domingo, 24 de outubro de 2021

AINDA É TEMPO DE CORRIGIR UM ERRO ! Uma proposta a analisar.

 Recebemos este texto por mail,. Por lapso de quem o enviou . não veio acompanhado da ultima pagina  com a  identificação do autor, falha que corrigiremos logo que possivel. 

Tratando-se de uma proposta  bem fundamentada e  que independente da nossa opinião  merece estar em cima da mesa e analisada conjuntamente com as outra  que  ao contrario desta, se encontram encerradas nos gabinetes.,,,,,

"Carta Aberta ao Sr. Primeiro-ministro

 

Ainda é tempo de corrigir um erro!

 

Vem de longe a ideia de reunir num só os chamados “hospitais civis de Lisboa”. Hoje são 6, a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), o Hospital Dona Estefânia (HDE), Hospital Curry Cabral (HCC), Hospital Santo António dos Capuchos (HSAC), Hospital de Santa Marta (HSM) e Hospital de São José (HSJ). Funcionalmente reunidos no Centro Hospitalar de Lisboa Central (agora universitário-U) (CHULC), estes seis hospitais são pilares da saúde em Lisboa e foram palco de importantes páginas da saúde, da ciência e da história de Portugal, uma das quais foi a realização da primeira angiografia por Egas Moniz (no Hospital de Santa Marta, então ligado à faculdade de Medicina). Houve também momentos dramáticos, como o socorro a Miguel Bombarda no dia do seu assassinato em 3/10/1910., ou com simbolismo religioso como a morte de Jacinta Marto (posteriormente canonizada) em fevereiro de 1920 no HDE.

A estes seis hospitais não se junta hoje o “braço” Psiquiátrico, o Hospital Miguel Bombarda, porque foi, entretanto, extinto em 2010, razão pela qual não há hoje neste conjunto um serviço de Psiquiatria (foi também extinto o Hospital do Desterro onde havia um importantíssimo serviço de dermatologia, hoje no HSAC e o hospital de São Lázaro, com a Ortopedia, hoje no HCC). Apesar de tudo o que aconteceu, entretanto, este é ainda um centro hospitalar munido de todas as áreas da medicina, com avançada tecnologia, e profissionais muito qualificados e experientes, fruto não só da formação médica em Portugal, mas também de uma continuidade histórica centrada na clínica e na passagem de conhecimentos ao longo de gerações de médicos e enfermeiros.

Neste centro hospitalar existem 3 urgências abertas 24 horas por dia, 365 dias por ano, ou seja, de ginecologia-obstetrícia (MAC), de pediatria (e respectivas subespecialidades- HDE) e de adultos (também com as suas especialidades-HSJ). Pode dizer-se que, contando com a continuidade temporal com o histórico Hospital de Todos os Santos, a urgência está aberta desde os descobrimentos no século XVI. A mudança fez sempre parte deste conjunto de hospitais, assim como a sua capacidade de, mais do que acompanhar, ser motor de avanços científicos e médicos. Lembramos o nascimento, ainda recente, de um bebé de uma mãe longo tempo sustentada em morte cerebral, um dos poucos casos no mundo ou as centenas de transplantes de fígado, rim, coração e pulmão que aqui têm lugar. Nem sempre é perceptível pelo público a complexidade e importância do que se faz nesta enorme instituição.

            Estando há anos em curso um processo de fusão de instalações, com avanços e recuos, pensamos que uma resolução responsável deste processo será fundamental para a saúde não só na cidade de Lisboa, mas também do país, pois como centro de referência, aqui são recebidos doentes de todo o continente e ilhas e, particularmente no HDE, muitos provenientes dos PALOP.

A solução até agora proposta tem sido o simples encerramento dos hospitais e a sua fusão num só, o agora chamado Hospital de Lisboa Oriental, visto que o nome originalmente proposto o de Hospital de Todos os Santos , com ressonância histórica e agregativa, teve de ser sacrificado por displicência do Ministério da Saúde na litigação com entidade privada. (ver imagem 2). Esta solução parece-nos perigosa e insuficiente. Perigosa porque a concentração num só edifício de uma realidade médica complexa e muito extensa irá retirar a elasticidade e a capacidade de adaptação que estes 6 edifícios têm proporcionado ao centro hospitalar. Recordamos que o CHULC tem uma capacidade harmónica, isto é, de aumento de camas, bastante grande e que, com a pandemia Covid-19, foi fundamental não só para poder responder à brutal procura de camas de cuidados intensivos e de enfermaria, mas também contar com espaços livres e separados fisicamente entre si para poder conter o contágio do vírus dentro da instituição. Não deixa de ser paradigmático que, em instalações que se pensavam já dispensáveis, foi no quase defunto Hospital de São Lázaro que foi possível montar o atendimento Covid-19 de ambulatório ou vacinar mais de 800 profissionais de saúde num só dia!

