domingo, 4 de março de 2012

Visita de Médico Residente do Hospital Pediatrico de um "Pais Pobre" ao Serviço de Radiologia do Hospital D. Estefânia ( agora Polo Pediatrico do CHLC)


Quando da sua  recente passagem por Lisboa, em  Congresso ,    J.D.C,  responsável pela formação  de internos  residente no Serviço de Radiologia  do Hospital Pediatrico de Ottawa, amavelmente visitou  o Serviço de Radiologia do Hospital de D.Estefânia  e  transmitiu-nos a  sua experiência em Ressonância Magnética Nuclear em uma area  especifica da patologia digestiva pediatrica. 
Curiosos ,no final da sessão, indagamos : qual  o  equipamento  de RMN  no seu Serviço  e  a sua rentabilização em numero de tempos e  exames ?
A sua resposta foi interessante  e julgamos  útil aos nossos gestores e Ministro da Saúde:

"O Canada é um Pais pobre"
Ottawa tem cerca de 500.000 habitantes.
Não podemos dar-nos ao luxo de desperdiçar dinheiro ( subentende-se  melhor utilizado  noutras areas  como o ensino, investigação, actividades produtivas  ,  por exemplo )  em exames necessariamente caros, resultantes de  equipamentos com alto valor  acrescentado  como por exemplo a RMN e o TC.
Todos estes exames  são encaminhados para o nosso Serviço. 
Temos dois aparelhos de Ressonância Magnética  a trabalhar  continuamente  quase exclusivamente em exames pediatricos.  Esporadicamente realizamos igualmente  exames de neuroradiologia  e  de  ginecologia em adultos "

JDC, amavelmente deixou-nos o seu cartão e disponibilidade para algum esclarecimento relativo ao tema que veio tratar .
Os nossos  gestores  ,   partindo igualmente da premissa  de   Portugal  "ser   um pais pobre"  consideram que não temos   capacidade para manter um Hospital Pediatrico autonomo na nossa capital e  que a rentabilizaçãode equipamentos de RNM e TC. só será possivel  caso  estes estejam  localizados  Hospital Generalista e utilizados por adultos e crianças ( e com  salas de espera eventualmente comuns...)
Assim  a partir de premissas idênticas, os   governantes da maioria dos paises do mundo civilizado optam  diferenciação e desenvolvimento e qualidade no atendimento infantil ,  os outros  os  gestores portugueses ,  justificam opções ultrapassadas  no tempo e  em que forçosamente as crianças serão relegadas para   2º plano  e se perderam competências só possiveis com a especialização. Ou seja  esquecem da relação  de causa e efeito entre especialização, diferenciação e excelência. 
Seria assim  interessante que o  Ministerio da Saúde solicitasse  um estudo   do valor  gasto  em exames auxiliares pediatricos  subsidiados pelo Estado  nos  Hospitais Privados Portugueses,    e que comparesse     com  o montante  dispendido   do Ministério da Saúde  em  Ottawa no seu Hospital Pediatrico autonomo.











Assina : Pedro Paulo Mendes

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