sexta-feira, 17 de agosto de 2007

CONCLUSÕES APÓS DOIS MESES DE FORUM”


Caros amigos decorreram já dois meses quando se iniciou a integração de Hospital D. Estefânia no Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Neste espaço de tempo, as informações fornecidas por vários colegas do corpo clínico e antigos dirigentes, nos permitiram adquirir uma percepção histórica dos contornos de todo este processo(a qual,inclusive, provavelmente muitos de nós ainda desconhecíamos).
A leitura dos acontecimentos pelos colegas e intervenientes na discussão, se caracterizou por duas versões, contraditórias. Não cabe aqui decidirmos qual a mais verosímil.
Consideraremos, contudo, que qualquer uma delas será plausível e a sua realidade dependerá apenas da determinação e interacção dos intervenientes em campo. Ou seja, o peso a cada prato da balança que cada um de nós dará, será fundamental no desfecho dos acontecimentos.
Caberá a cada um escolher qual das versões lhe parecerá mais adaptada, ou de forma ecléctica, que partes de cada uma lhe parecem mais de acordo com os factos.
Estão abaixo descritas sob os títulos A ,ou B. Se não concordar com nenhuma delas, agradecemos que a nos envie a sua interpretação para publicação.
VERSÃO DOS ACONTECIMENTOS – A
A saber:

1-
É opinião de muitos, senão mesmo da maioria das diversas pessoas com que privamos, de que o Ministério já tinha o actual plano de encerramento e elaborado previamente a consulta aos antigos Corpos Dirigentes do Hospital.
Assim, a consulta do Ministro de que resultou entre outros o parecer Comissão da Médica (publicado neste Fórum), ainda antes ainda de ser elaborado, já o era extemporâneo. Tal consulta correspondeu apenas à um ato de circunstância , que querendo-se entender como de cortesia, objectivamente correspondeu a um desviar atenções para evitar resistências ao actual processo de diluição do Hospital, já anteriormente assumido, e de acordo com planos mais antigos, mas só agora postos em execução.
2-
O projecto relativo a Zona Hospitalar, realizado pelo Ministério, em que foi posteriormente incluído Hospital D. Estefânia, não contemplou qualquer avaliação sobre a importância dos Hospitais dedicados à pediatria, ou Hospitais maternos infantis, em um contexto de unidade de cuidados terciários e rede de Saúde.
Não se preocupou igualmente com a história e valor patrimonial afectivo de referência.
3-
Esta alínea mais controversa, e questionavel, carenciando de fundamentação mas que transcrevemos pela sua importância, apesar de a considerarmos e querermos improvável e falsa >
“Fala-se” e “existem boatos “ (e não existirá fogo sem Fumo) sobre o destino a dar aos terrenos do actual Hospital D. Estefânia “.
Uns dizem que serão transmitidos a uma Instituição para construção de uma Escola Médica , outros para entidades privadas. Mais recentemente fala-se da alienação apenas de fracção deste espaço.
Todas com o fim gerar o financiamento para construção do futuro “Hospital de todos os Santos “.

Indícios que sugerem a veracidade da Versão A

- A parte representativa do corpo clínico deixou de ser ouvida a algum tempo e esta alheia do actual processo de integração. (afirmação dos próprios).
- Escolheu-se a altura de Verão para iniciar o processo de diluição, quando o perigo de contestação é menor. Esta escolha teria sido planeada, devido a má consciência da sua impopularidade.
- Os terrenos propostos para o futuro Hospital de Todos os Santos tem dimensão menor do a do actual HDE e, portanto, o facto de o Hospital vir a existir como entidade autónoma física e administrativa será irrealizável.
- Explica-se desta forma que “se antes se falava em um pavilhão dedicado ao Hospital Pediátrico “ agora se fala “ em número de camas X em um Hospital Generalista em que a individualização como espaço pediátrico dependerá "de uma solução arquitectónica."
- O facto de deixar de ouvir falar nos novos planos na nossa denominação histórica de D. Estefânia. Ou seja estará de acordo com os planos fazer esquecer o Nome e a História daquilo que é memoria colectiva e que eliminaram dos seus planos.

