OS HOSPITAIS PEDIATRICOS NA EUROPA
INDICE
I-
NOTA PRÉVIA: OS ACTORES ENVOLVIDOS NO FUTURO ENCERRAMENTO DO
HOSPITAL PEDIATRICO DE LISBOA-.
II-ANALISE
ESTATISTICA SOBRE O HOSPITAIS PEDIATRICOS EUROPEUS.
III-
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE OS
RESULTADOS APURADOS NA PESQUISA
I
–NOTA PRÉVIA :
“ OS ACTORES
ENVOLVIDOS PELO FUTURO ENCERRAMENTO DO HOSPITAL PEDIATRICO DE LISBOA”
As
razões que nos levaram a fazer uma pesquisa sobre a importância dos Hospitais Pediátricos (H.P.) nos paises europeus , surpreenderia os profissionais de saúde de qualquer um daqueles países, em que o reconhecimento do papel fundamental destas instituições
é um valor histórico e cultural consensualmente adquirido.
Estamos
certos que para alem de surpresos , se mostrariam incrédulos ao tomarem o conhecimento de que os
gestores do Ministério da Saúde de um qualquer governo, se propusesse
arbitrariamente a encerrar o H.P. da sua capital, como pretendem fazer em Lisboa.
De incrédulos
passariam a estar indignados, caso lhes informassem
de
que esta decisão teria por único objetivo aumentar as
margens de lucro que o parceiro privado da Parceria Publico Privada (P.P.P)
pretende auferir com a construção do Hospital de Lisboa Oriental , para
onde pretendem transferir os restos do Hospital
Pediatrico de Lisboa, D, Estefânia, reduzindo-o à uma incaracterística ala
pediátrica do “ seu “ hospital generalista pré formatado.
O
Hospital de Lisboa Oriental será construído em regime de P.P.P. e parte substancial dos seus custos serão
suportados por um empréstimo de 300 milhões de euros, com juros residuais
que será concedido ao “Parceiro” Privado
pelo Banco Europeu de Investimento (B.E.I.)
A
renda paga pelos contribuintes (parceiro publico) durante os trinta anos de
vigência do contrato com parceiro
Privado, engloba para alem da amortização do capital e os juros do empréstimo B.E.I. a mais valia que o parceiro privado receberá pela transação.
(Nota 1)
A
mais valia auferida pelo “parceiro” privado neste
“negocio” resulta de duas variantes:
-A
primeira corresponde a sobre taxa de juro que este vier a cobrar ao Estado e que
pode chegar a ser dez vezes superior à da
que contratualizou com B.E.I - A segunda, corresponde
aos custos de construção do futuro hospital
que não poderão ultrapassar os do montante do valor do empréstimo contraído de
forma a garantir que o “negócio seja rentável”
-Estas
duas razões explicam a oposição muda dos
gestores representantes do “parceiro privado na construção de um novo HP no
Campus do futuro Hospital Oriental noVale de Chelas pois este encareceria os
preços de construção que pretendem o mais baratos possível. Opõem-se ainda
porque impossibilitaria a “rentabilização” do terreno envolvente, que
já destinaram a atividades lucrativas como por exemplo um parque estacionamento
pago que será explorado pelo operador privado.
-Alem,
destas razões, somam-se as pressões dos operadores dos hospitais privados que já
contabilizam nas suas carteiras os lucros de mais esta “fatia “do SNS que
subtrairão ao sector publico.
A
opacidade e secretismo de que se tem revestido este processo explica-se por estarmos,
não em presença de uma “Reforma Hospitalar”, mas de um “negocio de bastidores” cujos
interesses financeiros estão em conflito dissimulado com os dos contribuintes e da população de Lisboa.
Como demonstraremos nas páginas seguintes, a
presente pesquisa cumpriu os seus objetivos e veio a confirmar de
forma inequívoca o papel fundamental que é reservado aos Pediátricos na rede
hospitalar de cuidados diferenciados em Pediatria na Europa e mundo
desenvolvido.
Nos
dados recolhidos não contabilizamos o Estado Capital do Vaticano, cujos serviços de saúde estão integrados nos de
Roma Itália.
