Por outras palavras:
Caso averiguemos sobre os motivos que estão na origem de "Obra ou Instituição de Serviço Publico" , permite-nos a avaliar a consistência dos seus objectivos e desta forma melhor compreender as causas do seu sucesso e longevidade ou pelo contrario do seu declínio ou revés
Utilizaremos
este método ao Hospital Pediátrico de Lisboa que no Dia 17 de Julho passado comemorou 137 Anos . Analisaremos em seguida as
motivações que estiveram na origem da criação do Hospital D. Estefânia , contrapondo-as a seguir, as motivações que estão na
origem da sua diluição no Centro Hospitalar de Lisboa Central
e a sua futura destruição quando da transferência para o futuro HTS.
1- As motivações que estiveram na origem da
construção do Hospital D. Estefânia
A
futura Rainha D. Estefânia , dotada de uma personalidade inteligente e sensível e com preocupações sociais , beneficiou de uma educação que aprimorou as suas qualidades naturais. Foi influenciada pelo ambiente de progresso civilizacional que se vivia então na Europa Moderna. A partir da Revolução Francesa
deram-se passos decisivos na compreensão da especificidade Psico biológica da criança e dos os seus direitos. Estes avanços se reflectiram em muitos campos e entre
eles , na criação do Hospitais Pediatricos ,
que passados mais de cem anos, , são ainda centros de referência e os principais responsáveis
pela criação conhecimento nas múltiplas áreas em que se ramificou a pediatria.
D.
Estefânia , já como Rainha de Portugal veio a beneficiar –nos com esta sua visão progressista e culta. Ao invés de actividades fúteis, dedicava
os seus tempos livres a visitava dos doentes hospitalizados. Ao se deslocar as enfermarias do H.S.José chocava-se e
criticava a falta de condições e
promiscuidade a que estavam votadas as
crianças internadas.
A
rejeição daquele ambiente ainda
medieval constituiu a motivação causal que a tomar a levou a tomar iniciativa de construir um Hospital Pediátrico para Lisboa.
Para concretizar esta ideia, não se ficou só
por palavras e decretos de boas
intenções , despojou-se do
seu dote de casamento e dou-o para aquele fim . Só depois da sua morte , D. Pedro V e D.
Luís conseguiram concluir aquele sonho
A
sua inspiração e obra foram um sucesso e que perdura já há quase um século e meio. O apreço por aquela
instituição dispensa palavras
Ainda recentemente cerca de 80.000
portugueses reuniram-se num
abaixo assinado, enviado ao Presidente da Republica protestando contra a desactivação e
destruição em curso , mas sem
nenhuma consequência. Infelizmente a inter relação entre as elites politicas e o poder financeiro corrompeu todas as instituições democraticas.
Concluindo
, sintetizamos as duas motivações
que estão na origem da concretização e sucesso desta obra:
-
O amor e dedicação de D. Estefânia a infância, caracteristicamente
frágil e desprotegida
-
O despojo
dos seus próprios bens materiais de forma que aquele objectivo se
concretizasse.
A
titulo de curiosidade citamos que as crónicas da época que opositores ao projecto argumentavam que a construção de
um Hospital dedicado as crianças
era um luxo injustificado nas condições de pobreza do Pais.
2- Analisemos agora as motivações que estão
subjacentes a sua actual desarticulação agora e na origem do actual projecto do HTS.
Os argumentos e motivações teóricas daqueles que se empenham e conduzem a destruição do
hospital pediátrico de Lisboa sintetizam-se nas três preposições que se seguem :
·
O Pais
é pobre e que assim apesar
de desejável a existência de um Hospital Pediátrico,
este esta acima das
nossas posses.
·
Um Hospital Generalista indiferenciado é mais económico e funcional pois
permite aproveitar espaços, equipamentos e pessoal qualificado.
·
Que os Hospitais Pediatricos já estão ultrapassados.
A
primeira constatação é que qualquer destes argumentos reporta-se unicamente a economia de custos. Não
entram considerações sobre os direitos e caracteristicas da infância, uma estratégia de futuro para a comunidade , ou mesmo na linha do seu
pensamento gestionário, a economia de meios e eficácia do tratamento quando se
concentra massa critica de doenças mais complexas num único centro de referenciação
Não poderia ser doutra forma pois
arautos da actual reforma hospitalar são gestores e tem como
principal oficio os números . O mais
grave de tudo é que muitos deles exercem os seus cargos em conflito
de interesses pois estão ligados ideológica ou profissionalmente ao grupos financeiros ligados a saúde.
Dispensaremos
de analisar os dois últimos
argumentos , pois já os criticamos anteriormente. Não podemos deixar de salientar
de que a sua afirmação de que os Hospitais Pediatricos estão
ultrapassados . Esta preposição esta desvinculada da verdade e da realidade e desabona a honestidade
intelectual dos que a veiculam.
..... Não fosse assim, em todo o mundo não estariam a construir
novos ou a reformar os Hospitais Pediatricos antigos...Ex: http://www.rch.org.au/rch/about/Pediatric Hospital Melbourne
Bem
analisemos "as motivações" dos seus defensores
Dando o beneficio da duvida , admitimos como sincera a sua preocupação e argumentação tivessem por
objectivo impedir o desbarato dos dinheiros públicos devido e assim poupa-lo para fins que a sociedade entendesse mais importante , no caso a assistência hospitalar especializada as crianças portuguesas.
Na
expectativa da sua honestidade
intelectual , pressuporiamos que por coerência, os seus defensores
tivessem na sua Folha
de Serviços a Nação o registro de um passado exemplar no rigor no controlo dos dinheiros públicos e que na sua vida
pessoal agissem em conformidade.
