terça-feira, 8 de julho de 2008

Leia e divulgue: Boletim Informativo nº2 " A Estefânia "



LEIA O BOLETIM E DESCUBRA PORQUE :

... nas próprias palavras do CA, os profissionais não devem ter qualquer medo em manifestar as suas opiniões sobre este ou outro assunto...

....Não aceito ser desvalorizada pelo facto dos doentes serem mais pequenos ou em menor número; exijo respeito pela minha diferenciação e quero melhorar, não piorar, a minha prestação profissional. Nos moldes actuais, o futuro é triste e peço que seja considerada a hipótese de criação de um Hospital Pediátrico onde continue a caber a Medicina de Reabilitação, como espaço e filosofia.....

....O meu receio é que as próximas revisões do Plano Funcional revelem igual menosprezo pelos envolvidos, numa lógica de tempo que apenas assiste interesses imediatos, mas pela qual a História nos vai penalizar por cúmplices, ainda que involuntários ou opositores. ....


Um Serviço de Radiologia Pediátrica não se confunde com um Serviço de Radiologia de Adultos

Misturar crianças com adultos doentes num mesmo Serviço de Radiologia desumaniza o atendimento e reduz as capacidades técnicas e profissionais. A imagiologia Pediátrica é muito diferente da do adulto, pois requer conhecimentos específicos no domínio da anatomia, fisiologia, fisiopatologia e patologia pediátrica.

...É à volta desse sorriso que a equipa de radiologia pediátrica se une. É difícil entender?....


NOTA EDITORIAL : " TU FAZES O QUE DEVES, O ESTADO FARÁ O QUE BEM ENTENDER...."

ARTIGOS PUBLICADOS NO BOLETIM Nº 2 :

-REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO COM OS PROFISSIONAIS DO HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA

-"O PLANO FUNCIONAL DO FUTURO HTS E A ( RE) HABILITAÇÃO PEDIÁTRICA"

-UM SERVIÇO DE RADIOLOGIA PEDIÁTRICA NÃO SE CONFUNDE COM UM SERVIÇO DE RADIOLOGIA DE ADULTOS



TRANSCRIÇÃO NA INTEGRA DA EDIÇÃO :

Reunião do Conselho de Administração com os profissionais
do Hospital de Dona Estefânia