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II -ANALISE ESTATISTICA SOBRE O
HOSPITAIS PEDIATRICOS EUROPEUS.
METODOLOGIA
DA COLECTA DOS DADOS
Com
o propósito de caracterizar e quantificar a
distribuição dos hospitais pediátricos (H.P) nos 49 países europeus,
atendemos a quatro tipos de possibilidades:
1-
Países sem hospital pediátrico.
2-
Países com hospital pediátrico na capital
3-
Países com hospitais pediátricos noutras cidades
4-
Países com planos aprovados ou que já se encontrem em execução ou já
concretizados para a realização de obras de renovação ou construção um novo
hospital pediátrico ou centro materno-infantil.
-Nos
diversos subgrupos agregou-se a informação aproximada do número de habitantes
do Pais, codificada pela letra “H” por ordem crescente (H1 -H2- H3), divisão
esta empírica que se auto justificou por encontrar correspondência no universo
do presente estudo, e que deverá ser aperfeiçoada.
Por
exemplo, a escolha do limite inferior
H1 justificou-se por corresponder ao Pais com menor número de habitantes (360
mil) com Hospital Pediatrico na sua capital (Islândia). A escolha do limite
superior (H3) correspondeu aos países com mais de 15 milhões de habitantes, pois todos com
este limiar de população dispõe de
mais do que um Hospital Pediatrico
no seu território.
Infere-se
desta forma que a demografia de um dado
território se relaciona diretamente com a existência de um Hospital Pediatrico.
Códigos de
classificação utilizados consoante a demografia, número de habitantes num dado
Pais
H1 - menos que 350 mil habitantes
H2 – com mais de 350 mil e até 15 milhões
de habitantes
H3- mais de 15 milhões de habitantes
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SINTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA – (VER
ANEXO 2 COM A PESQUISA INTEGRAL)
Pais- Capital
|
Número
habitantes (H)
|
Não tem Hosp. Ped. na
capital
|
Tem Hosp. Ped. na capital
|
Tem H. Ped
outras cidades
|
Tem
H.P. em renovação, construção novo
|
1 - Albânia Tirana
|
2,8 milhões (H3)
|
|
X
|
|
X
|
2-Alemanha – Berlim
|
83 milhões (H4)
|
X
|
|
#2X
|
X
|
3-Andorra-
Andorra a Velha
|
78 mil (H1)
|
# X
|
|
|
|
4-Austria – Viena
|
9 milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
5-Bélgica
– Bruxelas
|
11,5
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
6-Bielorrússia
Minsk
|
10 milhões (H3)
|
|
X
|
|
|
7-
Bósnia e Herzegovina: Sarajevo;
|
3,3 de milhões (H2)
|
X
|
|
|
|
8-Bulgária
– Sofia
|
7,4 milhões (H2)
|
X
|
|
|
X
|
9-Cazaquistão-Astana
|
18,5
milhões (H3)
|
|
X
|
|
X
|
10-Chipre-Nicósia
|
875mil
(H2)
|
|
X
|
|
|
11-Croácia
– Zagreb
|
4,7
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
12-Dinamarca
– Copenhague
|
5,8
milhões (H3)
|
|
X
|
|
X
|
13-Eslováquia
– Bratislava
|
5,5
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
14-Eslovênia
– Liubliana
|
2,0
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
15-Espanha – Madrid
|
47
milhões (H3)
|
|
X
|
#X
|
|
16-Estônia:
Tallinn
|
1,3
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
17-Finlândia
Helsinki
|
5,3
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
