sexta-feira, 2 de setembro de 2016

AFECTOS E HOSPITAL PEDIÁTRICO - OUTRAS PERPECTIVAS






Na Inglaterra . França, Irlanda como em todo o mundo civilizado os governantes seja qual for a  sua " cor politica "  tem afecto  e apoiam  "os seus" Hospitais Pediatricos...Em Portugal ..........

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Irq9rHiSlewJ:https://en.wikipedia.org/wiki/Great_Ormond_Street_Hospital+&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt







AFECTOS  E HOSPITAL PEDIÁTRICO -  OUTRAS PERPECTIVAS


Introdução:

 Os afetos  formam-se na nossa   psique  após   experiências intensas  que ocorrem quando  da  nossa   interação social com  outros  seres vivos , forças naturais , paisagens  objetos  ou entidades  abstratas.
Apesar de o uso comum  ter desalojado  a palavra afeto  das  vivências  antipáticas ou negativas ,  retomaremos aqui o seu significado  etimológico, abstrato, do latim , com origem no verbo  “afetar”  ou seja : “aquilo  tem a capacidade de    nos impressionar”.
   Em consequência o   acontecimento primordial  que desencadeou a criação de um afeto  pode ter sido   agradável ou  traumatizante e o “afeto” poderá  assim ter   uma valorização positiva ou negativa.
Na  formação  de um sentimento de  afeto,  a nossa mente, para além da experiência que nos “afetou “ recruta   toda a  nossa  memoria   procedendo a uma  elaborada síntese  cognitiva   psico-sensorial  e que ficará   gravada , sob a forma  de “um  sentimento  / conhecimento”.
Depois de formado " o afecto",  ficará a fazer parte do nosso património cognitivo e influenciará o  comportamento no   futuro.
As características do  afeto ,  dependerão  não só do agente mas também da personalidade e cultura   do individuo passivo . O mesmo acontecimento  poderá condicionar  atitudes diversas em duas pessoas distintas .
A  importância  de que se revestem as algumas impressões afetivas  sobressai na exclamação  frequentemente ouvida após  um  acontecimento marcante  “Nunca mais serei o mesmo!”.
 O  afeto , depois  de formado ”  se transformará numa “entidade com vida quase  própria na nossa psique ” e que  se expressará sob a forma de um comportamento apropriado em  resposta  a uma  experiência  similar.
Querem  "fazer-nos esquecer"  o Hospital Pediatrico de Lisboa.
Encerrraram o seu gabinete de Comunicação.
Nós não nos esqueceremos!



  Podemos assim   voltar a revive-los intelectualmente  recordando apenas  as suas circunstâncias,  clarificando-se  assim  o significado  outra frase  da uso comum : .”Recordar é viver….” ou numa forma mais poética  a estrofe de  Fernando Pessoa “Era outra vez agora”




Em síntese os  “afetos” depois de criados , ficam  a   fazer  parte do  nosso ser, constituindo aquilo que  António Damásio denominou “a nossa   inteligência emocional”   e  que  como ele documentou em estudos de imagem,  tem um suporte  orgânico neuro sináptico com  mapeamento em áreas especificas do nosso cérebro







Afecto e razão não são dissociaves!

Em nós, os  humanos , a manifestação afetuosa  é mais rica e complexa do que   que a simples   expressão das emoções,  primárias ,comuns  a maioria dos  mamíferos. (nota)
Desta forma “o  afeto”  e o “ conhecimento” entrelaçam-se dialecticamente  no  pretérito no  presente e no  futuro,  e são a  essência da evolução  da humanidade e quiçá da própria vida pois toda ela tem um substrato inteligente.
Consideramos assim   artificial  qualquer  demérito que se  atribuía aos defensores  de afetos nomeadamente  acusa-los de serem reféns   “passado” .
Os afetos  para alem das expressões  emocionais habituais  traduzem-se  em todos os  outros   códigos  de comunicação  que a    humanidade criou durante a sua evolução , tais   como a    musica,  a literatura , teatro, opera  e pintura, etc……
Charles Chaplin no
Cinema Mudo  registrou para
a posteridade  "os afectos" que
marcaram  toda
uma época.

Os grandes  artistas,  substanciam  os seus afetos e os da comunidade nas suas  obras e  assim  se   transformam (ram )  nos    expoentes identitários e  culturais  das civilizações  do passado e atuais,  conferindo-lhes  uma projeção intemporal.



" O afecto de Bethoven por Elisa  imortalizado  sobre a forma de percepto musical

https://www.youtube.com/watch?v=LQTTFUtMSvQ
Gilles Deleuse  batizou os  afeitos  sublimados  na  forma artística, de  “perceptos” e que  constituem o registo  artístico dos afeitos de uma época e ou civilização e   que  são a sua  memoria tangível.

Os afectos estão incorporados  e fazem parte na nossa  cultura e língua. O  vocabulário,  é de uma certa forma uma herança simbólica da historia  cultural afetiva das nações e comunidades   em que nos inserimos.

 Seria interessante  se pudéssemos acompanhar numa viagem no tempo a origem e impregnação de conteúdo  da palavra “ saudade” e assim tomar plena consciência o significado da  intensa  carga afetiva e dramática que carrega…
.Somos um povo de viajantes e  emigrantes forçados que deixaram,   entes queridos em continentes distantes.  Ei-los que partem , velhos e novos ….( meu País , meu País) https://www.youtube.com/watch?v=qhKz7FA9Ev
https://www.youtube.com/watch?v=A1Mc-Obm2Y8


Os afectos  não são assim uma névoa pueril incoerente  e   ridicularizável    que   paira  no ar desligada  da realidade.
...ou serem
manipulados e falsificados
 serem utilizados para nos
formatarem e servir os
interesses dos grupos
financeiros....