O sucesso do futuro Hospital de Todos os Santos, em Chelas, depende do empenho esclarecido dos profissionais que vão viver o complexo período de transição para um equipamento hospitalar que se promete fortemente tecnológico. No dia 4 de Junho, o Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar de Lisboa-Central (CHL-C) realizou no Hospital de Dona Estefânia uma sessão de esclarecimento sobre o futuro hospital de Chelas. Focaram-se vários aspectos positivos que apraz registar e outros tantos negativos sob assistência pediátrica que não foram esclarecidos nem fundamentados.
Assim ficámos a saber que:
- a presença de mais de 200 profissionais demonstrou a inquietação e o empenho do Hospital nestas questões, realçando-se o ambiente sereno e construtivo da sessão.
- o CA está disponível para qualquer explicação e fará as sessões que forem necessárias para responder às preocupações do Hospital, objectivo expresso da nossa Plataforma e dos Boletim “A Estefânia”. Assim, continuaremos com esta forma de intervenção cívica.
- ficou no ar a afirmação de que “praticamente tudo está em aberto”. À atitude do CA, a Plataforma Cívica retribuirá com igual seriedade e empenho, dando o seu contributo à divulgação dos princípios que reclama sobre o que considera a melhor defesa da criança, juntando os intervenientes num espaço de opinião que permita maior reflexão sobre estes problemas.
- nas próprias palavras do CA, os profissionais não devem ter qualquer medo em manifestar as suas opiniões sobre este ou outro assunto.
- o vídeo computorizado em imagens ficcionadas a três dimensões apresentado no início da sessão sobre a ideia projectiva de um futuro hospital em Chelas procurou transmitir uma imagem de modernidade que não disfarçou a falta de soluções para a indispensável separação física de crianças e adultos doentes. Quem pôde ficar até ao final concluiu que se tratava de um vídeo promocional virtual, sem relação directa coma realidade do futuro edifício de Todos os Santos, pois serão as empresas vencedoras dos concursos que irão propor o traçado arquitectónico de acordo com um Plano funcional ainda em revisão e um parque tecnológico ainda desconhecido.
- o CA reconhece que o Plano Funcional do futuro hospital geral de Chelas está em completa revisão pois tem inúmeros erros e muitos aspectos técnicos questionáveis. Esta situação já tinha sido previamente identificada no editorial do Boletim Nº1 ”A Estefânia” e a desvalorização desse Plano Funcional por parte do próprio CA é um facto potencialmente positivo.
- o CA afirmou que, ao contrário de várias informações iniciais, as crianças teriam um espaço no futuro hospital geral, consubstanciado num bloco próprio. No entanto, continuariam a partilhar com os doentes adultos e idosos a maioria das áreas técnicas. Esta Plataforma continua a discordar que esses espaços sejam apenas o dormitório-hotel das crianças doentes e que, quando as crianças necessitarem de técnicas médicas invasivas, procedimentos operatórios ou outros, tenham de ser transportados de maca ou cadeira de rodas para se misturarem com os doentes adultos. Regista-se que os adultos têm esses “privilégios” ao dispor no espaço que lhes é destinado. Não desistiremos de tentar sensibilizar os decisores para tal incoerência.
- o CA esclareceu que as camas pediátricas passariam a ser cerca de 170, mais de 300% face ao inicialmente previsto no Plano Funcional. Congratulamo-nos com esta evolução da posição dos decisores, que está mais aproximada das necessidades demonstradas e reclamadas pelos profissionais do Hospital. No entanto, a confusão aumentou quando foi afirmado que “algumas” destas camas serão “camas técnicas”, muitas delas situadas em espaços de adultos. Não se percebeu se tal “aumento” de camas iria levar ao aumento total de camas do futuro hospital ou se implicaria uma redução paralela no número de camas de adultos.
- o CA reconhece o erro conceptual do desacreditado Plano Funcional do futuro hospital de Chelas que previa que as crianças com doenças psiquiátricas seriam assistidas e internadas no mesmo local que os adultos com doença mental. O CA ouviu e teve o bom senso de aceitar que as crianças com doença psiquiátrica passariam então a ser assistidas e internadas em “área pediátrica”. Não foi esclarecida a localização das camas pedopsiquiátricas, nem se, compensatoriamente, se iriam reduzir as camas destinadas a outras crianças.