Perigosa ainda porque sabe que, em caso de sismo, será mais prudente ter instalações suficientes com diversos edifícios do que estar confinado a apenas um numa zona periférica da cidade. Outras calamidades, quer sanitárias quer ambientais, podem, no médio e longo prazo, surpreender-nos. O centro hospitalar será sempre chamado a estar na “linha da frente” de todos esses combates.

Não ignoramos os custos de manutenção e transporte actualmente existentes entre edifícios. Por isso, pensamos que a solução mais inteligente, mais duradoura e mais segura seria manter o hospital Dona Estefânia, aproveitar o terreno e alguns edifícios do Hospital Miguel Bombarda para fazer um centro de ambulatório onde os acessos de transportes são acessíveis para o doente, e recorrer ao terreno hoje da Academia Militar (AM) (contígua ao HDE e HMB) para a construção da componente de internamento e urgência de adultos, incluindo uma Maternidade. A proximidade entre estes três espaços (ver imagem 1) permitiria abrir corredores de circulação, eliminando os custos de transporte (uma das principais queixas das administrações), manter o hospital Dona Estefânia e a sua mais valia para a saúde infantil em Portugal, e ter uma urgência de adultos e respectivos serviços hospitalares num terreno grande, o da academia militar, com bons acessos e heliporto, separados da zona de ambulatório (o que traria vantagens logísticas e epidemiológicas) por uma rua (a rua Dona Estefânia). Esta solução permitiria ainda manter o hospital junto da Faculdade de Ciências Médicas, ao qual está ligado, como grande centro universitário. A ligação entre a maternidade e o HDE , separados por uma rua (rua Jacinta Marto) permitiria finalmente recriar um importante polo materno-infantil. A proximidade com a faculdade (há poucos anos com um conjunto renovado de edifícios e biblioteca) é vital para o progresso científico da saúde num dos maiores hospitais do país. Além de tudo isto, a questão fundamental do número atual de camas, cuja redução prevista para o hospital de Lisboa Oriental trará problemas insolúveis à gestão dos recursos de saúde na cidade de Lisboa, ficaria também resolvida. Tão importante como o número absoluto das camas é a especificação das mesmas. A nova estrutura hospitalar programada não responde à emergência de situações pandémicas, pois não tem nem vocação nem muito menos espaço para albergar e isolar serviços de infeciologia com a dimensão dos atuais nos hospitais HCC e HDE. Seria também avisado manter pelo menos parte dos edifícios e terreno envolvente do HCC como reserva para as tais situações epidemiológicas extremas – pandemias- ou catástrofes naturais.

Lembramos que a ideia de retirar hospitais do centro das cidades já teve o seu tempo. Por exemplo, em Paris o Hôtel Dieu não fechou. Madrid, Roma, Barcelona, Londres , Berlim são também cidades europeias em que grandes hospitais centenários e localizados no seu centro urbano não foram encerrados , pelo contrário têm beneficiado de obras de rejuvenescimento. Seremos nós melhores planificadores que as autoridades de saúde e municipais desses países? Ou seremos nós que estaremos a ir a contra-ciclo, tomando decisões irreversíveis, com prejuízo para a saúde dos nossos cidadãos? Acrescentamos, ainda, que os terrenos do HDE foram destinados legalmente à saúde infantil. Sabemos que existem diversos interesses em conflito no espaço urbano, desde logo actividades turísticas, habitação e serviços sobre os quais não nos pronunciamos. Contudo, estando em curso em Lisboa a retirada de instalações militares do centro da cidade, uma troca de terrenos com o Ministério de Defesa abriria a possibilidade de haver melhorias muito grandes para a saúde de todos, mantendo-se o terreno do agora futuro hospital oriental disponível para a construção de habitação,  (a que entretanto foi anunciada para ser feita no terreno do hospital Miguel Bombarda), e ainda, enormes áreas e edifícios para destinos vários em todos os outros hospitais a desocupar: MAC, HSJ, HSAC,  HSM e uma parte do HCC .

Senhor Primeiro-ministro apelamos ao seu sentido de estado e à natural vontade de deixar um legado duradouro aos portugueses. A construção de uma unidade hospitalar com esta dimensão, correspondente á que foi a do Hospital Santa Maria na década de 50 para o Estado Novo, não pode estar envolta em secretismo dentro de gabinetes dos ministérios da Saúde e das Finanças. Tem de ser debatida por todos os interessados, profissionais, utentes, munícipes e autarcas. Não há memória num país desenvolvido e democrático em que isto não tenha acontecido.

