Terão os governantes força e coragem para perspectivar a sua acção para alem de interesses conjunturais instalados ? Oxalá sim ! |
1º INFORMAÇÃO :
Reunião da Plataforma com Dr. Fernando Leal da Costa, Ilmo Sr. Secretário de Estado adjunto e da Saúde" que decorreu em 2 de Fevereiro de 2012.
Reunião da Plataforma com Dr. Fernando Leal da Costa, Ilmo Sr. Secretário de Estado adjunto e da Saúde" que decorreu em 2 de Fevereiro de 2012.
O Sr. Ministro da Saúde , Dr. Paulo Macedo delegou no Dr. Fernando Leal da Costa , (1) Secretário adjunto para a saúde conceder a audiência solicitada pela Plataforma Civica de Defesa do Hospital Pediatrico de Lisboa.
Esta decorreu ontem dia 2 de Fevereiro no Ministerio da Saúde.
Antes do mais agradecemos a recepção afável e o clima cordial em que decorreu o encontro.
Durante um periodo de cerca de duas horas, houve um dialogo franco e informal em que se esclareceram as posições mutuas. ( ver as posições da Plataforma na nota 1 em rodapé)
Haverá que realçar a convergência de opiniões no que diz respeito a necessidade de continuar a existir em Lisboa um Hospital Terciario Pediatrico .
A questão que se colocou com mais pertinência e a qual respondemos foi a justificação da imprescindivel autonomia clinica e espacial do Hospital Pediatrico relativamente ao Hospital de Adultos e a razão porque consideramos o modelo generalista monobloco imposto pela parceria privada como insatisfatório.
O Sr. Secretário ouviu atentamente as nossas criticas sobre o actual projecto arquitectonico e plano funcional que ainda não conhece no pormenor.
A questão que se colocou com mais pertinência e a qual respondemos foi a justificação da imprescindivel autonomia clinica e espacial do Hospital Pediatrico relativamente ao Hospital de Adultos e a razão porque consideramos o modelo generalista monobloco imposto pela parceria privada como insatisfatório.
O Sr. Secretário ouviu atentamente as nossas criticas sobre o actual projecto arquitectonico e plano funcional que ainda não conhece no pormenor.
Reforçou-se no final deste encontro, como obvia, a convicção que as decisões gravavosas em curso poderão ser contrariadas na condição de alcançar-se mobilização dos principais interessados em evita-las, ou seja : Os Pais e Mães da nossas crianças, os organismos de defesa da infância, os profissionais de saúde e a restante sociedade civil interessada.
Sem o contributo activo destes vectores faltará força animica para que as necessárias transformações se desencadeiem.
Em relação ao Secretário de Estado da Saúde lançamos o desafio :
Em relação ao Secretário de Estado da Saúde lançamos o desafio :
"Terão os governantes força e coragem para perspectivar a sua acção para alem de interesses conjunturais instalados que os rodeiam e pressionam ? Só daqueles que assim agirem . lembrará a história.. Um exemplo entre outros : o da Rainha D. Estefânia numa obra já secular ! Os outros....os que limitaram-se a serem meros executores dos interesses instalados....... serão sombras evanescentes em passagem nestes tempos cinzentos, mas em objectivo conflito com o nosso futuro como comunidade .... O brigar as mulheres Portuguesas a terem os filhos em Espanha e ou desarticularem o Hosp. Pediatrico de Lisboa não quererá dizer somente isto ? |
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Há cerca de 4 anos, perante a ameaça do Governo de encerrar o Hospital de Dona Estefânia (HDE) sem o substituir por um novo Hospital Pediátrico em Lisboa, passando as crianças a ser tratadas no futuro Hospital Geral de Todos os Santos (Chelas), em grande parte, em ambientes de adultos e muitas vezes em conjunto com os adultos e por especialistas de adultos, um grupo de médicos e outros profissionais do HDE e de elementos da sociedade civil criaram a Plataforma Cívica para alertar para os perigos que decorreriam do modelo projectado para a qualidade dos cuidados médicos a prestar às crianças, em especial, os cuidados mais diferenciados e dispendiosos.
Desde então vários factos objectivos foram trazidos à evolução e discussão do processo.
1 – A nível internacional, Portugal seria o primeiro país a encerrar o Hospital Pediátrico da sua capital:
- Hospitais Pediátricos em praticamente 100% dos países civilizados (Ex: 209 nos EUA, 21 na Alemanha) e muitos países em desenvolvimento.
