quinta-feira, 15 de junho de 2017

QUAL A ÚNICA FORMA COERENTE DE COMEMORAR OS 140 ANOS DO HOSPITAL D. ESTEFÂNIA ?





 COMEMORAR 


OS


OS 140 ANOS DO HOSPITAL D. ESTEFÂNIA 


SIGNIFICA  NÃO ACEITAR A  


DESCARACTERIZAÇÃO EM CURSO  COM VISTA 

         AO SEU 

           ENCERRAMENTO

SIGNIFICA LUTAR  PELA EXISTÊNCIA DE UM  HOSPITAL PEDIATRICO EM 

LISBOA.


              
 TUDO INDICA QUE O MINISTÉRIO DA SAÚDE , MAIS UMA  VEZ ,  APROVEITANDO-SE  DA 

 ALTURA DE FÉRIAS

PREPARA-SE  PARA  LEVAR A  CONCURSO  PUBLICO (?)  A CONSTRUÇÃO 

 DO FUTURO HOSPITAL  ORIENTAL , COM O  PLANO FUNCIONAL   ANTIGO 

 FEITO  A MEDIDA DE   INTERESSES ESTRANHOS A SAÚDE. 



O texto que se segue foi publicado quando da realização da 4ª corrida D. Estefânia  que continua inteiramente actual aplicando-se para o  concurso que o Ministerio volta a  reeditar......

http://campanhapelohde.blogspot.pt/2015/03/convite-4-corrida-destefania-dia-3-de.html


Em 20 de Junho do corrente ano completam-se  oito anos sobre o início da nossa    campanha  contra o encerramento do  Hospital Pediátrico de Lisboa.  Não desistimos e não  nos resignamos; e  nem  poderia ser de outra forma, pois que o direito das nossas crianças a uma assistência hospitalar especializada é inalienável.
Recordamos que este processo teve inicio em 2007,  quando o   Ministro da  Saúde  em exercício, sem qualquer preocupação com a história ou a especificidade da instituição, não respeitou  o parecer da Comissão Médica e  integrou  o  Hospital de D. Estefânia  (HDE), considerado o berço da pediatria portuguesa , no  Centro  Hospital de Lisboa Central (CHLC), quando  dele até  não fazia parte .
             Tal determinação intempestiva surgiu  desinserida de   qualquer análise do   papel  internacionalmente reconhecido aos  hospitais pediátricos na  rede de referenciação e  carta hospitalar materno-infantil.  Procedeu-se ignorando  os  documentos  e   acções emanados de vários ministérios  e gerações de profissionais  que,  nas duas últimas décadas , elevaram Portugal  dos últimos  para os primeiros lugares nos  indicadores da saúde materno-infantil a nível mundial
Julgámos inicialmente  que aquela   iniciativa governativa seria apenas desconexa e apressada . Esta percepção revelou-se contudo ingénua,   ao  tomarmos aos poucos  consciência de  que o futuro  “Hospital de  Todos os Santos “  (agora redenominado  futuro  “Centro Hospitalar de Lisboa Oriental”) fora  considerado  “prioritário”  no âmbito da  2ª vaga  das  Parcerias Público- Privadas para a  Saúde  (PPPS) e contava com um empréstimo de cerca 300 milhões de euros a juros residuais do Banco de Investimento Europeu (BIE). Para alem da construção, admitia-se que como em Loures a PPP abrangesse a gestão clínica.  A magnitude  do retorno dos dividendos previstos já fora contabilizada pelos   grupos  financeiros e os seus  representantes   designados  em sede governativa.  Deste modo, o  projecto  inicial foi construído à medida dos dividendos esperados;  e resumia-se  a um hospital generalista com 800 camas, não se entendendo (?)  como viria ele substituir as  cerca de 2000 camas dos hospitais que integram o  CHLC.(nota 1) À pediatria ficavam reservadas apenas 60 camas. De acordo com o Plano Funcional, formatava-se  um projecto  de  PPP  para a  construção,  mas  a  filosofia  subjacente a gestão clínica também era privada prevendo-se  rentabilização  dos   espaços e dos  profissionais à revelia da sua  diferenciação  e sem a preocupação com a especificidade, circuitos  e ambiente pediátricos
Inconformados  com o retrocesso civilizacional  que tal  projecto consubstanciava,  entendemos desafiar a  barreira de silêncio imposta aos média  e promovemos dois  abaixo-assinados  endereçados aos órgãos de soberania, tendo-se reunido cerca de   85.000 assinaturas . Foi assim possível aprovar uma moção  na Assembleia da República e duas na Assembleia Municipal de Lisboa .  Realizámos  um referendo interno,  em que 97 % dos profissionais votaram a favor de um hospital pediátrico autónomo . Conseguimos que em sede do PDM de Lisboa , os terrenos do HDE  permanecessem  sob o  domínio publico  Somaram-se  ainda várias  intervenções escritas e orais nos media , Assembleia Municipal,(nota2)Ordem dos Médicos , editamos 14 Boletins em defesa da causa... um Blog com 47.000 acessos e  já  estamos a 4ª ... corrida D. Estefânia....
 A nossa acção  suscitou e incentivou o debate  público em torno de um projecto que na sua formulação inicial era  lesivo dos interesses da comunidade. E o nosso alerta   veio   contribuir  para a  ilegalização daquele  concurso.  A sua insuficiência   veio a ser reconhecida  publicamente  pela  nova  Comissão  nomeada  pelo  Ministério da Saúde para conduzir  novo concurso;  e, mais recentemente,  veio a ser oficialmente declarado que  “ao contrario do anterior,    neste já não seria desajustada a oferta de camas , insuficiente no anterior ”  e que  “a especificidade e ambiente pediátricos   seriam melhor  acautelados”.
Aguardamos   assim que  o novo Plano Funcional venha à discussão pública para nos pronunciarmos sobre a substância destas declarações.
             Esta nova fase apresenta ainda outro  pressuposto que melhor  a qualifica  relativamente ao concurso anterior . Nenhuma  alteração  numa carta hospitalar poderá  existir  sem que a prévia definição das redes de referenciação  hospitalar a  justifique. E só agora os seus princípios gerais estão sendo definidos.  Neste momento   encontra se  a decorrer a discussão sobre um “Documento Síntese “,  integrando a  proposta para uma  “ Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação Materna, da Criança e do Adolescente”,  em que se caracterizam os diferentes níveis e modelos organizativos dos Serviços . 
Tal  documento  inclui  o C.H.C.L  com um dos dois centros de atendimento diferenciado materno- infantil na Zona Sul,   classificando-o e integrando-o no   “Grupo III”. Este grupo caracteriza-se, entre outros aspectos,   por ser dotado de Serviços de Atendimento Neonatal diferenciados e de uma  Urgência  Pediátrica Polivalente.
As características das unidades Hospitalares do Grupo III correspondem  às dos Hospitais Pediátricos de que o  Hospital de D. Estefânia  foi precursor em Portugal.
Estranhamente,  nos últimos anos o seu nome   tem sido sistematicamente  omitido,  não  apenas naquele mas   nos  diversos documentos oficiais ,   sempre que se faz referência à rede hospitalar.   Tal omissão, certamente  intencional,  procura insinuar a   desidentificação  e o esquecimento desta instituição centenária que foi  berço da  pediatria portuguesa,  o que não devemos consentir .
Dito isto, entendemos ser urgente exigir que o Hospital Pediátrico seja   explicitamente contemplado na  nova  “Rede de Especialidade e de Referenciação Materna e da Criança “;  e  exigir simultaneamente que o novo Plano Funcional do futuro CHLO seja publicamente discutido.