Se isso tivesse acontecido desde a génese do processo, seguramente não estaríamos aqui , mas nunca é tarde para corrigir um erro, depois será tarde de mais e ninguém ficará a ganhar."

 

 

Figura 1 : imagem aérea do terreno do HMB, Academia Militar e HDE

 

 

 

Imagem 2: terreno do futuro hospital de Lisboa Oriental.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

ANALISE ESTATISTICA SOBRE OS HOSPITAIS PEDIATRICOS EUROPEUS - OS INTERESSES 0BSCUROS ENVOLVIDOS NO PLANO DE ENCERRAMENTO DO HOSPITAL D. ESTEFÂNIA

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OS HOSPITAIS PEDIATRICOS NA EUROPA

 

INDICE 

I- NOTA PRÉVIA:  OS  ACTORES ENVOLVIDOS NO FUTURO ENCERRAMENTO DO HOSPITAL PEDIATRICO DE LISBOA-.

II-ANALISE ESTATISTICA SOBRE O HOSPITAIS PEDIATRICOS EUROPEUS.                       

III- CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE OS  RESULTADOS APURADOS NA PESQUISA  

 

I –NOTA PRÉVIA :

 “ OS  ACTORES ENVOLVIDOS PELO FUTURO ENCERRAMENTO DO HOSPITAL PEDIATRICO DE LISBOA”

As razões que nos levaram a fazer uma pesquisa sobre a importância dos    Hospitais Pediátricos (H.P.)  nos paises europeus ,  surpreenderia  os profissionais de saúde de qualquer um   daqueles países, em que o   reconhecimento do papel fundamental destas instituições é um valor histórico e cultural consensualmente adquirido.                                                                       

Estamos certos que para alem de surpresos ,   se mostrariam  incrédulos ao tomarem o conhecimento de que os gestores do Ministério da Saúde de um qualquer governo, se propusesse arbitrariamente a encerrar o H.P. da sua capital, como pretendem fazer em Lisboa.

 De  incrédulos passariam a estar indignados,  caso lhes informassem   de que esta decisão teria por único objetivo aumentar   as margens de lucro que o   parceiro privado da Parceria Publico Privada (P.P.P) pretende auferir com a construção do Hospital de Lisboa Oriental  ,  para onde  pretendem transferir os restos do Hospital Pediatrico de Lisboa, D, Estefânia, reduzindo-o à uma incaracterística ala pediátrica do “ seu “ hospital generalista  pré formatado.

O Hospital de Lisboa Oriental será construído em regime de P.P.P.  e parte substancial dos seus custos serão suportados por um empréstimo de 300 milhões de euros, com   juros residuais que será  concedido ao “Parceiro” Privado pelo Banco Europeu de Investimento (B.E.I.)  

A renda paga pelos contribuintes (parceiro publico) durante os trinta anos de vigência do  contrato com parceiro Privado, engloba para alem da  amortização do capital e  os juros do empréstimo B.E.I. a mais valia  que o parceiro privado receberá pela transação. (Nota 1)

A   mais valia auferida pelo “parceiro” privado neste “negocio” resulta  de  duas variantes:

-A primeira corresponde a sobre taxa de juro que este vier a cobrar ao Estado e que pode chegar a ser  dez vezes superior à da que contratualizou com B.E.I             - A segunda,   corresponde aos custos de   construção do futuro hospital que não poderão ultrapassar os do montante do valor do empréstimo contraído de forma  a garantir que o  “negócio seja rentável”

-Estas duas razões explicam a oposição muda  dos gestores representantes do “parceiro privado na construção de um novo HP no Campus do futuro Hospital Oriental noVale de Chelas pois este encareceria os preços de construção que pretendem o mais baratos possível. Opõem-se ainda porque   impossibilitaria  a “rentabilização” do terreno envolvente, que já destinaram a atividades lucrativas como por exemplo um parque estacionamento pago que será explorado pelo operador privado.  

-Alem, destas razões, somam-se as pressões dos operadores dos hospitais privados que já contabilizam nas suas carteiras os lucros de mais esta “fatia “do SNS que subtrairão ao sector publico.

A opacidade e secretismo de que se tem revestido este processo explica-se por estarmos, não em presença de uma “Reforma Hospitalar”, mas de um “negocio de bastidores” cujos interesses financeiros estão em conflito dissimulado com os dos   contribuintes e da população de Lisboa.

