|
AFECTOS E HOSPITAL PEDIÁTRICO - OUTRAS PERPECTIVAS
Introdução:
Os afetos formam-se na nossa psique após experiências intensas que ocorrem quando da nossa interação social com outros seres vivos , forças naturais , paisagens objetos ou entidades abstratas.
Apesar de o uso comum ter desalojado
a palavra afeto das vivências antipáticas ou negativas , retomaremos aqui
o seu significado etimológico,
abstrato, do latim , com origem no verbo
“afetar” ou seja :
“aquilo tem a capacidade de nos impressionar”.
Em consequência o acontecimento primordial que desencadeou a criação de um afeto pode ter sido agradável ou traumatizante e o “afeto” poderá assim ter uma valorização positiva ou negativa.
Na formação de um
sentimento de afeto, a nossa mente, para além da experiência que nos “afetou “ recruta toda a
nossa memoria procedendo a uma elaborada síntese cognitiva psico-sensorial e que ficará gravada , sob a forma de “um sentimento /
conhecimento”.
Depois de formado " o afecto", ficará a fazer parte do nosso património cognitivo e influenciará o comportamento no futuro.
Depois de formado " o afecto", ficará a fazer parte do nosso património cognitivo e influenciará o comportamento no futuro.
As características do
afeto , dependerão não só do agente mas também
da personalidade e cultura
do individuo passivo . O mesmo acontecimento poderá condicionar
atitudes diversas em duas pessoas distintas .
A importância de que se revestem as algumas impressões afetivas sobressai na exclamação frequentemente ouvida após um acontecimento marcante
“Nunca mais serei o mesmo!”.
O
afeto , depois de formado
” se transformará numa “entidade
com vida quase própria na nossa
psique ” e que se expressará sob a
forma de um comportamento apropriado em
resposta a uma experiência similar.
Querem "fazer-nos esquecer" o Hospital Pediatrico de Lisboa. Encerrraram o seu gabinete de Comunicação. Nós não nos esqueceremos! |
Podemos assim
voltar a revive-los intelectualmente recordando apenas
as suas circunstâncias,
clarificando-se assim o significado outra frase da
uso comum : .”Recordar é viver….” ou numa forma mais poética a estrofe de Fernando Pessoa “Era outra vez agora”
Em síntese os “afetos” depois de criados , ficam a fazer parte do nosso ser, constituindo aquilo que António Damásio denominou “a nossa inteligência emocional” e que como ele documentou em estudos de imagem, tem um suporte orgânico neuro sináptico com mapeamento em áreas especificas do nosso cérebro
Afecto e razão não são dissociaves! |
Em nós, os humanos , a manifestação afetuosa é mais rica e complexa do que que a simples expressão das emoções, primárias
,comuns a maioria dos mamíferos.
(nota)
Desta forma “o
afeto” e o “ conhecimento”
entrelaçam-se dialecticamente
no pretérito no presente e no futuro, e são
a essência da evolução da humanidade e quiçá da
própria vida pois toda ela tem um substrato inteligente.
Consideramos assim artificial
qualquer demérito que
se atribuía aos defensores de afetos nomeadamente acusa-los de serem reféns “passado” .
Os afetos para alem das expressões emocionais habituais traduzem-se em todos os
outros códigos de comunicação que a humanidade criou durante a sua evolução ,
tais como a musica, a literatura , teatro, opera e pintura, etc……
Os grandes artistas, substanciam os seus afetos e os da comunidade nas suas obras e assim se transformam (ram ) nos expoentes identitários e culturais das civilizações do passado e atuais, conferindo-lhes uma projeção intemporal.
Charles Chaplin no Cinema Mudo registrou para a posteridade "os afectos" que marcaram toda uma época. |
Os grandes artistas, substanciam os seus afetos e os da comunidade nas suas obras e assim se transformam (ram ) nos expoentes identitários e culturais das civilizações do passado e atuais, conferindo-lhes uma projeção intemporal.