- não existia um centro de desenvolvimento infantil para o futuro hospital de Chelas que pomposamente se auto-apelida de “moderno” e pretende ter a pediatria diluída no seu interior físico em modelo dos anos 60 do século passado. O CA afirmou que afinal haverá um Centro de Desenvolvimento Infantil anexo (?) à pediatria.
- o CA admite que as áreas com comprovada especificação pediátrica (?) ficariam na zona pediátrica do futuro hospital. No caso da Medicina Física e de Reabilitação (MFR), esta ficaria inserida no Centro de Desenvolvimento Infantil. Tal decisão parece-nos demasiado redutora do âmbito da MFR, não tendo ficado esclarecido se estão envolvidas outras áreas da MFR (Ex: reabilitação respiratória, neurológica, ortopédica, queimados, etc.) nem qual a relação física e organizacional com o restante hospital.
- o CA confirmou a opção de que as crianças iriam utilizar um bloco operatório fora da pediatria e em comum com os adultos, cujo plano de gestão de espaços, à semelhança de outros aspectos desta mistura geral, estaria ainda em estudo. Não foi esclarecida a forma de separação dos espaços, circuitos e equipas, nem como será garantido que as crianças continuem a beneficiar do apoio de profissionais especificamente preparados para as atender, por exemplo, nos recobros/salas de técnicas com anestesia.
- o CA insistiu na ideia de planear os espaços de técnicas médicas pediátricas numa utilização mista com os adultos. Acreditamos que é pouco informada a aparente convicção de que os equipamentos imagiológicos e outros não continuarão a evoluir nas especificações técnicas destinadas à criança e que, num hospital que se promete “altamente tecnológico” e até “robotizado”, caberia às crianças um lugar ao nível do século passado. Esta situação, quanto a nós, carece de reflexão urgente, pois antecipa um modelo de parque técnico e funcional baseado em equipamentos médicos cujo processo de selecção e aquisição será mais tardio, após os concursos arquitectónico e de engenharia. O facto é que aparelhos específicos para a criança surgem cada vez mais no mercado e tal tendência não vai parar nos anos que antecedem a abertura do futuro hospital. Sem esta reflexão, em breve teremos os primeiros remendos na obra e maiores custos para os habituais trabalhos acessórios.
- o CA admite que algumas técnicas pediátricas poderiam ter espaços próprios exclusivamente para crianças, dependendo do volume de exames. Não foi respondido que técnicas e número de exames de cada técnica seriam considerados suficientes para que as crianças pudessem continuar a “beneficiar” de espaços e técnicas separados dos doentes adultos.
- o CA afirmou reconhecer que “se a pediatria não quer estar inserida no ambiente dos adultos, também os adultos não querem nem desejam ter as crianças nos seus espaços”. Apesar desta opinião generalizada e da sua afirmação desassombrada pelos próprios dirigentes, o CA continua a insistir no contrário.
- o CA reconheceu que desconhecia a magnitude do mal estar e descontentamento que grassa no Hospital e que se verificou atingir praticamente todos os sectores técnicos e classes profissionais.
- o CA alertou que haverá profissionais que não irão para o futuro hospital geral de Chelas, se assim “quiserem” (?) mas não definiu em que quadro de pessoal se concretizará esta afirmação.
- em breve, um membro do governo virá anunciar a solução para o actual Hospital de Dona Estefânia. A solução é considerada boa pelo CA, sendo há muito comentada nos corredores dos poderes.
- o CA entendia que o elevado nível de desconfiança em relação ao plano do futuro Hospital de Todos os Santos se devia a reacções “normais” de medo e de dor pela mudança e o “compreensível” sentimento de perda. Foi transmitido ao CA que não é o medo da mudança ou outro que assiste ao desagrado quase generalizado, mas sim a frustração de muitos profissionais que não se revêem num projecto que, à partida, gerara tanta expectativa de melhoria das condições de assistência às crianças e adolescentes.
A Plataforma Cívica