 Como demonstraremos nas páginas seguintes, a presente pesquisa cumpriu os seus objetivos e veio a   confirmar   de forma inequívoca o papel fundamental que é reservado aos Pediátricos na rede hospitalar de cuidados diferenciados em Pediatria na Europa e mundo desenvolvido.

Nos dados recolhidos não contabilizamos o Estado Capital do Vaticano, cujos   serviços de saúde estão integrados nos de Roma Itália.

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II -ANALISE ESTATISTICA SOBRE O HOSPITAIS PEDIATRICOS EUROPEUS.

 

METODOLOGIA DA COLECTA DOS DADOS 

 

Com o propósito de caracterizar e quantificar a   distribuição dos hospitais pediátricos (H.P) nos 49 países europeus, atendemos a quatro tipos de possibilidades:

1- Países sem hospital pediátrico.

2- Países com hospital pediátrico na capital

3- Países com hospitais pediátricos noutras cidades

4- Países com   planos aprovados ou   que já se encontrem em execução ou já concretizados para a realização de obras de renovação ou construção um novo hospital pediátrico ou centro materno-infantil.

 

-Nos diversos subgrupos agregou-se a informação aproximada do número de habitantes do Pais, codificada pela letra “H” por ordem crescente (H1 -H2- H3), divisão esta empírica que se auto justificou por encontrar correspondência no universo do presente estudo, e que deverá ser aperfeiçoada.

Por exemplo, a escolha do   limite inferior H1 justificou-se por corresponder ao Pais com menor número de habitantes (360 mil) com Hospital Pediatrico na sua capital (Islândia). A escolha do limite superior (H3) correspondeu aos países com mais de   15 milhões de habitantes, pois todos com este limiar de população  dispõe de mais do que um   Hospital Pediatrico no seu território.

Infere-se desta forma que   a demografia de um dado território se relaciona diretamente com a existência de um Hospital Pediatrico.

Códigos de classificação utilizados consoante a demografia, número de habitantes num dado Pais

H1 - menos que 350 mil   habitantes

H2 – com mais de 350 mil e até 15 milhões de habitantes

H3- mais de 15 milhões de habitantes

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SINTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA – (VER ANEXO 2 COM A PESQUISA INTEGRAL)

 

 Pais- Capital 

Número habitantes (H)

Não tem Hosp. Ped. na capital

Tem   Hosp. Ped. na capital

Tem   H. Ped  outras cidades

Tem H.P. em renovação, construção novo

1 - Albânia Tirana

 

2,8 milhões (H3)

    

X

 

X

2-Alemanha – Berlim

83   milhões (H4)

       X

 

#2X

X

3-Andorra- Andorra a Velha

78 mil (H1)

#     X

 

 

 

4-Austria – Viena

9 milhões (H2)

 

X

 

 

5-Bélgica – Bruxelas

11,5 milhões (H2)

 

X

 

X

6-Bielorrússia Minsk

10 milhões (H3)

 

  X

 

 

7- Bósnia e Herzegovina: Sarajevo;

 3,3 de milhões (H2)

        X

 

 

 

8-Bulgária – Sofia

7,4   milhões (H2)

        X

 

 

X

9-Cazaquistão-Astana

18,5 milhões (H3)

 

X

 

X

10-Chipre-Nicósia

875mil (H2)

 

X

 

 

11-Croácia – Zagreb

4,7 milhões (H2)

 

X

 

 

12-Dinamarca – Copenhague

5,8 milhões (H3)

 

X

 

X

13-Eslováquia – Bratislava

5,5 milhões (H2)

 

X

 

 

 

14-Eslovênia – Liubliana

2,0 milhões (H2)

 

X

 

X

15-Espanha – Madrid

47 milhões (H3)

 

X

#X

 

16-Estônia: Tallinn

1,3 milhões (H2)

 

X

 

X

17-Finlândia Helsinki

5,3 milhões (H2)

 

X

 

X

18-França Paris

67 milhões (H3)

 

X

#2 X

X

19-Grécia – Atenas

8 milhões (H2)

 

X

 

 

20-Hungria -Budapest

10 milhões (H2)

 

X

 

 

21-Irlanda- Dublin 

5 milhões (H2)

 

X

 

X

22-Islândia-  Reykjavik

360 mil    ( H2)

 

X

 

X

23-Itália – Roma

60,5 milhões (H3)

 

X

#2X

 

24-Letônia – Riga

1,9 milhões (H2)

 

X

 

 

25-Liechtenstein Vaduz

39 mil (H1)

     #  X

 

 

 

 

 

 

 

 

 

26-Lituânia Vilnius

2,7 milhões     ( H2)

 

X

 

 