" O afecto de Bethoven por Elisa imortalizado sobre a forma de percepto musical https://www.youtube.com/watch?v=LQTTFUtMSvQ |
Os afectos estão
incorporados e fazem parte na
nossa cultura e língua. O vocabulário, é de uma certa forma uma herança simbólica da historia cultural afetiva das nações e
comunidades em que nos
inserimos.
Seria interessante
se pudéssemos acompanhar numa viagem no tempo a origem e impregnação de
conteúdo da palavra “ saudade” e
assim tomar plena consciência o significado da intensa carga
afetiva e dramática que carrega…
.Somos um povo de viajantes e emigrantes forçados que deixaram, entes queridos em continentes
distantes. Ei-los que partem ,
velhos e novos ….( meu País , meu País) https://www.youtube.com/watch?v=qhKz7FA9Ev
https://www.youtube.com/watch?v=A1Mc-Obm2Y8
Os afectos não são assim uma névoa pueril
incoerente e ridicularizável que paira no ar desligada
da realidade.
...ou serem manipulados e falsificados serem utilizados para nos formatarem e servir os interesses dos grupos financeiros.... |
Os afectos podem mobilizam-nos em defesa dos direitos sociais das nossas crianças ... |
Os afectospossuem uma densidade não mensurável e não é raro estarem impregnados de uma força anímica avassaladora , seja esta entrópica ou ao inverso organizadora e criadora.
A manifestação individual e
social dos afectos e perceptos informa-nos do grau de
civilidade de um povo.
Da sua importância resulta que os afeitos podem
ser os
catalisadores da mobilização
do individuo e uma comunidade para ação construtiva ou em sentido inverso , a
sua manipulação e sublimação fazem
parte de uma estratégia
para a sua dominação .
Esta manipulação é tangível no nosso dia a dia no banal marketing que induz ao
consumo através de informações
subliminares abusivas e estranhas
ao objeto , até as altamente elaboradas , por Serviços de Inteligência, e utilizadas nas campanhas
eleitorais , e invasões militares etc…. ,
que tem por fim a
desidentificação e
dissolução de valores com vista
a subjugação do individuo e
comunidades para que o controlo dos media contribui hoje de forma
decisiva.
Um critério para avaliar a “bondade” da utilização afeitos é analisar se são socialmente úteis e construtivos , ou ao contrario, vinculados a grupos de interesse corporativos em detrimento da comunidade.
Um critério para avaliar a “bondade” da utilização afeitos é analisar se são socialmente úteis e construtivos , ou ao contrario, vinculados a grupos de interesse corporativos em detrimento da comunidade.
Feita esta longa mas necessária introdução, estaremos mais aptos para avaliar a dinâmica afeitos que envolvem o
processo Hospital Pediátrico de
Lisboa.
“Os
afetos” e o Hospital Pediátrico de Lisboa
Desde que
iniciamos da Campanha
em Defesa do Hospital Pediátrico de Lisboa, ouve-se
afirmar com
“condescendência ” que motivação em defesa do Hospital
Pediátrico de Lisboa / Hospital D. Estefânia, “é de natureza afetiva” .
Aos olhos
benévolos dos promotores da atual reforma hospitalar estaríamos reféns do
passado e em oposição ao “progresso” que o futuro Hospital
Generalista de Chelas representará.
A sua argumentação seria compreensível caso pretendessem construir, como propusemos ,ao lado daquele ,
um novo Hospital Pediátrico, mas infelizmente não é o caso . Insistem
num hospital de Distrital, equiparando Lisboa, capital do Pais, a capital de um
distrito de Espanha ( Valência por
exemplo).
Sim porque Barcelona tem o seu Hospital Pediatrico e ao contrário do que em Lisboa os circuitos entre os adultos e crianças são respeitados...... |
Estes atores não entendem o afeto que a comunidade
e as famílias votam aos
Hospitais Pediátricos, (alguns dos quais
com mais de um século de existência) que se consolidou numa interação emocional
intensa, trans geracional ,quando,
deles, foram obrigados a
se socorrer para tratamento dos seus filhos e
familiares, a comedidas por doenças graves .
È o conjunto
destes afeitos sociais materializado nas suas Instituições de que se forma o
tecido identitário e cultural que une as comunidades
e a sua cultura.