- Novos hospitais pediátricos a modernizar-se ou mesmo a construir em todo o mundo, com principal destaque para EUA (EX: Johns Hopkins), França, Reino Unido (Destaque para a recente decisão da Irlanda em construir o Hospital Pediátrico de Dublin), China (Pequim), América do Sul e África (Hospital Nelson Mandela a inaugurar em 2013 para todas as crianças de África) e Austrália. Parte deles integrados em Campus hospitalares e sempre com autonomia própria.
- Na Internet mais de 21.600.000 entradas para a referência New Pediatric Hospital
2 – A nível nacional:
- Inauguração do novo Hospital Pediátrico de Coimbra; No Porto: construção do CHNorte com plano para o novo H.Pediátrico (Substituindo o antigo Hospital MªPia) num campus com a Maternidade Júlio Dinis e o H.StºAntónio e a construção do “Joãozinho” num processo de cada vez maior autonomia do tratamento das crianças do H.São João.
- No H.Santa Maria, o ex-coordenador do SU pediátrico publicou a sua opinião sobre a necessidade da separação da pediatria do hospital geral para um hospital pediátrico em campus.
- Encerramento da maternidade do Hospital de Dona Estefânia no ultimo dia antes das eleições de Junho, sem justificação. Apesar de ter sido considerada pela ACSS, já em 2011, como a Maternidade “de Excelência”, esta continua sem reabrir. Também o próprio HDE foi igualmente considerado nessa análise, com a classificação máxima entre os hospitais que tratam crianças.
- Centenas de profissionais manifestaram-se no átrio do Hospital contra o encerramento da maternidade e o desmembramento em curso já no actual HDE. O impacto mediático e politico dessa acção foi bastante evidente.
- Cerca de 95.000 pessoas assinaram as petições a favor da criação de um novo hospital dedicado às crianças em Lisboa, quando encerrasse o actual Hospital de Dona Estefânia.
- Em votação secreta, 96,1% dos profissionais consideraram que o hospital pediátrico era o ideal para tratamento das crianças gravemente doentes.
- Nos últimos meses, com a adesão da Liga dos Amigos do HDE à causa do hospital pediátrico de Lisboa, realizaram-se eventos de solidariedade e apoio e no primeiro semestre de 2012 iremos realizar várias manifestações publicas, uma delas de significativo impacto populacional e mediático
3 - A nível político foram aprovadas vários documentos sobre a construção de um novo hospital pediátrico em Lisboa:
- Em todos eles o PSD (e o CDS) tiveram papel de relevo quer na sua promoção, quer na sua votação, para além do apoio explicito no terreno à rejeição do modelo do futuro hospital de Todos os Santos tal como está, sem autonomia do hospital pediátrico.
- AML: aprovadas 3 moções exigindo a construção desse equipamento autónomo dos adultos. A última Moção foi aprovada em 13 de Dezembro de 2011, também por unanimidade dos partidos da AML (incluindo PSD, CDS e PS), solicitando que no PDM seja consignado um espaço para a construção de um novo hospital Pediátrico autónomo junto ao futuro Hospital de Todos os Santos. – Assembleias de Freguesia de Lisboa aprovaram também, com o PSD, Moções do mesmo teor.
- Comissão Saúde da AR (Presidida pelo PSD): aprovado por unanimidade o relatório rejeitando a opção de extinção do Hospital Pediátrico em Lisboa. Esse documento teve como redactor um Deputado do PSD.
- Conferência da Deputada Teresa Caeiro no próprio Hospital de Dona Estefânia, rejeitando o modelo do Govern0o anterior e defendendo expressa e documentalmente a manutenção de um Hospital pediátrico autónomo em Lisboa.
- Segunda audição da Ministra da Saúde já em 2011, promovida pelo PSD, com criticas de todos os partidos (excepto o do Governo) às acções de desmantelamento do Hospital Materno-Infantil de Dona Estefânia iniciadas pelo Ministro anterior.
- Nos anos anteriores, todos os partidos (excepto o do Governo) expressaram no plenário da Assembleia da Republica a sua discordância quanto ao encerramento do Hospital Pediátrico em Lisboa sem o substituir por outro que, de acordo com padrões de acreditação internacionais, salvaguardasse a independência técnica e de espaços e circuitos entre crianças e adultos, tendo o PSD, então na oposição, declarado solenemente na AR que “se fosse Governo corrigiria de imediato esse erro”.