Averiguemos
assim o passado de apenas dos dois protagonistas iniciais do projecto do Futuro HTS . Ao faze-lo não pretendemos personalizar o processo, pois eles representam apenas o rosto dos projectos financeiros e serão individualmente "boas pessoas".
Referimos o Eng. Manuel Pinho e o Eng. Gestor Pedro Dias Alves.
Os seus nomes estão ligados pois foi , Manuel Pinho quando Ministro das Finanças de Sócrates que escolheu e nomeou o Engenheiro Pedro Dias
Alves para orientar o concurso da
PPP do Futuro Hospital de Todos os Santos.
Pedro
Dias Alves, antes havia ocupado cargos de Secretario de Estado do então Ministro Cavaco Silva e
depois foi gestor pelo grupo
Mello Saúde no hospital Amadora Sintra . Como vemos "a cor politica" serve apenas para confundir-nos.
Recordemos que aquela gestão foi
controversa e afirma-se um montante de prejuízo aos contribuentes de 45 milhões de euros devido a sobre facturação de exames. Este montante permitiria construir um novo Hospital Pediatrico em Lisboa.
Notamos ainda que todo o Plano Funcional proposto para o futuro HTS proposto por aqueleSr. Engenheiro Gestor reflecte uma perspectiva de hospital privado voltado para o lucro máximo.
No conflito de contas do H. Amadora Sintra, foi elucidativa a tomada de posição de Correia de Campos, então Ministro Saúde em beneficio do grupo Mello pondo em causa os funcionários do M.Saúde que denunciaram as supostas irregularidades , o que mostra o "acôrdo de regime" que vigora para alem da propaganda eleitoral em dizem defender o SNS. Este processo foi abafado num tribunal arbitral criado a medida.
Notamos ainda que todo o Plano Funcional proposto para o futuro HTS proposto por aqueleSr. Engenheiro Gestor reflecte uma perspectiva de hospital privado voltado para o lucro máximo.
No conflito de contas do H. Amadora Sintra, foi elucidativa a tomada de posição de Correia de Campos, então Ministro Saúde em beneficio do grupo Mello pondo em causa os funcionários do M.Saúde que denunciaram as supostas irregularidades , o que mostra o "acôrdo de regime" que vigora para alem da propaganda eleitoral em dizem defender o SNS. Este processo foi abafado num tribunal arbitral criado a medida.
Manuel
Pinho, depois de se demitir do Governo de Sócrates para alem de receber um salário da EDP para dar aulas numa Universidade Americana., acumulou funções de gestor do grupo
BES Angola , e apesar
do prejuízo de 4,9 bilhões daquela instituição , exige agora pelos seus “Serviços “ uma “reforma” de
3,5 milhões de Euros .!!!!!!
A
titulo de conclusão , apercebemos de que a preocupação destes dois gestores e outros que os
nomearam , com os gastos excessivos
que acarretaria a construção de um Hospital Pediatrico em Lisboa é sincera.
Julgamos, na sequência do acima exposto, de que a sua preocupação com os
recursos "desperdiçados" com as
nossas crianças poderiam vir a se repercutir negativamente nos lucros que previamente contabilizados , nos salários
milionários e luvas que reservam para si ou para os s ex ministros e gestores envolvidos nas negociatas das PPP para a construção dos novos Hospitais. Caso em erro desde já nos desculpamos.
Acresce a esta motivação, uma outra , a de apropriação dos espaços dos antigos Hospitais pela Estamo e que depois serão alienados a construção de condominios de luxo. ( ver artigo anterior no Blog : http://campanhapelohde.blogspot.pt/2013/11/a-reforma-da-rede-hospitalar-de-lisboa.html) .
E
já agora seria interessante ouvir a opinião que teriam destes senhores , caso tivessem consciência desta realidade pantanosa , algumas das nossas
futuras mães, aquelas que estão obrigadas devido a crise a recorrer a internamentos nos Hospitais
para alimentarem a sua gestação ou das mães ou mesmo das mães e crianças de Angola que vivem em condições infra humanas ( 5 biliões
de Euros de prejuízo do BES em Angola onde Manuel Pinho foi Gestor )
Tudo indica de que
a conflitualidade existente no concurso da PPP do futuro Hospital de Todos os Santos reflicta apenas a disputa entre o Grupo
Mello Saúde e o BES.
Os lucros contratos das PPP , recheados de clausulas secretas , será em ultima instância a
motivação principal que esta origem do actual projecto de organização da rede hospitalar e que tem como um dos efeitos colaterais a destruição do Hospital Pediatrico de Lisboa .
Neste momento outro Gestor ligado que esteve ligado a finança, Luis Filipe Pereira, reavaliou o concurso pois o anterior foi considerado ilegal.
O nosso dinheiro é desperdiçado em concursos viciados e todos estão impunes.
O nosso dinheiro é desperdiçado em concursos viciados e todos estão impunes.
Toda
a "não verdade " para poder vingar tem que ter uma parte de "verdade" .
A "verdade" com que estes gestores encobrem as suas
motivações reais é a necessidade real de reorganização da rede Hospitalar e Materno Infantil.
Esta reforma para ser idonea deveria ser conduzida por profissionais com reconhecida competência dedicados a criança não sendo permitida nos grupos de trabalho, participantes com conflitos de interesses, nomeadamente com qualquer ligação ao grupos financeiros ligados a saúde como deliberadamente aconteceu neste concurso.
Só um concurso com "outras" motivações mereceria a confiança da população e profissionais.
Finalizando, resta-nos indagar : como inverter este processo impedir que instituições históricas sejam destruídas pela voracidade dos interesses especulativos ? Não temos a resposta cabal, mas existe uma certeza:
O nosso animo e coragem são determinantes.
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