos" conforme diz ?
Acabe com eles, resolva essa política... "faça-nos o favor".
Agora... não nos venha atirar com areia aos olhos, querendo fazer crer que para resolver tal problema (caso exista) tem de destruir um hospital, que é do país e dos portugueses... não seu nem do seu governo.
Não nos minta mais neste capítulo !
José Pereira
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