domingo, 2 de dezembro de 2007
Duas Histórias sobre a "Sopa de Pedra"
Por se tratar da defesa de um Hospital das crianças, aceitamos publicar estas duas histórias...Como são histórias de crianças, não nos responsabilizamos, e a interpretação é livre!
História nº 1 A lenda tradicional permite inúmeras leituras e dai a sua riqueza e sobrevivência na tradição oral ao longo dos tempos.
Uma outra leitura sobre a Sopa de Pedra poderia ser a seguinte:-
O conhecido Frei da nossa história e os habitantes de Almerim, após desfrutarem a deliciosa Sopa de Pedra enriquecida com as iguarias e acepipes até então ciosamente guardados nas arcas de suas casas, alegremente tagaleravam ao redor da fogueira...
Um dos aldeões mais dado a filosofias lançou, como não quer a coisa, esta ideia ao ar:
-Será que o Frei ao utilizar esta pedra tão feia e rude para criar uma sopa tão maravilhosamente saborosa não quis fazer-nos ver que o mais importante de tudo é acreditar e sonhar e só a riqueza das muitas contribuições construirá e dará corpo a todos os sonhos, mesmo que inicialmente só nos pareçam existir escolhos e pedregulhos a nos fazerem descrentes de iniciar!?...
Como estava uma linda noite de inverno, todos os outros, à volta da fogueira, não estavam para pensamentos complicados, e continuaram absortos e satisfeitos, a desfrutar o infinito negro permeado de estrelas cintilantes.
Mas se estivessem com atenção,ouviariam um som seco e baixo,que se repetia entre cortado de interjeições de prazer:-Hum, hum... Era o nosso Frei feliz a raspar o fundo do tacho...E a concordar sorridente, com movimentos de cabeça afirmativos...
Moral da História: Para iniciar qualquer obra:
-Acreditar é preciso!
Hospital D. Estefânia! Sempre!
História nº 2:
A história da Sopa, mas agora...Sem Pedra...
Numa casa, em que existia alguma harmonia (se bem que relativa, pois se existisse uma harmonia mais forte esta história triste poderia não ter acontecido) entrou um dia um Espírito, um Espírito que não sabia que o dinheiro não era tudo. Como era um Espírito adulto, as crianças não deram por ele.Conhecedor das fraquezas dos homens ameaçou, dividiu, aliciou e conseguiu o que queria:-Destruir e fazer desmoronar a casa. Quando deram por si, era tarde, e as crianças,principalmente as mais pobres que não tinham acesso aos seguros de saúde, andavam ao léu e ao frio, a procurar descobrir a causa do que lhes acontecera...
Pasmadas, não compreendiam porque os adultos não ousavam fazer face a aquele espírito, mas pelo contrario ,furiosos, e num comportamento auto destrutivo, com as pedras do desmoronamento nas mãos, ameaçam-se e chamavam nomes uns aos outros! E por mais incrivel que pudesse parecer, alguns por verem a passividade de todos perante o descalabro...se demitiam.
E enquanto isto, O Espírito se ria, esfregando as mãos de contente com os trocos que contava poupar...(Ainda era daqueles Espiritos antigos e estupidos que pensavam que não era no investir bem que estava o ganho...mas apenas no poupar...
As crianças, indagavam perplexas da razão daquele comportamento, e pensavam que tal se explicava ,como muitos dos comportamentos auto destrutivos, pelo fato dos adultos recusarem-se a fazer face ao verdadeiro agressor, de encarar e enfrentar o problema real: o Espírito Poderoso que pensa que tudo no mundo se resolve só com uns dinheiros...
Haverá razão para não reagirem, porque tem medo do seu poder vingativo pensavam alto algumas das crianças!
Não! Disseram logo outras:- Ele já garantiu que não persegue ninguém!
Será por ambição e por estarem à espera de favores, indagavam as mais velhas, com o semblante incrédulo!
Não! Repetiu , a maioria veemente e confiante, conhecemo-los bem e sabemos que não são capazes de tal!
Chegaram finalmente (e por falta de melhor explicação...) a uma conclusão:- que esta atitude se devia ao desanimo do muito pelo que tinham passado na vida, ou ainda mais inacreditável, por uma espécie de ingenuidade e a espera de um D. Sebastião que viesse resolver o problema que, por inesperado, lhes parecia mais um pesadelo irreal e de causa incompreensível...