Destruir estes laços é fragilizar e destruir e dominar estas as comunidades, e é
o que consideramos ser o final objetivo das políticas globalização orientadas pelo FMI,
Goldman Sachs, Banco Mundial, etc em favor das multinacionais.
O grau de civilidade e
cultura e “inteligência emocional
“ de um Povo ou comunidade reflete-se no envolvimento afeto que dedica as crianças infância através das suas
políticas estratégicas.
As crianças" em primeiro lugar" um principio de que os mentores da actual reforma hospitalar estarão alheios ?!!!! |
Como paradigma , salientamos
a Grã Bretanha que elevou
os Hospitais Pediátricos a ribalta no
palco mundial que foi
a “abertura dos jogos
olímpicos de 2012 “.
O cartão de
visitas que os Britanicos orgulhosamente ofereceram ao mundo
equiparando-os “a uma preciosa Joia da Corôa “ , foi a homenagem coreografada
ao seu Hospital Pediátrico :
“ O Hospital Sick Children
Hospital - London”
O reconhecimento da importância dos Hospitais Pediátricos repetiu-se de forma mais modesta
mas não com menor valor
simbólico na abertura nos actuais dos Jogos olímpicos do Rio de Janeiro
em a Dra. Rosa Celia Pimentel
, impulsionadora na criação do
“ Hospital Pediátrico da Criança Cardíaca do Rio de Janeiro ,” foi enaltecida com o privilegio de conduzir a Bandeira Olímpica”!
O que mostra o
reconhecimento universal da sua
importância mesmo em países onde a desigualdade e a falta de direitos sociais são notórias.
http://24.sapo.pt/article/rr-sapo-pt_2016_08_05_1322548283_cerimonia-de-abertura-dos-jogos-olimpicos
Brilha o lado inverso, cinzento e triste da medalha…...
Os media subjugados compactuam num silencio ensurdecedor, com os
órgãos do poder submissos a interesses financeiros ligados a saúde, envolvidos
na atual reforma hospitalar , em
que uma das consequências colaterais é destruição do Hospital D. Estefânia, cumprindo
o projeto redutor e interesseiro
das PPP no futuro Hospital Oriental e os projetos imobiliários com venda de
património histórico dos antigos Hospitais da Colina de Santana e apropriação
de valências e camas pelos
Hospitais Privados. (Nota )
A modernização, de que beneficiou Instituição Hospitalar Londrina, conservando as suas
linha originais, contrasta
com o abandono e
desqualificação vergonhosa a
que o único Hospital
Pediátrico da Zona Sul de Portugal
esta intencionalmente
votado.
Este
abandono e desconsideração é o
espelho e da qualidade de algumas
“elites” com responsabilidades nos governos e Ministérios que tem se sucedido
nos últimos trinta anos e que depois de cumprirem os desígnios das multinacionais e instituições
financeiras tem emprego
milionário garantido nos seus
cargos de gestão ou Universidades Americanas .
Citamos Manuel Pinho, ministro das Finanças , ligado ao BES que nomeou os responsaveis pela escolha do Hospital Oriental de Lisboa
Manuel Pinho está a 'adorar' viver em Nova Iorque - Saposol.sapo.pt/.../manuel-pinho-esta-a-adorar-viver-em-nova-iorque24 set. 2010 ... nesta universidade, manuel pinho começou este mês a leccionar uma ... gosto muito de estar em nova iorque. os norte-americanos têm uma ...
Citamos Manuel Pinho, ministro das Finanças , ligado ao BES que nomeou os responsaveis pela escolha do Hospital Oriental de Lisboa
Manuel Pinho está a 'adorar' viver em Nova Iorque - Saposol.sapo.pt/.../manuel-pinho-esta-a-adorar-viver-em-nova-iorque24 set. 2010 ... nesta universidade, manuel pinho começou este mês a leccionar uma ... gosto muito de estar em nova iorque. os norte-americanos têm uma ...
Novo Hospital Pediatrico de Coimbra |
Quais as causas objetivas que poderão
justificar a insensibilidade dos principais atores
da atual reforma hospitalar ?
