quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Boletim Estefânia nº 4 . O Presidente da República recebe na 3ª Feira às 12 horas a Plataforma de Defesa do Hospital Pediatrico de Lisboa!




Texto integral do Boletim Estefânia nº 4

No dia 2 de Outubro, irá ser entregue na Presidência
da República a Petição Pública com mais de 76.000
assinaturas de cidadãos em defesa do Património do
Hospital de Dona Estefânia e de um Novo Hospital
Pediátrico para Lisboa.
Na sequência deste acto, às 12 horas do dia 7 de
Outubro, Sua Exª o Presidente da República
receberá a Plataforma Cívica que procurará
transmitir as suas preocupações sobre a delicada
situação de retrocesso em que o modelo programado
para o futuro Hospital de Todos os Santos coloca a
assistência pediátrica especializada de Lisboa e do
Sul do País.
No dia 15 de Julho, a “Plataforma em Defesa do
Hospital de Dona Estefânia e de um novo Hospital
Pediátrico para Lisboa” foi recebida pela Srª Ministra da
Saúde em resposta a um pedido de audiência. Estiveram
presentes, a Senhora Ministra, Dra. Ana Jorge e a sua
Chefe de Gabinete e, em representação da Plataforma,
Ana Soudo, António Gentil Martins, Fátima Alves e
Pedro Paulo Mendes. Os principais aspectos da reunião,
que decorreu num clima de cordialidade e diálogo aberto
e construtivo, resumem-se ao seguinte:
- A Srª Ministra foi informada da existência do abaixo
assinado com mais de 76.000 assinaturas, dirigido ao
Senhor Presidente da República, que defende a
preservação do património do Hospital Pediátrico Dona
Estefânia e um novo Hospital Pediátrico para Lisboa.
Por outro lado, recebeu o “Manifesto” da Plataforma
Cívica expressando as nossas preocupações quanto ao
futuro da assistência hospitalar pediátrica especializada,
tal como prevista no Plano Funcional conhecido para o
futuro Hospital de Todos os Santos
- Face às dúvidas e objecções apresentadas, a Srª
Ministra recordou que, ao assumir as suas funções, se
defrontou com um projecto em andamento, não o
conhecendo em pormenor, mas (o que já fizera, em
parte) defenderia o primado da assistência pediátrica em
ambiente próprio e com técnicas especializadas, salvo
excepções pontuais, se claramente justificadas.
- Esclareceu que o Plano funcional divulgado pelo
Conselho de Administração já não era válido e que tinha
detectado vários pontos com que discordava,
manifestando uma posição favorável “à maior
individualização possível” dos Serviços de Crianças em
relação aos de Adultos, nomeadamente referindo as
áreas de Queimados, Cuidados Intensivos, Medicina
Física e Reabilitação e Pedopsiquiatria.
- No sentido dessa “maior individualização” a
Plataforma manifestou o seu entendimento sobre a
imprescindibilidade de um edifico pediátrico autónomo
(Hospital Pediátrico) comunicando com o hospital de
adultos e a autonomia de gestão da área pediátrica que
sublinhou ser absolutamente indispensável à defesa dos
interesses da criança. A Plataforma insistiu na
necessidade da completa separação funcional e
arquitectónica, entre crianças e adultos.
- A Srª Ministra mostrou entender a necessidade de
existir um “Quadro Pediátrico próprio”, a todos os
níveis, em particular nas valências e técnicas mais
complexas e especializadas. Referiu a necessidade de ter
os meios técnicos apropriados e individualizados para
todas as sub-especialidades com massa crítica suficiente
para justificar e rentabilizar os investimentos. A
Plataforma insistiu que tal deveria ser considerado,
nomeadamente em relação ao Serviço de Radiologia e
técnicas de hemodiálise que a Sra. Ministra, de
momento, admite comuns a crianças e adultos.
Reunião da Plataforma Cívica
com a Srª Ministra da Saúde
Entrega da Petição em defesa
do Hospital Pediátrico de
Lisboa a Sua Excelência o
Presidente da República
2
- A Sra. Ministra afirmou que iria reexaminar em detalhe
o Plano funcional actual e, face às preocupações da
Plataforma, lembrou que os aspectos arquitectónicos
ainda estão por definir. Avançou que o menor número de
camas pediátricas previsto resultava da actual duração
dos internamentos no Hospital, que considerava longa, e
da aposta na Cirurgia Ambulatória.
- A Srª Ministra assegurou que estava salvaguardada a
preocupação da Plataforma sobre o actual edifício do
Hospital de D. Estefânia e terreno envolvente que nunca
serão alienados para negócios imobiliários, continuando
dedicados à causa da criança, havendo já contactos com
a Câmara Municipal de Lisboa nesse sentido.
- A Plataforma considera a reunião globalmente positiva,
pesem embora as discordâncias manifestadas e
indefinições existentes. Nestas condições, urge divulgar
um novo plano funcional que, desde inicio, esteja
acessível ao Corpo Clínico do Hospital de Dona