Na falta de grandes apoios, resolveram passar a iniciativa e actuar:- Aproveitaram os restos de um dos edifícios que não soçobrara e o amaneiraram criando um restaurante improvisado, mas com ambiente quente, alegre que só as crianças sabem criar à que deram o nome de Arca de Noé – e a ementa tinha um prato único “Sopa sem Pedras”. Estabeleceram a seguinte regra de frequência, escrita em letras grandes na porta:
Todo o Sr. Adulto que quiser entrar terá que:
1- Deixar as pedras na entrada, de forma a construir uma espécie de muro para proteger-nos de todos os ataques.
2- Devem colaborar na receita da Sopa Sem Pedras com uma qualidade original própria, fosse esta pequena ou grande (podia ser simpatia, persistência, confiança, espírito critico, dedicação as crianças, conciliar conviver e ajudar numa causa justa e util, etc).
Oxalá venha a resultar!
A arca de Noé começou a Navegar!
Associa-te a nós!
Defende o Hospital D. Estefânia!
Hospital das crianças de Lisboa!
Chegou-nos um comentário sôbre estas Histórias
Pouco conhecedores de histórias infantis, não o compreendemos muito bem.
O publicamos e agradecemos que nos ajudem a perceber o alcance do seu conteúdo.
Aqui vai :-
As crianças, geralmente por volta dos 2/3 anos, começam a experimentar a sua individualidade e direito a crescer. É a "terrível" fase do NÃO, que tantos pais temem e que a muitos exaspera.
Mas o facto de elas aprenderem a exigir o seu espaço, a manifestar a sua vontade e, muitas vezes, a conseguirem construir o seu próprio espaço, deveria encorajar os adultos, pais ou não, a reflectir sobre de que forma querem se posicionar na sociedade, entre os outros:
Como uma criança que fica eternamente pequenina e medrosa por desistir de dizer NÃO, ou como um adulto responsável pela sua vida, pelos seus actos e pelo que conquistou?
Como uma criança totalmente dependente das acções dos outros, ou como um adulto responsável pelo bem e pelo mal do que o rodeia, tão simplesmente porque tem o poder de dizer NÃO e não ficar à espera que lhe resolvam todos os seus problemas?
As crianças que têm permissão para crescer podem não saber tudo o que as espera, mas arriscam conquistar o que querem. Com o seu "quase-um-metro" arriscam desafiar o enorme mundo dos crescidos.
E nós, os crescidos?
Não teremos obrigação de ser suficientemente corajosos para, pelo menos, defendermos as crianças?
Acredito na diferença entre criança e adulto, no reconhecimento e na preservação dessa diferença! Por isso, não acredito na ideia de uma "sala para crianças" num hospital de adultos.
Já sabemos como é difícil para os adultos sentirem-se acarinhados e acompanhados em hospitais "apinhados".
Imaginem um pequenito de 4 anos...
3 de Dezembro de 2007 15:53
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1 comentário:
As crianças, geralmente por volta dos 2/3 anos, começam a experimentar a sua individualidade e direito a crescer. É a "terrível" fase do NÃO, que tantos pais temem e que a muitos exaspera.
Mas o facto de elas aprenderem a exigir o seu espaço, a manifestar a sua vontade e, muitas vezes, a conseguirem construir o seu próprio espaço, deveria encorajar os adultos, pais ou não, a reflectir sobre de que forma querem se posicionar na sociedade, entre os outros:
Como uma criança que fica eternamente pequenina e medrosa por desistir de dizer NÃO, ou como um adulto responsável pela sua vida, pelos seus actos e pelo que conquistou?
Como uma criança totalmente dependente das acções dos outros, ou como um adulto responsável pelo bem e pelo mal do que o rodeia, tão simplesmente porque tem o poder de dizer NÃO e não ficar à espera que lhe resolvam todos os seus problemas?
As crianças que têm permissão para crescer podem não saber tudo o que as espera, mas arriscam conquistar o que querem. Com o seu "quase-um-metro" arriscam desafiar o enorme mundo dos crescidos.
E nós, os crescidos?
Não teremos obrigação de ser suficientemente corajosos para, pelo menos, defendermos as crianças?
Acredito na diferença entre criança e adulto, no reconhecimento e na preservação dessa diferença! Por isso, não acredito na ideia de uma "sala para crianças" num hospital de adultos.
Já sabemos como é difícil para os adultos sentirem-se acarinhados e acompanhados em hospitais "apinhados".
Imaginem um pequenito de 4 anos...
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