18-França
Paris
|
67
milhões (H3)
|
|
X
|
#2 X
|
X
|
19-Grécia
– Atenas
|
8
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
20-Hungria
-Budapest
|
10
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
21-Irlanda-
Dublin
|
5
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
22-Islândia- Reykjavik
|
360
mil ( H2)
|
|
X
|
|
X
|
23-Itália
– Roma
|
60,5
milhões (H3)
|
|
X
|
#2X
|
|
24-Letônia
– Riga
|
1,9
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
25-Liechtenstein
Vaduz
|
39
mil (H1)
|
# X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
26-Lituânia
Vilnius
|
2,7
milhões ( H2)
|
|
X
|
|
|
27-Luxemburgo
|
500
mil ( H2)
|
|
X
|
|
|
28-
Moldávia-Chisnau
|
2,7
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
29-Mônaco
Mônaco
|
39
mil (H1)
|
# X
|
|
|
|
30-
Montenegro Podgorica
|
630mil (H2)
|
X
|
|
|
X
|
31
- Noruega Oslo
|
5,5
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
32
- Holanda Países Baixos -Amsterdão
|
17
milhões H3)
|
|
X
|
|
|
33
- Polônia Varsóvia
|
38
milhões (H3)
|
|
X
|
|
X
|
34
-
Portugal Lisboa
|
10,3
milhões (H2)
|
|
X
|
X
|
|
35-República
Tcheca Praga
|
10,7milhões
(H2)
|
|
X
|
|
|
36 - Macedónia Skopje
|
2,7
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
38-
Inglaterra Londres
|
56
milhões (H3)
|
|
X
|
|
X
|
39-
Irlanda do Norte Belfast
|
1,9
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
40
- Escócia Edimburgo
|
5,5
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
41
- País de Gales Cardiff
|
3,7
milhões(H2)
|
|
X
|
|
X
|
42-
Romênia: Bucareste
|
3,7
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
43-
Rússia Moscou
|
144
milhões (H3)
|
|
X
|
#X
|
|
44-
San Marino San Marino
|
34 mil (H1)
|
# X
|
|
|
|
45
- Sérvia: Belgrado
|
8,7
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
46
- Suécia Estocolmo
|
10,2
milhões (H2)
|
|
X
|
|
|
47
- Suíça – Lausanne
|
8
milhões (H2)
|
|
X
|
|
X
|
48 - Turquia - Ancara
|
84
milhões (H3)
|
|
X
|
|
X
|
49-
Ucrânia Kiev
|
44
milhões (H3)
|
|
X
|
#X
|
X
|
50- Vaticano -
Vaticano / Roma
|
1mil
(H1)
|
|
X
Não contabilizado
|
|
|
TOTAIS
|
|
8-
SHPC
|
41-CHPC
|
7- HPOC
|
23
|
RESULTADOS
DA PESQUISA: NUMERO, CARACTERISTICAS E
LOCALIZAÇÃO DOS HOSPITAIS PEDIATRICOS NOS PAISES EUROPEUS:
I – Países sem Hospital
Pediátrico na Capital
H1- 4
H2- 3
H3- 1
TOTAL: 8
Quatro dos países
sem Hospital Pediatrico tem populações inferiores a 350 mil habitantes.
II- Países com Hospital Pediátrico na Capital:
H1-0
H2- 33
H3- 8
TOTAL: 41 (83%)
-CAPITAIS
EUROPEIAS COM H.P: 41 (83%)
-
PAISES EUROPEUS COM MAIS DE 350 MIL HABITANTES COM H.P. = 46 / 95%
-PAISES
EUROPEUS COM MAIS 15 MILHÕES DE HABITANTES COM H.P.: 100%
1º CONCLUSÃO:
- Oitenta e
três por cento dos países Europeus tem um Hospital Pediátrico na sua capital
-Todos estes países têm populações acima dos
350 mil habitantes (H2 e H3)
2ª CONCLUSÃO:
- Dos sete
países europeus sem hospital pediátrico, quatro tem
populações inferiores a 350 mil habitantes (H1),
-Todos os países
com mais de 15milhões de habitantes possuem um ou mais hospitais pediátricos no
seu território.