27-Luxemburgo

500 mil              ( H2) 

 

X

 

 

28- Moldávia-Chisnau

2,7 milhões (H2)

 

X

 

 

29-Mônaco Mônaco

39 mil    (H1)

      # X

 

 

 

30- Montenegro Podgorica

630mil   (H2)

         X

 

 

X

31 - Noruega Oslo

 

5,5 milhões (H2)

 

X

 

X

32 - Holanda Países Baixos -Amsterdão

 

17 milhões H3)

 

X

 

 

33 - Polônia Varsóvia

 

38 milhões (H3)

 

X

 

X

34 - Portugal Lisboa

 

10,3 milhões (H2)

 

X

X

 

35-República Tcheca Praga

 

10,7milhões (H2)

 

X

 

 

 

36 - Macedónia Skopje

 

2,7 milhões (H2)

 

X

 

 

38- Inglaterra   Londres

 

56 milhões (H3)

 

X

 

X

39- Irlanda do Norte Belfast

1,9 milhões (H2)

 

X

 

 

40 - Escócia Edimburgo

 

5,5 milhões (H2)

 

X

 

X

41 - País de Gales   Cardiff

 

3,7 milhões(H2)

 

X

 

X

42- Romênia: Bucareste

 

3,7 milhões (H2)

 

X

 

X

43- Rússia Moscou

144 milhões (H3)

 

X

#X

 

44- San Marino San Marino

 

 34 mil (H1)

     #  X

 

 

 

45 - Sérvia:  Belgrado

 

8,7 milhões (H2)

 

X

 

X

46 - Suécia Estocolmo

 

10,2 milhões (H2)

 

X

 

 

47 - Suíça – Lausanne

 

8 milhões (H2)

 

X

 

X

48 - Turquia   - Ancara

 

84 milhões (H3)

 

X

 

         X

49- Ucrânia Kiev

 

44 milhões (H3)

 

X

#X

X

50- Vaticano - Vaticano / Roma

 

1mil (H1)

 

X

Não contabilizado

 

 

TOTAIS

 

8-  SHPC

41-CHPC

 7- HPOC

        23

 

 

RESULTADOS DA PESQUISA:  NUMERO, CARACTERISTICAS E LOCALIZAÇÃO DOS HOSPITAIS PEDIATRICOS NOS PAISES EUROPEUS:

I – Países sem Hospital Pediátrico na Capital 

                                      H1- 4

                                      H2- 3

                                      H3- 1

                              TOTAL: 8

Quatro dos países sem Hospital Pediatrico tem populações inferiores a 350 mil habitantes.

 

   II- Países com Hospital Pediátrico na Capital:

                                        H1-0

                                        H2- 33

                                        H3- 8

                             TOTAL: 41 (83%)

                                     

-CAPITAIS EUROPEIAS COM H.P: 41 (83%)

- PAISES EUROPEUS COM MAIS DE 350 MIL HABITANTES COM H.P. = 46 / 95%

-PAISES EUROPEUS COM MAIS 15 MILHÕES DE HABITANTES COM H.P.: 100%

1º CONCLUSÃO:

- Oitenta e três por cento dos países Europeus tem um Hospital Pediátrico na sua capital

 -Todos estes países têm populações acima dos 350 mil habitantes (H2 e H3)

2ª CONCLUSÃO:

- Dos   sete   países europeus sem hospital pediátrico, quatro tem populações inferiores a 350 mil habitantes (H1),

-Todos os países com mais de 15milhões de habitantes possuem um ou mais hospitais pediátricos no seu território.

 

II-B - Com Hospital Pediátrico renovado, com projeto arquitetónico em execução ou novo na Capital do Pais

                                       H1- 0

                                       H2- 4

                                       H3- 11

                                      TOTAL: 23   / 46%

 

3ª CONCLUSÃO

 Na   Europa 46 % dos Países com Hospital Pediatrico estão a proceder / procederam qualquer tipo de reformas, renovação, etc.  dos seus Hospitais pediátricos

III -Países com Hospital Pediátrico noutras cidades:

                                        H1- 0

                                        H2- 

                                        H3- 7

                                       TOTAL: 7

 

TOTAL DE HOSPITAIS PEDIATRICOS EXISTENTES /   EM FUNCIONAMENTO NOS 49 PAISES EUROPEUS: 51

 

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III- CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE OS  RESULTADOS APURADOS NA PESQUISA

 

1º CONCLUSÃO DA PESQUISA

De acordo com esta pesquisa, oitenta e três por cento dos países Europeus tem um Hospital Pediátrico na sua capital. Todos estes países têm populações acima dos 350 mil habitantes (H2 e H3)

 

Considerações:

-O aparecimento de Hospitais Pediátricos na Europa acompanhou par e passo a progressiva tomada de consciência pela sociedade de que a criança é   dotada de uma especificidade psico fisiológica e físico patológica próprias   que as distinguem   do adulto” em consequência para o seu desenvolvimento pleno implica que sua individualidade deve ser respeitada em todas as circunstâncias.