Coluna de Opinião (Cartas para publicação)

“O Plano Funcional do futuro HTS e a (Re)Habilitação Pediátrica”

A reunião de esclarecimento do Conselho de Administração (CA) sobre o futuro Hospital de Todos os Santos (HTS) teve o mérito de fundamentar o meu crescente desassossego. Não fiquei nada esclarecida, nem sobre o futuro, nem sobre o interesse da supremacia de um hospital geral contra a ideia, conciliadora, de um hospital pediátrico integrado num campus hospitalar.
A reunião teve dois efeitos: - criar uma nostalgia dos Hospitais Civis de Lisboa (HCL) e fazer sentir-me totalmente inepta para acompanhar o salto qualitativo que representa a passagem do actual Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) para o futuro Hospital de Todos os Santos (HTS) de “excelência”.
Conheço os HCL desde a infância, como frequentadora e simpatizante antes de me tornar profissional e sempre fui mantendo algum contacto, de características variáveis consoante os crescimentos recíprocos. Aí fiz os internatos médicos, optando pelo Hospital Dona Estefânia (HDE).
Por razões políticas, que deveriam ser válidas na altura, os HCL foram dissolvidos e viveram separados durante anos, não se sentindo que fossem comprometidos o empenho ou a diferenciação dos seus profissionais. Agora, por capricho ou por razões provavelmente válidas por um período igualmente finito, decidem a nossa inclusão (sem o Hospital de Curry Cabral) no CHLC, criando serviços artificiais e sem qualquer respeito pelo crescimento e diferenciação entretanto ocorridos. Refiro-me, obviamente, à minha especialidade “transversal”, recentemente integrada num Serviço de Medicina Física e de Reabilitação (SMFR) geral, que reúne os dos extintos HCL. Ao longo dos anos, os elementos das várias categorias profissionais do SMFR do Hospital Dona Estefânia adquiriram uma diferenciação específica em crianças e adolescentes. Alguns de nós fizeram grandes investimentos pessoais privilegiando a diferenciação (a “carolice”, herança dos HCL), as nossas referências HCL foram-se perdendo e os contactos passaram a ser a Pediatria e sub-especialidades pediátricas. O fascínio da aprendizagem do movimento e do desenvolvimento num indivíduo em crescimento, a gestão da doença crónica e do que ela implica, a originalidade da intervenção terapêutica.... Subitamente fui integrada num SMFR com hierarquias distantes, decididas por razões não aparentes. Como médica, sei que posso ser parceira de gestão, mas não é minha especialidade ou vocação e defendo que os directores continuem a ser as referências científicas a quem se recorre para obter as opiniões profissionais decisivas. Quando a palavra retrocesso é a que mais ouço para caracterizar a actual unificação, não tenho imaginação suficiente para idealizar o salto para a excelência que representa o futuro HTS. Os serviços são as pessoas que os constituem, no que isso tem de bom e mau, e resultam duma construção diária de conhecimentos científicos e interpessoais, às vezes em equilíbrio instável, mas sempre com o objectivo único de servir os doentes, neste caso crianças e adolescentes. Como querer que esta organização se mantenha em serviços artificiais e toscamente criados sem qualquer respeito pelos diferentes percursos históricos?
Do futuro, que há de concreto? O plano funcional do HTS!
Ninguém consegue elogiar este plano que mais parece um texto apócrifo. Nele, o “ambiente pediátrico” é colocado a posteriori num plano simplista de um qualquer Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, como se a Reabilitação Pediátrica representasse, não toda uma filosofia, mas um acréscimo artificialmente conseguido com autocolantes do Noddy. O “ambiente pediátrico” fica situado no meio do serviço de MFR a que se acede por uma entrada comum a crianças e adultos.
Há referência a “boxes” de tratamento!! Este anglicismo não faz parte do meu léxico de Reabilitação Pediátrica; os agentes físicos são raramente utilizados em pediatria e os adolescentes que, actualmente, estão num programa de estimulação eléctrica, fazem-no em conjunto, numa área ampla e promovendo competição/entreajuda. E nem por se designarem boxes “polivalentes” (preciosismo sublime!) fica o “ambiente pediátrico” salvaguardado!
Segundo o Plano haverá uma Sala de Actividades da Vida Diária (AVD). AVD?? É um termo que não tem pertinência em Reabilitação Pediátrica e muito menos justifica uma sala. Quão singelas são as “AVD” de um Recém Nascido! No entanto é ele que tem uma lesão do plexo braquial ou um torticollis congénito e é ele que é preciso diagnosticar e tratar. Até a linguagem técnica é diferente, assim como a patologia e as formas de diagnóstico ou de intervenção terapêutica; mas esta diferenciação não foi contemplada nesta junção de Serviços e muito menos o será, ao manter-se o actual modelo de cuidados previsto para o “excelente” HTS.
Assim, deve entender-se que o meu desassossego não vem da perda de uma situação ou do medo da mudança, mas sim da certeza que a tendência actual é para pior, sem que se consiga fazer vê-lo a quem tem por missão a gestão, o único fim último admitido na nossa sociedade actual.
Não aceito ser desvalorizada pelo facto dos doentes serem mais pequenos ou em menor número; exijo respeito pela minha diferenciação e quero melhorar, não piorar, a minha prestação profissional. Nos moldes actuais, o futuro é triste e peço que seja considerada a hipótese de criação de um Hospital Pediátrico onde continue a caber a Medicina de Reabilitação, como espaço e filosofia. O meu receio é que as próximas revisões do Plano Funcional revelem igual menosprezo pelos envolvidos, numa lógica de tempo que apenas assiste interesses imediatos, mas pela qual a História nos vai penalizar por cúmplices, ainda que involuntários ou opositores.
(Carta enviada por Ana Soudo – Médica Fisiatra)


Um Serviço de Radiologia Pediátrica não se confunde com um Serviço de Radiologia de Adultos