II-B - Com
Hospital Pediátrico renovado, com projeto arquitetónico em execução ou novo na
Capital do Pais
H1- 0
H2- 4
H3- 11
TOTAL: 23 / 46%
3ª
CONCLUSÃO
Na Europa 46 % dos Países com Hospital
Pediatrico estão a proceder / procederam qualquer tipo de reformas, renovação,
etc. dos seus Hospitais pediátricos
III
-Países com Hospital Pediátrico noutras cidades:
H1- 0
H2-
H3- 7
TOTAL: 7
TOTAL
DE HOSPITAIS PEDIATRICOS EXISTENTES /
EM FUNCIONAMENTO NOS 49 PAISES EUROPEUS: 51
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III-
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RESULTADOS APURADOS NA PESQUISA
1º CONCLUSÃO
DA PESQUISA
De acordo
com esta pesquisa, oitenta e três por cento dos países Europeus tem um Hospital
Pediátrico na sua capital. Todos estes países têm populações acima dos 350 mil
habitantes (H2 e H3)
Considerações:
-O aparecimento de Hospitais Pediátricos na Europa acompanhou
par e passo a progressiva tomada de consciência pela sociedade de que a
criança é dotada de uma especificidade
psico fisiológica e físico patológica próprias
que as distinguem do adulto”
em consequência para o seu desenvolvimento pleno implica que sua individualidade
deve ser respeitada em todas as circunstâncias.
- A tomada de consciência desta especificidade e dos direitos da infância correspondeu a um salto civilizacional e cultural da humanidade que teve início há cerca de
duzentos anos. Um dos marcos
históricos deste progresso foi a inauguração
em Paris em 1802 do 1º Hospital Pediatrico do mundo, Les Enfants
Maladie- Necker, Nota 2) localizado no centro de Paris e que recentemente foi
remodelado e ampliado. Existe uma
relação indissolúvel entre
nascimento e desenvolvimento da pediatria, com suas múltiplas
subespecialidades e o aparecimento dos H.P.; inter-relação esta de que o H. D.
Estefânia é um exemplo.
-A implementação destas premissas foi
gradual e traduziu-se ao longo
destes dois seculos na formulação e concretização de múltiplas orientações normativas.
A “Carta de Direitos da Criança Hospitalizada” formulada em 1988 por
consenso de várias associações pediátricas reunidas em Leiden (3) é um exemplo
deste esforço de aprimoramento. Aquela Assembleia redigiu um conjunto de regras orientadores de aplicação
universal. Dentre estas, sublinhamos duas que consideramos estruturantes:
1ª – A que exige a
separação entre os circuitos e
espaços atendimento dos adultos e as crianças.
2ª – A que considera que atendimento infantil deve ser estar ao
cuidado de profissionais especializados
Estas duas regras são hoje
condição necessária para a
obtenção por parte de qualquer Hospital
Distrital ou Central do certificado de
“Acreditação Internacional “. Apesar de estas se reportarem
ao atendimento infantil nos Hospitais generalistas, consideramos que só podem
alcançar a sua realização integral nos hospitais pediátricos, construídos de
raiz para o atendimento da infância.
- Adicionalmente no atendimento hospitalar pediátrico é fundamental o respeito das características da psique infantil ainda em
estruturação, que é sensível e
impressionável e tem dificuldade de racionalizar os atos diagnósticos e terapêuticos sejam em
seu benefício e não uma agressão injustificada.
- Para minorar estes impactos emocionais potencialmente
traumáticos, com repercussões futuras, deve se cuidar da existência de um
ambiente hospitalar amigo e afetuoso que deve envolve-la em todas as fases do
seu tratamento. Com este objetivo e
ainda de acordo com a “Carta de direitos da criança hospitalizada” deve-se
garantir em toda a sua permanência o acompanhamento em condições de conforto
pelos seus pais ou responsáveis e com
dissemos garantir a existência de corpo profissional vocacionado e
especializado.
- Completando este círculo virtuoso o ambiente físico – arquitetónico deve ser
confortável, os espaços de circulação e estadia amplos luminosos e ventilados e
a decoração artística deve ser alegre de forma a apaziguar e dar “asas” e
distração da fértil imaginação infantil. Estes requisitos que surgem utópicos e
desnecessárias aos olhos de uma gestão mercantilista, já estão a ser incorporados
nos hospitais pediátricos modernos, alguns deles são autênticas obras de arte arquitetónica e incorporam o preceito
moderno que considera de que a “Arquitetura
hospitalar é parte integrante do processo de cura.” Como exemplo vivo
destes conceitos sugerimos a visita dos sites dos Pediátricos que estão a ser
construídos em Dublin. Copenhaga,
Finlândia etc. (nota 3)
2ª
Conclusão da pesquisa:
- Dos sete
países europeus sem hospital pediátrico, quatro tem
populações inferiores 350 mil habitantes (H1),
-Todos os países
com mais de 15milhões de habitantes possuem um ou mais hospitais pediátricos no
seu território.