Todas as alterações no
articulado legislativo , nos últimos trinta anos e que
regem o Serviço Nacional de
Saúde, desenvolveram sobre a bandeira da sua privatização
com argumento da maior eficácia da
gestão privada/empresarial , e assim são
fruto de uma
estratégia bem sucedida que destitui
a prestação dos cuidados de saúde da sua componente humanista ,
transformando-a numa relação meramente mercantil
e tem como o objetivo ultimo na
criação de um Mercado de Saúde de acordo com o paradigma importado dos
EUA através do Banco Mundial ,
como alias assumem-no ,
honestamente alguns mestres impulsionadores e seguidores que de lá vieram formados
Com este propósito as Direções Clínicas dos hospitais tem sido gradativamente
desapossadas de qualquer poder executivo , cabendo aos novos “ Gestores” formados em Escolas de Saúde Publica como os pressupostos ideológicos neoliberais incumbidos da a implementação destas regras. (Nota 1) “Plano de Ações prioritárias (PAPRCH de Lx 2006 )” .
Estes gestores na sua generalidade ,
estão ideologicamente
comprometidos e
alinhados na luta contra a ideia
“de Serviço Publico” pois
consideram em acordo com a falácia neoliberal,
de que estes se opõe ao “Principio
da Liberdade e leis da concorrência “ e que confundem com
leis do lucro e
Mercado que são deificadas.
O fanatismo irracional com que abraçam a sua causa exemplifica-se quando se calaram e assim implicitamente consentiram acções corruptas dos grupos financeiros que depauperaram o erário publico de que citamos como exemplo o Minsiterio do
Prof. Correia de Campos que não
apoiou os funcionarios que denunciaram os alegados desvios do Grupo Mello no Hospital do. Amadora Sintra e que foram alvo de um processo com inversão do onus da culpa.
Não é por acaso que os teóricos da atual reforma ao invés de “Serviço” Nacional de Saúde, o denominaram de “Sistema” Nacional de Saúde.
Estes gestores são por formação
“ cegos afetivos “
relativamente dimensão humanista e de solidariedade que deve impregnar toda a ação médica individual e Hospitalar, hoje
em dissolução.
Esta nova classe de gestores não é capaz de compreender a interação
emocional e os laços que se
criam ao ser-se corresponsável no tratamento de outro ser diminuído pela doença ou em risco de vida
e que deposita nos
profissionais hospitalares a sua
confiança e esperança. ( nota 1)
No caso especifico da pediatria são desconhecedores especificidade psico fisiobiologia e patológica
especifica da criança, a sua fragilidade natural, e a sua suscetibilidade a ambientes
estranhos e que com outros muitos
fatores, justificaram a criação de
Hospitais Pediátricos nos grandes centros populacionais ( Hospitais Centrais) e
obrigam a diferenciação de
circuitos nos centros populacionais
intermédios ( Hospitais Distritais)
Diz o ditado
e a sabedoria popular…o que os olhos não veem o coração não sente. …
Estes “novos senhores”
consideram, assim “natural” que um Hospital Pediátrico seja por
hora desidentificado e depois aniquilado
numa estrutura amorfa e indiferenciada e formatada para a rentabilidade máxima
,de que é exemplo o grotesco do
Plano Funcional inicialmente
proposto para o futuro Hospital de Todos os Santos, e que felizmente denunciamos e oportunamente e
felizmente foi anulado .
Ressalvamos que não nos move qualquer antipatia
pessoal contra os Gestores em Geral,
mas apenas a ideologia dos
formatados na escola do
Banco Mundial que
conscientemente ou
inconscientemente defendem os lobies dos grandes grupos financeiros ligados a
saúde em franca oposição do Serviço Publico, que consideram um
concorrente desleal.
Novos Hospitais Pediatricos foram construidos em todo o mundo |
Nos Hospitais Pediatricos as especialidade Transversais os profissionais e equipamentos são dedicados a pediatria. |
Os Hospitais Pediatricos mobilizam solidariedade Social. |
Seria injusto e sectário reporta-mo-nos exclusivamente aos novos gestores, , pois muitos médicos
e profissionais de saúde deixam-se
igualmente seduzir pelo metal
e esquecem os princípios éticos,
transformam-se em intermediários
nestes projetos ligados as
multinacionais.