Estefânia, evitando o mal-estar e suspeições sobre a
aparente continuidade do Plano Funcional actualmente
conhecido e rejeitado por vários sectores técnicos e
políticos. Neste panorama, estranha-se que
Coordenadores/Directores de Serviço do Hospital de D.
Estefânia continuassem a ser abordados pelo Conselho
de Administração para opinar sobre aquisição de
equipamentos para o futuro Hospital de Todos os Santos
com base num plano funcional que, como se viu, está
desactualizado e ultrapassado.
- A Plataforma colocou-se ao dispor da Srª Ministra para
eventuais reuniões/esclarecimentos, só úteis após
divulgação do novo plano funcional ao Corpo Clínico do
Hospital de Dona Estefânia.
A Plataforma Cívica: Ana Soudo (Fisiatria), António Gentil
Martins (Cirurgia), Carlos Azevedo (Capelania), Fátima Alves
(Cirurgia), José Pedro Vieira (Neuro-Pediatria), Pedro Paulo Mendes
(Radiologia), Teresa Rocha (Anestesia)
Em 15 de Julho, a Plataforma Cívica interveio na Sessão
da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) e, perante os
órgãos da CML e formações políticas representadas,
alertou para a desclassificação da cidade de Lisboa
quanto à assistência pediátrica especializada se, como
projectado, o Hospital de Todos os Santos-Chelas leve à
destruição do Hospital de Dona Estefânia sem criar um
novo Hospital Pediátrico em Lisboa. A Presidência da
AML enviou as nossas questões aos órgãos adequados
solicitando respostas que, igualmente, aguardamos.
Contacte-nos pelo e-mail: estefania.boletim@gmail.com
Ficha Técnica: Edição da Plataforma em Defesa do Património do Hospital de Dona Estefânia e de um
novo Hospital Pediátrico para Lisboa; Coordenador de edição: Mário Coelho; Formatação: Miguel Félix;
Distribuição gratuita em papel e via Internet
Opinião: “Que linda janela virada para o rio”
-Ainda a Reunião do Conselho de Administração
com os profissionais do Hospital (Junho 2008)
Nós, os menos esclarecidos, ficámos a saber, na reunião
promovida pelo Conselho de Administração (CA), que
os mais esclarecidos não sabem muito bem o que fazer...
Verificou-se existir uma confusão generalizada entre
“ambiente” e “espaço” e, sem nunca se esclarecer o que
é o “espaço” ou “ambiente” pediátrico, assim se
desenrolou uma reunião de mais de três horas falando
sobre este tema. Ficámos com a vaga ideia de que existe
uma preocupação sim, com o “espaço” e o “ambiente”
pediátrico e que ninguém quer misturar crianças com
adultos; mas, de acordo com o plano funcional do futuro
Hospital de Todos os Santos, em tudo o que são
especialidades “transversais”, aí, aparecem misturadas
as crianças e os adultos, numa promiscuidade
permanente e, para mim, condenável. Ficam assim o
“espaço” e “ambiente” pediátricos confinados aos
sanitários com 20 cm de altura, enorme preocupação
revelada no referido plano?
Na campanha promocional do Hospital de Todos os
Santos fala-se de História, mas da nossa história, de anos
de diferenciação, custeados pelos profissionais das
especialidades “transversais”, para conseguirmos uma
equipa dedicada exclusivamente à pediatria, ninguém
fala com o respeito que as crianças merecem.
O Departamento, ou Pólo, ou lá o que chama hoje em
dia o Hospital Dona Estefânia, tem técnicos com
formação pediátrica como nenhuma outra instituição
neste País e deveria estar orgulhoso disso e prestar, a
quem não tem, estes serviços, essa mais valia poderosa que
são técnicos com "olho pediátrico" capazes de avaliar, picar e
tratar crianças e bébés....à primeira e com gosto.
Nós, os menos esclarecidos, ficámos a saber pelos mais
esclarecidos que o “número de crianças está a diminuir
no País, que essas crianças são mais
saudáveis....portanto não precisam de tanto espaço...”
Oh! Sr. Dr Dirigente., olhe que os meninos são menos,
mas os que adoecem estão mesmo doentes, têm
síndromas complicados, muitos têm malformações e
doenças crónicas. Não há nenhuma enfermaria deste
hospital onde se entre que não se reconheça 2 ou 3 dos
doentes que lá estão! Resumindo:
- Existe um plano funcional para o futuro hospital mas
tudo o que tem a ver com o funcionamento são questões
de pormenor e ainda não estão pensadas.
- Não nos temos que preocupar porque o novo Hospital
vai ser o “Máximo” e tudo vai ser bonito....
Uma sugestão: quando abrirem concurso para o
fardamento do pessoal do “ambiente” ou “espaço”
pediátrico, introduzam uns ténis de “rodinhas”; é que vai
facilitar! Além disso, eu diria, dá “ambiente” pediátrico.
Ah! É verdade, o que mais gostei na vossa apresentação
virtual foi ... daquela linda janela virada para o rio.....
Xana MC – Terapeuta Ocupacional HDE
A Plataforma Cívica na Assembleia
Municipal de Lisboa

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