Misturar crianças com adultos doentes num mesmo Serviço de Radiologia desumaniza o atendimento e reduz as capacidades técnicas e profissionais. A imagiologia Pediátrica é muito diferente da do adulto, pois requer conhecimentos específicos no domínio da anatomia, fisiologia, fisiopatologia e patologia pediátrica. A interpretação dos exames de imagem é um desafio contínuo, sendo fundamental a discussão pluridisciplinar com os outros Serviços hospitalares pediátricos médicos e cirúrgicos. Estes conceitos são pedra angular de bom funcionamento dum Serviço de Radiologia Pediátrica.
O primeiro hospital pediátrico, Dispensary for Sick Children, data de 1769, em Londres. Em Portugal, o Hospital de Dona Estefânia dedicado às crianças de Lisboa, data de 1860 e foi um dos pioneiros na Europa. A Pediatria nasce em 1893, em Harvard e em 1910 é publicado o primeiro livro de radiologia pediátrica “The Roentgen Method of Pediatrics”. Entre 1920-1930 vários serviços de radiologia foram criados exclusivamente nos hospitais pediátricos, mas foi depois da II Guerra Mundial que a especialidade de radiologia pediátrica irrompeu e a constante evolução dos equipamentos tornou a radiologia pediátrica actual imprescindível à prática clínica.
Um Serviço de Imagiologia dedicado à criança requer particular atenção: na preparação teórica e prática dos seus profissionais (médicos, técnicos, enfermeiros, auxiliares de acção médica, administrativos); no seu equipamento: radiologia convencional, ecografia, tomografia computorizada (TC) e ressonância magnética (RM); e no atendimento adequado às características das crianças, à sua relação com o meio e com as tecnologias de diagnóstico imagiológico.
Os médicos especialistas nesta área devem ter perfeito domínio das técnicas imagiológicas, das estratégias diagnóstico mais adequadas à criança, da optimização dos métodos menos invasivos, sem radiação ionizante e da sua execução ou orientação de forma segura.
Também os técnicos de radiologia devem ter treino específico para a realização de exames em idade pediátrica, com particular atenção à obtenção de confiança das crianças e às formas particulares de imobilização que variam consoante o exame solicitado, o grupo etário, as doses de radiação mínimas para obter imagens úteis e nível de treino continuado que reduza as repetições de “disparos” ou de outras incidências complementares, poupando estes doentes a doses desnecessárias de radiação e encurtando os tempos dos exames. A colaboração de outros médicos no Serviço de Radiologia Pediátrica, em particular dos Anestesiologistas é favorecida com a dedicação destes à Pediatria. Enfermeiros, Administrativos e Auxiliares de acção médica devem estar também familiarizados com a prática pediátrica e a especificidade das funções no Serviço de Radiologia Pediátrica.
É necessário que os equipamentos imagiológicos de alta gama, acessórios, material anestésico e o carro de emergência que integram um Serviço de Radiologia Pediátrica sejam adaptados à população infantil.
O acolhimento da criança no Serviço de Radiologia é um aspecto primordial. Um exame imagiológico pode correr mal apenas porque não se conseguiu sossegar a criança e obrigar a atitudes mais invasivas como a sedação ou a anestesia. Acalmar a criança passa em primeiro lugar pelos pais que podem estar assustados não só pela forma como irá decorrer o exame como pelo seu resultado. A garantia do bem-estar da criança e uma informação prévia sobre a importância do exame, a necessidade de uma preparação, no que consiste e as várias etapas, pode ajudar a responder à ansiedade dos pais e transformá-los em “preciosos” aliados.
A sala de espera deve ser agradável com ambiente próprio a cada subgrupo etário. Uma área mais carinhosa para lactentes onde podem ser amamentados, limpos e adormecidos. Uma área de brincadeira e jogos para crianças pequenas, televisão e vídeos adequados cativa mais a atenção das crianças em idade pré-escolar. Uma consola com jogos interactivos para crianças em idade escolar. Algumas revistas e jornais para adolescentes e alguns pais… Um ambiente alegre ajuda a superar o tempo de espera.
As salas de exame não podem ser assustadoras. A decoração da sala, muitas vezes a cargo dos Psicólogos, contribui para minimizar o medo do equipamento. Durante a exploração imagiológica a atitude do médico ou do técnico que executa o exame deve adaptar-se não só à gravidade do doente mas à idade da criança para obter o máximo de colaboração. No Recém-Nascido o conforto físico é o principal requisito. Na criança pequena a presença da mãe é fundamental. A criança em idade escolar é receptiva á explicação do exame, demonstra curiosidade em ver as imagens e até vontade em ajudar. O adolescente, em fase de transição e alguma turbulência, reage de forma diferente do adulto e pode querer privacidade sem a presença dos pais na sala. É importante, se forem necessários mais exames, que a criança volte ao Serviço de Radiologia confiante e com um sorriso nos lábios. É à volta desse sorriso que a equipa de radiologia pediátrica se une. É difícil entender?
(Carta enviada por Eugénia Soares - Médica Radiologista)


Ministra da Saúde recebe a Plataforma Cívica em 15 de Julho
Por solicitação da Plataforma Cívica em Defesa do Património do Hospital de Dona Estefânia e de um novo Hospital Pediátrico para Lisboa (ver Boletim “A Estefânia” Nº1 Abril 2008), a Senhora Ministra da Saúde vai receber-nos no próximo dia 15 de Julho. Na audiência procuraremos expor as razões de existência deste movimento. No boletim “A Estefânia” resumiremos o resultado dessa reunião.


Leis outros textos e cartas visitando www.campanhapelohde.blogspot.com

Ficha Técnica: Edição da Plataforma em Defesa do Património do Hospital de Dona Estefânia e de um novo Hospital Pediátrico para Lisboa; Coordenador de edição: Mário Coelho; Formatação: Miguel Félix; Distribuição gratuita em papel e via Internet

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