Considerações
sobre a 2ª conclusão:
- Os países com uma
população reduzida, (H1), com menos de 350 mil habitantes, não reúnem um universo significativo de crianças doentes
portadoras de patologias graves, complexas e raras que permitam ao seu corpo profissional de percorrer uma curva de aprendizagem e especialização consistentes e assim alcançar perfis de excelência no seu
tratamento, e que serão mais tarde
transmitidas as gerações seguintes.
Nestes países as crianças são tratadas em alas pediátricas dos
Hospitais Gerais e os casos mais graves e complexos são enviados para H. P. no estrangeiro
(como já aconteceu em Portugal, antes de o Pediatrico de Coimbra voltar a fazer
transplantes hepáticos e assim as
nossas crianças que eram enviadas com custos elevados enviadas para Espanha)
Esta capacidade de resposta é característica dos hospitais referencia terciários em que se
incluem os H. Pediátricos.
- As razões de ordem
económica, indissociáveis das anteriores, resultam da impossibilidade
dos países com universo populacional reduzido (neste estudo com menos de
350 000 habitantes de comportarem os custos financeiros necessários para
investimentos que que não podem
ser rentabilizados fora de uma
economia de escala. Incluem-se nestes
custos, os meios de diagnostico e de
tratamento de alto valor acrescentado, imprescindíveis no tratamento de algumas
patologias infantis. Em alternativa, as
crianças são tratadas em hospitais generalistas, com as limitações decorrentes,
em que partilham com os adultos vários serviços transversais., como se prevê no
futuro Hospital Generalista de Lisboa Oriental.
- Adicionalmente as razões acima expostas é fundamental realçar o papel dos H.P. como escolas de transmissão do
conhecimento pediátrico. Tratando-se de
centros de referência altamente especializados e que abrangem o universo da patologia pediátrica, assumem
por inerência o imprescindível papel de escolas de formação e centros de transmissão do saber que adquirido através da experiência e transmitidos entre várias gerações.
(O Hospital D. Estefânia por exemplo foi o berço da pediatria portuguesa)
- Em síntese os hospitais pediátricos caracteristicamente fazem
parte do parque hospitalar das capitais e metrópoles a partir de um limiar
populacional (que na Europa é de cerca de 350 mil/ 500mil habitantes, H2), e
são os centros pediátricos de referência terciários que atendem as áreas
geográfico e administrativas adjacentes. Cerca de 90% dos países europeus com mais de 350 mil
habitantes (H2-H3) dispõe na sua capital um H.P. (adenda 3)
3ª
CONCLUSÃO DA PESQUISA
Na
Europa 46 % dos Países com Hospital Pediatrico estão a proceder /
procederam qualquer tipo de reformas, renovação, etc. dos seus Hospitais pediátricos
Considerações
gerais sobre a 3ª conclusão
- O movimento de recuperação e
rejuvenescimento e construção de novos
H.P. que se assiste hoje na Europa
constitui uma prova viva e irrefutável de que eles
são considerados no
mundo civilizado o “Gold
Standard” de uma assistência hospitalar infantil terciaria de qualidade e
que sua existência se encontra alicerçada numa experiencia que remonta há cerca de dois seculos, que
alem de manter toda a
atualidade, se renova e
se projeta no futuro, e ao contrario do que
pretendem alguns gestores que
acreditamos por ignorância e insensibilidade
os consideram uma mera opção
entre outras suscetível de polemica e assim
eventualmente descartáveis.
-Neste movimento rejuvenescedor é obrigatório realçar os exemplos paradigmáticos de entre os quais
escolhemos o de Dublin (3) e que prova que é possível
“fazer diferente” do que se tem feito em Portugal
A saber:
-O projeto e construção do novo Hospital Pediatrico de Dublin,
não tem nada de” opaco e secreto” e ao contrário do que acontece em Portugal. Esta a ser custeado através do orçamento de Estado,
resultou da consulta e colaboração do corpo profissional num processo publico e
transparente que pode ser livremente consultado na Internet.
