Quando da sua recente passagem por Lisboa, em Congresso , J.D.C, responsável pela formação de internos residente no Serviço de Radiologia do Hospital Pediatrico de Ottawa, amavelmente visitou o Serviço de Radiologia do Hospital de D.Estefânia e transmitiu-nos a sua experiência em Ressonância Magnética Nuclear em uma area especifica da patologia digestiva pediatrica.
Curiosos ,no final da sessão, indagamos : qual o equipamento de RMN no seu Serviço e a sua rentabilização em numero de tempos e exames ?
A sua resposta foi interessante e julgamos útil aos nossos gestores e Ministro da Saúde:
"O Canada é um Pais pobre"
Ottawa tem cerca de 500.000 habitantes.
Não podemos dar-nos ao luxo de desperdiçar dinheiro ( subentende-se melhor utilizado noutras areas como o ensino, investigação, actividades produtivas , por exemplo ) em exames necessariamente caros, resultantes de equipamentos com alto valor acrescentado como por exemplo a RMN e o TC.
Todos estes exames são encaminhados para o nosso Serviço.
Temos dois aparelhos de Ressonância Magnética a trabalhar continuamente quase exclusivamente em exames pediatricos. Esporadicamente realizamos igualmente exames de neuroradiologia e de ginecologia em adultos "
JDC, amavelmente deixou-nos o seu cartão e disponibilidade para algum esclarecimento relativo ao tema que veio tratar .
Os nossos gestores , partindo igualmente da premissa de Portugal "ser um pais pobre" consideram que não temos capacidade para manter um Hospital Pediatrico autonomo na nossa capital e que a rentabilizaçãode equipamentos de RNM e TC. só será possivel caso estes estejam localizados Hospital Generalista e utilizados por adultos e crianças ( e com salas de espera eventualmente comuns...)
Assim a partir de premissas idênticas, os governantes da maioria dos paises do mundo civilizado optam diferenciação e desenvolvimento e qualidade no atendimento infantil , os outros os gestores portugueses , justificam opções ultrapassadas no tempo e em que forçosamente as crianças serão relegadas para 2º plano e se perderam competências só possiveis com a especialização. Ou seja esquecem da relação de causa e efeito entre especialização, diferenciação e excelência.
Seria assim interessante que o Ministerio da Saúde solicitasse um estudo do valor gasto em exames auxiliares pediatricos subsidiados pelo Estado nos Hospitais Privados Portugueses, e que comparesse com o montante dispendido do Ministério da Saúde em Ottawa no seu Hospital Pediatrico autonomo.
Assina : Pedro Paulo Mendes
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