- A tomada de consciência desta especificidade e dos   direitos da infância correspondeu a    um salto civilizacional e cultural da   humanidade que teve início há cerca de duzentos anos. Um dos   marcos históricos deste progresso foi a    inauguração em Paris em 1802   do   1º Hospital Pediatrico do mundo, Les Enfants Maladie- Necker, Nota 2) localizado no centro de Paris e que recentemente foi remodelado e ampliado.  Existe uma relação indissolúvel entre   nascimento   e desenvolvimento da    pediatria, com suas múltiplas subespecialidades e o aparecimento dos H.P.; inter-relação esta de que o H. D. Estefânia é um exemplo.

-A implementação destas premissas   foi   gradual e   traduziu-se ao longo destes dois seculos na formulação e concretização de múltiplas orientações    normativas.  A “Carta de Direitos da Criança Hospitalizada” formulada em 1988 por consenso de várias associações pediátricas reunidas em Leiden (3) é um   exemplo   deste esforço de aprimoramento. Aquela Assembleia redigiu   um conjunto de   regras orientadores de aplicação universal.   Dentre estas, sublinhamos   duas que consideramos   estruturantes:                                                                                                                              

1ª – A   que exige a separação   entre os circuitos e espaços   atendimento dos   adultos e as crianças.

2ª – A que considera que atendimento infantil deve ser estar ao cuidado de profissionais especializados

 Estas duas regras    são hoje   condição necessária     para a obtenção por parte de   qualquer Hospital Distrital ou Central   do certificado de “Acreditação Internacional “. Apesar de estas se reportarem ao atendimento infantil nos Hospitais generalistas, consideramos que só podem alcançar a sua realização integral nos hospitais pediátricos, construídos de raiz para o atendimento da infância.

- Adicionalmente no atendimento hospitalar pediátrico   é fundamental o respeito das   características da psique infantil ainda em estruturação, que é   sensível e impressionável e tem dificuldade de racionalizar   os atos diagnósticos e terapêuticos sejam em seu benefício e não uma agressão injustificada.

- Para minorar estes impactos emocionais potencialmente traumáticos, com repercussões futuras, deve se cuidar da existência de um ambiente hospitalar amigo e afetuoso que deve envolve-la em todas as fases do seu tratamento.  Com este objetivo e ainda de acordo com a “Carta de direitos da criança hospitalizada” deve-se garantir em toda a sua permanência o acompanhamento em condições de conforto pelos seus pais ou responsáveis   e com dissemos garantir a existência de corpo profissional vocacionado e especializado.

- Completando este círculo virtuoso o   ambiente físico – arquitetónico deve ser confortável, os espaços de circulação e estadia amplos luminosos e ventilados e a decoração artística   deve ser   alegre de forma a apaziguar e dar “asas” e distração da fértil imaginação infantil. Estes requisitos que surgem utópicos e desnecessárias aos olhos de uma gestão mercantilista, já estão a ser incorporados nos hospitais pediátricos modernos, alguns deles são autênticas   obras de arte arquitetónica e incorporam o preceito moderno que considera de que a “Arquitetura   hospitalar é parte integrante do processo de cura.” Como exemplo vivo destes conceitos sugerimos a visita dos sites dos Pediátricos que estão a ser construídos em    Dublin. Copenhaga, Finlândia etc.  (nota 3)

 

2ª Conclusão da pesquisa:

- Dos   sete   países europeus sem hospital pediátrico, quatro tem populações inferiores 350 mil habitantes (H1),

-Todos os países com mais de 15milhões de habitantes possuem um ou mais hospitais pediátricos no seu território.

Considerações sobre a 2ª conclusão:

-  Os países com uma população reduzida, (H1), com menos de 350 mil habitantes, não reúnem um   universo significativo de crianças doentes portadoras de patologias graves, complexas e raras   que permitam   ao seu corpo profissional de percorrer   uma curva de aprendizagem e   especialização consistentes e assim   alcançar perfis de excelência no seu tratamento, e que serão mais tarde   transmitidas as gerações seguintes. 