VERSÃO DOS ACONTECIMENTOS – B
A saber :-
Segundo vários colegas está é versão dos acontecimentos, se não mais plausível será desejável e possível.
Estes colegas consideram a Versão A dos acontecimentos precipitada , sem bases sólidas e derivada de algumas incertezas.
Fundamentam o seu optimismo nas alíneas abaixo enumeradas:

1-
Se apenas há 5 anos a Professora Doutora Gertrudes Gomes da Costa, Presidente de Honra do Congresso de Comemoração dos 125 anos do Hospital de D. Estefânia testemunhou “… O empenho que todos os profissionais continuarão a dedicar ao Bem estar da mãe e da criança “ não é verosímil em tão pouco tempo , uma evolução que contraria em todos os seu fundamento esta História.
2-
Esta em confronto e em desacordo com a palavra de Ministros que teriam garantido pessoalmente a antigos Dirigentes deste Hospital que dentro de um conceito de “ Cidade Sanitária” se pretende preservar este Hospital com idêntico nome não desvirtuando a sua história e identidade ou desperdiçando a sua capacitação adquirida conferindo-lhe assim um espaço físico e administrativo próprio no eventual no futuro "Campus"do Hospital de Todos os Santos
3-
Considera que as hesitações actuais se devem a esforços e contradições próprias da complexidade de análise de soluções alternativas devido a eventuais conflitos de espaço físico necessários mas não disponíveis e a obrigatória análise de riscos e nomeadamente sísmico no espaço previsto no de Vale de Chelas em que estes não seriam negligenciáveis e imprescindíveis para qualquer construção Hospitalar.
4-
Da necessidade de tempo para elaborar um projecto arquitectónico consentâneo com as particularidades de um Hospital Materno-Infantil edificado e de acordo exemplos e conceitos arquitectónicos mais modernos e avançados e exemplificados pelos planos dos modernos Hospitais Pediátricos dedicados que estão a ser construídos agora no mundo (em dois países desenvolvidos e habitualmente de referencia estão a ser contruidos neste momento cerca de cinco ).
Enfim um projecto que não desvirtue ou mesmo seja inferior aquele que dispomos. mas ao contrario que releve a historia do actual e actuais dirigentes.
5-
Consideram que não tem fundamento jurídico ou moral os boatos da apetência de Privados ou outras para apropriarem-se do espaço do actual Hospital.
Estão convictos que estamos perante pessoas de bem e que não pretendem dispor o que não é seu e que é património doado e inalienável destinado a saúde das Crianças e mães de Portugal.
6-
Se o novo Hospital D.Estefânia dedicado for construído noutra área diferente deste espaço físico, este ficará ligado ao outro de forma orgânica, administrativa e assistencial . ( por exemplo , internamento longo, consultas de algumas especialidades, centro de investigação e pesquisa em pediatria, associações de doentes, pais ou outras que se venham a definir, etc....)
7-
Considera quer estes pressupostos são consentâneos com todo o esforço de melhoria de Gestão administrativa, de Serviços e equipamentos e meios, desenvolvidos pela actual Administração e que apoiam pois integram-se nos objectivos mencionados
8-
Exclui liminarmente que interesses privados poderiam estar a influenciar os acontecimentos, tal corresponderia à um cegueira estratégica pois a destruição de entidades assistenciais de referencia ligadas a sectores da população não produtivos contraria a qualquer politica de apoio a mãe, criança e natalidade e inclusive inviabiliza a formação de competências sem as quais o sector privado não subsiste e que serão sempre necessárias inclusive como de apoio logístico.
Indícios que fundamentam a posição B:
Aguardam uma definição oficial e publica sobre os planos do futuro, o que leva a desconfianças e o aparecimento de boatos e que urge evitar pelo mal clima que se desenvolve.

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