-O lançamento da “primeira pedra” do novo H.P. de Dublin
foi um cato solene de iniciativa do 1º
ministro e que mereceu o destaque de 1ª página nos jornais e outros média. Esta atitude demonstra que na Irlanda classe política e a
população que aquela deve representar, tem a sensibilidade e a consciência da
importância do bem-estar das suas crianças que são o futuro do seu país e por
isto os H.P- são acarinhados.
- Em contraponto em Portugal
um abaixo assinado com cerca 80.000 assinaturas dirigido ao Presidente
da República não mereceu qualquer intervenção política visível, assim como
muitas outras iniciativas
institucionais individuais e da Plataforma cívica. Este alheamento silencioso e
comprometido. contrasta com as declarações
jubilantes quando se trata de
campeonatos de futebol….
-O novo H. P. de Dublin esta a ser construído em pleno centro
histórico de Dublin, demonstra de que os Irlandeses têm consciência de que os centros históricos perdem a sua alma e tornam-se locais áridos quando
transformadas em zonas de condóminos de
luxo e de alojamento local como já acontecer em Lisboa Central gentrificação
pelo turismo e vistos Gold.
-A importância a que os
Irlandeses atribuem aos H.P ultrapassa o seu papel na saúde e estes fazem parte do património cultural e identitário e
afetivo do pais e são fator de coesão social e por isto são acarinhados pelas
populações e órgãos do poder político, o que infelizmente não esta a acontecer
em Portugal
CONVIDAMOS
ASSIM A TODOS OS LISBOETAS A SE UNIREM E DEFESA DO NOSSO PATRIMÓNIO E DO
HOSPITAL PEDIATRICO DE LISBOA.
Autor:
Pedro Paulo Machado Alves Mendes
Medico
Radiologista, reformado pelos CHLC, Hospital D. Estefânia
Membro
da Plataforma Cívica de Defesa do Hospital Pediátrico de Lisboa e do Património
do Hospital D. Estefânia
Lisboa,
15 de outubro de 2021.
https://campanhapelohde.blogspot.com/
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ADENDA 1: Denuncia de Presidente da
C.M.L em 2017, sobre o secretismo do processo que envolve a
Reorganização da Rede Hospitalar de Lisboa Central
“, com data de 7.7.2017,
um ofício da Srª Presidente da ARS LVT, acompanhado de um documento intitulado
“Rede de Equipamentos de Cuidados Secundários ou Hospitalares”, elaborado,
segundo informa o ofício, na sequência da reunião realizada nesse Ministério e
cujo conteúdo se destina à revisão da Carta de Equipamentos de Saúde.”
“Lamento que esta
informação, crucial para a cidade de Lisboa, não venha acompanhada de nenhum
estudo, nenhuma quantificação e nenhum suporte de planeamento da Rede
Hospitalar de Lisboa. Lamento igualmente que numa única página deste documento
se faça uma referência abreviada ao que se prevê para o novo Hospital de Lisboa
Oriental (HLO), com 875 camas, cuja entrada em funcionamento está prevista para
2023, e se assinalem “alterações após a entrada em funcionamento do HLO” para
as unidades incluídas no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) que passam
pelo seu desmantelamento ou descaracterização e que não foram democraticamente
decididas por ninguém, que se saiba»”
“Reclamamos mais uma
vez o direito e dever das populações em participar individual e
coletivamente no planeamento e prestação dos cuidados de saúde, direito e
dever, esses, aliás, consagrados no atual Plano Nacional de Saúde. Não
ignoramos os nossos deveres para com o bem público, mas não prescindiremos do
nosso direito a expressar, em nome da capital do país que nos elegeu, a nossa
profunda discordância quanto à matéria de que tomámos conhecimento por um mero ofício
da ARS-LVT e o nosso veemente protesto pela forma como estão a ser tomadas
decisões sobre um tema tão importante e sensível para a cidade. “
Lisboa, 25 de julho de
2017
A Presidente da
Assembleia Municipal”
ADENDA
2::
VERSÃO INTEGRAL DA PESQUISA NA INTERNET
ENCONTRA-SE EM DOCUMENTO EM ANEXO E PODE TAMBEM SER VISTA NO BLOG