Nestes países as crianças são tratadas em alas pediátricas dos Hospitais Gerais e os casos mais graves e complexos são enviados para H. P. no estrangeiro (como já aconteceu em Portugal, antes de o Pediatrico de Coimbra voltar a fazer transplantes hepáticos e assim   as nossas crianças que eram    enviadas com custos elevados enviadas para Espanha) Esta capacidade de resposta é característica dos   hospitais referencia terciários em que se incluem os H. Pediátricos.

- As razões de ordem   económica, indissociáveis das anteriores, resultam da impossibilidade dos países com universo populacional reduzido (neste estudo com menos de 350 000 habitantes de comportarem os custos financeiros necessários para investimentos que   que não podem ser    rentabilizados fora de uma economia de escala.  Incluem-se nestes custos, os   meios de diagnostico e de tratamento de alto valor acrescentado, imprescindíveis no tratamento de algumas patologias infantis.   Em alternativa, as crianças são tratadas em hospitais generalistas, com as limitações decorrentes, em que partilham com os adultos vários serviços transversais., como se prevê no futuro Hospital Generalista de Lisboa Oriental.

- Adicionalmente as razões acima expostas é   fundamental realçar o papel dos   H.P. como escolas de transmissão do conhecimento pediátrico.  Tratando-se de centros de referência altamente especializados e que abrangem o   universo da patologia pediátrica, assumem por inerência o imprescindível papel de escolas de formação e   centros de transmissão do saber que   adquirido através da   experiência e transmitidos entre várias gerações. (O Hospital D. Estefânia por exemplo foi o berço da pediatria portuguesa)

- Em síntese os hospitais pediátricos caracteristicamente fazem parte do parque hospitalar das capitais e metrópoles a partir de um limiar populacional (que na Europa é de cerca de 350 mil/ 500mil habitantes, H2), e são os centros pediátricos de referência terciários que atendem as áreas geográfico e administrativas adjacentes. Cerca de   90% dos países europeus com mais de 350 mil habitantes (H2-H3) dispõe na sua capital um H.P. (adenda 3)

 

3ª CONCLUSÃO DA PESQUISA

 Na   Europa 46 % dos Países com Hospital Pediatrico estão a proceder / procederam qualquer tipo de reformas, renovação, etc.  dos seus Hospitais pediátricos

 

 

Considerações gerais sobre a 3ª conclusão

 - O  movimento de recuperação e rejuvenescimento  e construção de novos H.P. que se assiste hoje na Europa  constitui uma prova  viva e   irrefutável de   que eles  são  considerados  no   mundo civilizado   o “Gold Standard” de    uma assistência   hospitalar infantil terciaria de qualidade e que   sua existência se encontra   alicerçada numa experiencia que   remonta há cerca de dois seculos,   que  alem de  manter  toda a  atualidade,  se renova  e  se  projeta no  futuro, e  ao contrario  do que  pretendem alguns gestores  que acreditamos por ignorância e insensibilidade  os consideram  uma mera opção entre outras suscetível de  polemica e assim eventualmente descartáveis.  

-Neste movimento rejuvenescedor    é obrigatório realçar os   exemplos paradigmáticos de entre os quais escolhemos o de Dublin (3) e que prova que é possível “fazer diferente” do que se tem feito em Portugal                  

A saber:

-O projeto e construção do novo Hospital Pediatrico de Dublin, não tem nada de” opaco e secreto” e ao contrário do que acontece em Portugal.  Esta a ser custeado através do orçamento de Estado, resultou da consulta e colaboração do corpo profissional num processo publico e transparente que pode ser livremente consultado na Internet. 

-O lançamento da “primeira pedra” do novo H.P. de Dublin foi   um cato solene de iniciativa do 1º ministro e que mereceu o destaque de 1ª página nos jornais e outros média.   Esta atitude   demonstra que na Irlanda classe política e a população que aquela deve representar, tem a sensibilidade e a consciência da importância do bem-estar das suas   crianças que são o futuro do seu país e por isto os H.P- são acarinhados.

- Em contraponto em Portugal   um abaixo assinado com cerca 80.000 assinaturas dirigido ao Presidente da República não mereceu qualquer intervenção política visível, assim como muitas    outras iniciativas institucionais individuais e da Plataforma cívica.   Este alheamento silencioso e comprometido.  contrasta com as declarações jubilantes   quando se trata de campeonatos de futebol….

-O novo H. P. de Dublin esta a ser construído em pleno centro histórico de Dublin, demonstra de que os Irlandeses têm consciência de   que os centros históricos perdem   a sua alma e tornam-se locais áridos quando transformadas em zonas   de condóminos de luxo e de alojamento local   como já acontecer em Lisboa Central gentrificação pelo turismo e vistos Gold. 