Como exemplo recordo o
desabafo entristecido de um
Cirurgião Pediátrico do HDE que
acompanhou 1º Plano Funcional do
Hospital (então ainda do H. todos os Santos)
e que se referia o Pediatra (!!!!?) de origem Catalã ,
coo-responsável pelo projeto, como
absolutamente
insensível ( cego) a especificidade pediátrica.
Obviamente que consideramos
imprescindíveis os gestores /
administradores hospitalares
preocupados com a excelência do Serviço
Publico e que se articulem na ação com o
corpo clínico .( e felizmente ainda os temos ainda em Portugal , veja-se o exemplo o Hospital São João no Porto)
Fique
igualmente claro que não só não
nos opomos mas apoiamos a Medicina privada não dominada ao grupos
financeiros e coexista com os Serviços Públicos numa relação de
complementaridade, o que é cada vez mais raro.
A
manipulação dos afetos
Qualquer individual ou colectivo, vinculado
a um projecto de natureza social procura recrutar o apoio e mobilização da sociedade / opinião
publica , desenvolvendo um
articulado argumentativo eventualmente coerente ,
alicerçado na lógica da
realidade histórica ou cientifica mas igualmente em místicas culturais , religiosas,
nacionalistas , raciais enraizadas
culturalmente.
Estas lógicas, adotadas muitas vezes de forma inconsciente são meras ferramentas
e que não devem ser avaliadas em abstrato.
Não é indiferente que se utilize um argumento
religioso ou de étnico para
defender a nossa comunidade que esta a ser colonizada ou o de
utiliza-lo como premissa de superioridade do invasor para impor-se e conquistar esta mesma comunidade. (Nota)
Desta maneira
, com maior ou menor grau de
sinceridade os protagonistas
em qualquer ação publica , inconscientemente ou não , utilizam ou “manipulam” argumentos de ordem afetiva .
Os implementadores da atual
reforma hospitalar de Lisboa Central
procuram identificar
-se com a nossa epoca aurea quinhentista, assumindo-se como continuadores da obra projetada
por de D. João II e concluída por
D. Manuel , em que projectou-se e construiu-se o antigo os
Hospital de Todos os Santos . Estes soberanos foram os responsáveis pela 1ª grande Reforma Hospitalar que
existiu em Portugal e quiçá na
Europa . A então nova unidade hospitalar veio a centralizar
toda a assistência hospitalar dispersa e fragmentada pelo Sul do
Pais .
Aquela reforma e Hospital refletem
o alto grau de civilização que então tínhamos alcançado.
Os engenheiros e gestores , responsáveis pela atual
reforma Hospitalar , ao irmanarem equipararem o H. de Chelas ao da
epopeia quinhentista, de que todos os portugueses
devem se orgulhar , tem por
objetivo a legitimação do seu projeto e a mobilização da opinião
publica.
Recordamos que antigo
Hospital de Todos os
Santos com cerca de 100 camas , cuja construção se iniciou em 1500 e que serviu durante 200 anos até ser destruído e consumido pelo terremoto de 1755 e o fogo que se lhe seguiu.
Os doentes
daquele do que antes fora um imponente e magnifico
Hospital , completamente destruído pelo fogo e terramoto, tiveram que acomodar-se na rua até serem transferidos
para o vizinho Convento de
Santo Antão, localizado na Colina
de Santana, implantado num solo
com geologia mais
estável de arenitos
consolidados e que assim sobrevivera com menos
danos ao terremoto. Esta Instituição Religiosa ,depois de adaptada foi batizada de Hospital de São José e que persiste em funções até aos
dias de hoje.
Com a
evolução do conhecimento medico , nas capitais mundo civilizado, com a extensão gradativa dos cuidados de
saúde a maiores sectores da população, a partir dos meados do século XIX, se diferenciaram
novas especialidades, justificadas pelas características
próprias das sua patologias,
numero de doentes, e grupo etário
e sexo e desta forma
justificando a existência de unidades hospitalares dedicadas .