Texto de opinião de Pedro Paulo M.A .Mendes -Membro Plataforma Cívica em defesa Hospital Pediátrico em Lisboa



         Nota1-    tem obviamente a ver com os interesses dos grupos de saúde  financeiros privados  
                            em disputa de camas como SNS  como denunciou o Bastonário da Ordem dos Médicos.
            Nota2-    Nas iniciativas na CML agradecemos a iniciativa dos Cidadãos por Lisboa e de todas as
                           outras as forças politicas que nos tem apoiado



È uma obrigação civica  defender a existência de um Hospital Pediatrico em Lisboa ! 

Na luta de bastidores pelo poder descobrem-se as verdades . Não nos esqueçamos  que foi  Manuel Pinho,  Ministro  das Finanças de Sócrates   agora  as contas com a justiça no caso EDP  que nomeou o Engenheiro Pedro Dias Alves  (  pertencente ao Grupo Mello  e anterior Secretario de Estado de Cavaco Silva) ,   para orientar o concurso do futuro Hospital de Todos os Santos , no Ministerio de Correia de Campos,  e que todos eles ( Mexia, Manuel Pinho e o Engenheiro PDA assim como  Telmo Valido, (na  altura responsável pela Intersalus em Portugal    e  que elaborou o Plano Funcional do futuro H.T.S,  pertenciam ao Compromisso Portugal e por sua vez seguidores ao   Compromisso  de  Washington constituindo-se   funcionários em Portugal do  Neoliberalismo Internacional  ( quase todos estiveram ligados ao Banco Mundial) 
Será interessante que o Ministério Publico   desvende estas ligações perigosas  e  e  aceitem o testemunho  do 
 Dr. Jardim Gonçalves que agora   já se sente  com força  e tem  denunciado     os   métodos de  atuação subterraneos   daquele  grupo  quando do assalto vitorioso  ao seu Banco. 
O Plano funcional que outra  vez  querem aprovar pela calada  é o de um Hospital  formatado a  medida dos interesses dos grupos financeiros ligados a Saúde,



ESTE BLOG QUE INICIOU A CAMPANHA DE DEFESA DO HOSPITAL PEDIATRICO DE LISBOA  FEZ NO ULTIMO DIA 15 DE JUNHO 10 ANOS! 
ESTA FOI A SUA PRIMEIRA POSTAGEM  E QUE INFELIZMENTE CONTINUA A TER ACTUALIDADE. 





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