- Já neste mês de Dezembro de 2011, representantes parlamentares do PS reconheceram a pertinência dos argumentos que a Plataforma foi sucessivamente trazendo ao debate e alteraram a sua posição. Neste momento, o PS, além de manifestar, tal como os outros partidos já contactados na AR, o seu apoio ao princípio de um novo Hospital Pediátrico autónomo, está a preparar uma iniciativa politica da AR nesse sentido.
- De forma expressa e documentada, manifestaram-se no mesmo sentido instituições como a Ordem dos Médicos (Secção Sul), Instituto de Apoio à Criança, Sociedade Portuguesa de Pediatria, inúmeras figuras de grande relevo público e médico, etc.
4 – A nível da análise e gestão politico-financeira do processo
- A ACSS publicou dados em que o custo médio do tratamento dos doentes nos hospitais pediátricos especializados de Coimbra e de Lisboa (H.Dona Estefânia) são muito inferiores aos dos Hospitais gerais centrais com serviços de Pediatria (HStªMaria, HSºJoão) de modelo semelhante ao do futuro HTodos os Santos.
- Os estudos documentam que a junção de um hospital geral diferenciado com um hospital pediátrico, mantendo-se o modelo de financiamento por GDHs e os índices de case mix, leva á perda de milhões de euros de financiamento anual da nova estrutura hospitalar com implicações directas nos equipamentos e, obviamente na qualidade dos cuidados praticados.
- o Arq.Souto Moura, responsável pelo desenho do futuro HTodos os Santos veio declarar que, face às alterações que lhe foram introduzidas entretanto, (Leia-se Ensino e Pediatria), o projecto era “uma vergonha nacional” (Boletim A Estefânia Nº12 da Plataforma).
- O actual Governo anunciou inicialmente a revisão de todas as PPP, com especial enfoque em 4 delas em que se incluía o HTodos os Santos na versão actual que não contempla um Hospital Pediátrico autónomo. A análise das PPP realizada por cada vez mais economistas, aponta no sentido de uma desastrosa solução financeira para o Estado actual e para as próximas décadas.
- Posteriormente, o actual Ministro anunciou na AR que não haveria construção do H.Central do Algarve e HTodos os Santos.
- Os administradores hospitalares do CHLC, publicaram nos semanários Sol e Expresso cartas abertas (não sabemos se com conhecimento da Tutela), dando uma versão contabilística parcial dos custos da decisão defendendo a construção do HTodos os Santos, mas sem referência aos prejuízos resultantes do retrocesso civilizacional, médico e científico que dai adviriam para o tratamento das crianças e as suas necessidades e características próprias. Neste momento, é já evidente que esses prejuízos também já afectam os adultos a quem o hospital inicialmente se dirigia. Enfim, também não clarificando qual o papel na estrutura de custos das rendas fictícias que os Hospitais deverão ao próprio Estado a partir de 2012, nem o diferencial entre os juros pagos pelo empréstimo pela PPP, nem a derrapagem inevitável do processo, nem outras contrapartidas do contrato assinado com o Estado e que não é público.
- Mais recentemente, o Ministro da Saúde declarou na Comissão de Saúde que o HTodos os Santos iria ser construído.
- O sistema de desmantelamento do hospital materno-infantil de Dona Estefânia e do modelo de um futuro hospital pediátrico autónomo em Lisboa, iniciado há cerca de 4 anos, tem provocado inúmeros constrangimentos na dinâmica interna do hospital, num processo que vai muito para além da racionalidade de aproveitamento dos meios.
- A Plataforma Cívica, independente do modelo de construção e exploração do futuro HTodos os Santos e da necessária transparência que deve terá a metodologia de escolha e contratualização, considera que estas opções não deverão prejudicar o futuro da assistência hospitalar pediátrica de Lisboa e da zona sul como agora se configura. Assim, mantendo-se disponível para colaborar na procura de uma melhor solução, não prescinde de contribuir para o esclarecimento das consequências de uma decisão política errada e precipitada por pressões que se adivinham enormes mas de discutível legitimidade do ponto de vista dos superiores interesses das crianças portuguesas.
Nota 1:
Nota Bibliografica do Dr. Fernando Leal da Costa : entre os cargos públicos que exerceu destacam-se o de subdirector-geral de Saúde, entre Setembro de 2001 e Junho de 2002, e o de coordenador nacional para as Doenças Oncológicas, integrando o Alto-Comissariado para a Saúde, de Agosto de 2005 a Março de 2006.
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