-A   importância a que os Irlandeses atribuem aos H.P ultrapassa o seu papel na saúde e estes fazem   parte do património cultural e identitário e afetivo do pais e são fator de coesão social e por isto são acarinhados pelas populações e órgãos do poder político, o que infelizmente não esta a acontecer em Portugal

CONVIDAMOS ASSIM A TODOS OS LISBOETAS A SE UNIREM E DEFESA DO NOSSO PATRIMÓNIO E DO HOSPITAL PEDIATRICO DE LISBOA.

 

Autor: Pedro Paulo Machado Alves Mendes

Medico Radiologista, reformado pelos CHLC, Hospital D. Estefânia

Membro da Plataforma Cívica de Defesa do Hospital Pediátrico de Lisboa e do Património do Hospital D. Estefânia

Lisboa, 15 de outubro de 2021.

https://campanhapelohde.blogspot.com/

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ADENDA 1: Denuncia de Presidente da C.M.L  em 2017,  sobre o secretismo do processo que envolve a Reorganização da Rede Hospitalar de Lisboa Central

“, com data de 7.7.2017, um ofício da Srª Presidente da ARS LVT, acompanhado de um documento intitulado “Rede de Equipamentos de Cuidados Secundários ou Hospitalares”, elaborado, segundo informa o ofício, na sequência da reunião realizada nesse Ministério e cujo conteúdo se destina à revisão da Carta de Equipamentos de Saúde.”

 

“Lamento que esta informação, crucial para a cidade de Lisboa, não venha acompanhada de nenhum estudo, nenhuma quantificação e nenhum suporte de planeamento da Rede Hospitalar de Lisboa. Lamento igualmente que numa única página deste documento se faça uma referência abreviada ao que se prevê para o novo Hospital de Lisboa Oriental (HLO), com 875 camas, cuja entrada em funcionamento está prevista para 2023, e se assinalem “alterações após a entrada em funcionamento do HLO” para as unidades incluídas no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) que passam pelo seu desmantelamento ou descaracterização e que não foram democraticamente decididas por ninguém, que se saiba»”

 

 

“Reclamamos mais uma vez o direito e dever das populações em participar individual e coletivamente no planeamento e prestação dos cuidados de saúde, direito e dever, esses, aliás, consagrados no atual Plano Nacional de Saúde. Não ignoramos os nossos deveres para com o bem público, mas não prescindiremos do nosso direito a expressar, em nome da capital do país que nos elegeu, a nossa profunda discordância quanto à matéria de que tomámos conhecimento por um mero ofício da ARS-LVT e o nosso veemente protesto pela forma como estão a ser tomadas decisões sobre um tema tão importante e sensível para a cidade. “

 

Lisboa, 25 de julho de 2017

 

A Presidente da Assembleia Municipal”

 

ADENDA 2::

VERSÃO INTEGRAL DA PESQUISA NA INTERNET ENCONTRA-SE EM DOCUMENTO EM ANEXO E PODE TAMBEM SER VISTA NO BLOG

 


ADENDA 3

A Alemanha (H3) será uma exceção ao acima exposto, pois  apesar de a sua capital Berlim  não ter Hospital Pediátrico ela  dispõe deste equipamento em pelo menos em duas   capitais distritais/ regionais, sendo um deles construído de novo (Hamburgo)

-Outra exceção, a Bulgária, com uma população de cerca de 1000 000 de habitantes (H2-H3) e que per si justificaria a existência daquele equipamento na sua capital, tem um projeto para reconstruir um antigo desativado., opção contestada pela população que  se organizou num movimento cívico com o objetivo de construir um novo de raiz.

- Ao par da   Alemanha, pelo menos quatro países europeus, incluindo Portugal, disporem do seu H.P. na capital também os tem em outras cidades do seu território, contabilizando-se um total de pelo menos sete e que se somando aos outros 40 existentes nas capitais, perfazem um conjunto de   48 hospitais pediátricos   em funcionamento nos 50 países do espaço geográfico europeu. 

 

NOTAS

Nota 1- https://www.publico.pt/2013/10/24/sociedade/noticia/consorcio-exige-indemnizacao-se-concurso-para-novo-hospital-for-anulado-1610194

Nota 2- https://fr.wikipedia.org/wiki/H%C3%B4pital_Necker-Enfants_malades

Nota 3-Carta da Criança Hospitalizada

http://www.spp.pt › carta_crianca_hospitalizada_spp

Nota 4 -

Copenhague children's hospital - børneriget | 3xn architects ...

https://3xn.com › project › copenh...

Helsinki's New Children's Hospital

Irelands New Children's Hospital - Dublin

https://www.newchildrenshospital.ie

 

 

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