São estas especialidades : a Pediatria, Ginecologia Obstetrícia
, Infecto Contagiosas , e a Doença
Mental.
Estas
novas unidades ,
arquitetural e administrativamente autónomas, encontram-se mais ou menos
integradas em Centros
Hospitalares. Esta arquitetura organizacional
persiste no mundo civilizado até
aos dias de hoje.
Em Lisboa as unidades Hospitalares correspondentes
foram o Hospital D.
Estefânia , maternidade Alfredo da Costa, Hospital Miguel Bombarda e o Curry
Cabral.
Decorre deste facto que equiparar a inovadora centralização de unidades de
saúde fragmentadas que se alcançou
com a criação do antigo Hospital
de Todos os Santos na época quinhentista
com a diluição ,
desidentificação e destruição de um legado Hospitalar centenário numa única unidade hospitalar
generalista, inicialmente projetada com apenas 550 camas em substituição as 2200 existentes (
agora dizem que o novo Hospital terá cerca de 853
camas) não é fundamentada nem historicamente nem
cientificamente e corresponderá a uma mera manipulação propagandista desvinculadas da verdade histórica.
Para alem da equiparação abusiva e
não fundamentada existem contudo duas
semelhanças verdadeiras entre o atual projeto e o quinhentista e que são omitidas no discurso oficial:
1ª - o facto de o antigo e projecto do
actual serem implantados em áreas geológicas de alto risco de destruição no caso de sismos e que no actual agrava-se devido ao facto de Quinta da Bela
Vista comportar o “maior risco de vertente” da área de
Lisboa.!
2ª - a outra semelhança, grave tem haver com transferência dos nossos centros de decisão para o estrangeiro que se seguiu a época Manuelina com a dominação espanhola . Sim poucas dezenas de anos depois de inagurado o H. Real de Todos os Santos eramos um protetorado de Espanha!
Atualmente, pelas mãos destes mesmos
gestores, que se apresentam enganosamente como os representantes modernos do período Manuelino , são na realidade a guarda avançada
da grande finança nacional e internacional ligada a exploração
lucrativa da saúde e os responsáveis pela destruição do nosso SNS que hoje em parte já esta controlado por Multinacionais.
Dono do Hospital da Luz e Fidelidade detido - Saposol.sapo.pt/artigo/.../dono-do-hospital-da-luz-e-fidelidade-detido 11 dez. 2015 ... Dono do Hospital da Luz e Fidelidade detido ... O presidente da Fosun foi dado como incontactável…….
Dono do Hospital da Luz e Fidelidade detido - Saposol.sapo.pt/artigo/.../dono-do-hospital-da-luz-e-fidelidade-detido 11 dez. 2015 ... Dono do Hospital da Luz e Fidelidade detido ... O presidente da Fosun foi dado como incontactável…….
Venda dos HPP à Amil rende 86 milhões à CGD - Empresas -
Jornal ...www.jornaldenegocios.pt/.../venda_dos_hpp_agrave_amil_rende_86_
milhotildees_agrave_cgd.html
A venda
do negócio de saúde concentrado nos Hospitais Privados de Portugal (
HPP) aos brasileiros da Amil, formalmente anunciada esta ... como os hospitais
dos Lusíadas (Lisboa) e de Albufeira, além do Hospital de Cascais,
que é ... O grupo comprador, que entretanto foi adquirido pela
norte-americana UnitedHealth
, ...
A eles respondemos :
Lisboa ainda é a
Capital de Portugal e não à de um dos Municípios da Iberia globalizada com sede administrativa em Barcelona.
Lisboa não prescinde do seu Hospital Pediatrico !
Hospital Pediatrico de Madrid |
Hospital Pediatrico de Barcelona |
Hospital Pediatrico na India |
Hospital Pediatricode Cincinati EUA |
Assina : Pedro Paulo M. A.Mendes - Médico Radiologista no Hospital D. Estefânia
Sem comentários:
Enviar um comentário