Os afectos podem   mobilizam-nos  em defesa dos
direitos sociais das nossas crianças ...






Os afectospossuem  uma densidade não mensurável    e não é raro  estarem impregnados  de uma força anímica   avassaladora , seja esta entrópica ou ao inverso organizadora  e criadora.
A manifestação individual e social dos afectos e perceptos informa-nos do grau de civilidade  de um povo.
Da  sua importância resulta que os  afeitos podem  ser os    catalisadores  da mobilização do individuo e uma comunidade para ação construtiva ou em sentido inverso , a sua manipulação e sublimação fazem  parte de uma  estratégia para a  sua dominação .

 Esta manipulação é tangível no nosso dia a dia no  banal marketing que induz ao consumo  através de informações subliminares  abusivas e estranhas ao objeto , até as altamente elaboradas , por Serviços de Inteligência,   e utilizadas nas campanhas eleitorais , e invasões militares etc…. ,  que tem por fim a  desidentificação  e dissolução de valores  com vista a  subjugação do individuo e comunidades  para  que  o controlo dos media contribui  hoje  de forma decisiva.
Um critério  para  avaliar a “bondade” da utilização afeitos  é analisar se  são socialmente  úteis   e construtivos ,  ou ao  contrario,  vinculados a   grupos  de interesse corporativos em detrimento  da comunidade.
Feita esta longa  mas necessária introdução, estaremos  mais aptos para avaliar a  dinâmica afeitos que envolvem o processo  Hospital Pediátrico de Lisboa.

“Os afetos” e o Hospital Pediátrico de Lisboa

Desde que  iniciamos   da Campanha em Defesa do Hospital Pediátrico de Lisboa,  ouve-se   afirmar  com “condescendência ”  que   motivação em defesa do Hospital Pediátrico de Lisboa / Hospital D. Estefânia,   “é de natureza afetiva” .
Aos olhos  benévolos dos promotores da atual reforma hospitalar  estaríamos   reféns do   passado  e em oposição  ao “progresso” que o futuro Hospital Generalista de Chelas representará.

A  sua argumentação seria compreensível caso  pretendessem construir,  como propusemos ,ao lado daquele  ,  um novo Hospital Pediátrico, mas infelizmente não é o caso . Insistem num hospital de Distrital, equiparando Lisboa, capital do Pais, a capital de um distrito  de Espanha ( Valência por exemplo).


Sim porque Barcelona tem o seu Hospital Pediatrico e  ao contrário do que em Lisboa
os circuitos entre os adultos e crianças são respeitados......

Estes atores  não entendem  o  afeto   que a  comunidade   e as  famílias votam aos Hospitais Pediátricos, (alguns dos quais  com mais de um século de existência)  que  se consolidou   numa  interação emocional  intensa, trans geracional ,quando,  deles,  foram obrigados a se  socorrer para    tratamento   dos seus filhos e familiares,  a comedidas   por  doenças graves .

 È o  conjunto destes afeitos sociais materializado nas suas  Instituições de que    se forma o  tecido identitário e cultural que une  as  comunidades e a sua cultura.
Destruir estes laços  é fragilizar e destruir e dominar  estas as comunidades, e  é  o que consideramos ser o final objetivo das políticas  globalização orientadas pelo FMI, Goldman Sachs, Banco Mundial, etc em favor das multinacionais.
O grau de civilidade e cultura  e “inteligência emocional “ de um Povo  ou comunidade  reflete-se no envolvimento   afeto que dedica  as crianças infância através das suas políticas estratégicas.

As crianças" em primeiro lugar" um principio de que os mentores da actual reforma hospitalar estarão  alheios ?!!!!

Como paradigma , salientamos a Grã Bretanha que   elevou os  Hospitais  Pediátricos  a ribalta no   palco mundial que foi  a  “abertura dos jogos olímpicos de 2012 “.
 O cartão  de visitas  que os Britanicos   orgulhosamente  ofereceram  ao mundo   equiparando-os “a uma preciosa Joia da Corôa “ ,  foi a  homenagem coreografada  ao seu Hospital Pediátrico :  “ O Hospital  Sick Children Hospital -  London”
O reconhecimento  da importância  dos Hospitais Pediátricos repetiu-se  de  forma mais modesta  mas não com  menor valor simbólico  na   abertura nos actuais  dos Jogos olímpicos do Rio de Janeiro em a  Dra.  Rosa  Celia  Pimentel , impulsionadora na criação do   “ Hospital Pediátrico da Criança Cardíaca do Rio  de Janeiro ,” foi enaltecida com o  privilegio de conduzir  a   Bandeira Olímpica”!
O que mostra o reconhecimento universal  da sua importância mesmo em países onde a desigualdade   e a falta de direitos sociais  são notórias.
 Em Portugal o que acontece ?!!!



Brilha  o lado  inverso, cinzento e triste da medalha…...
Os media subjugados   compactuam  num silencio ensurdecedor, com os órgãos do poder submissos a interesses financeiros ligados a saúde, envolvidos na atual reforma hospitalar ,  em que uma das  consequências  colaterais   é destruição do Hospital D. Estefânia, cumprindo o  projeto redutor e interesseiro das PPP no futuro Hospital Oriental e os projetos imobiliários com venda de património histórico dos antigos Hospitais da Colina de Santana e apropriação de  valências e camas pelos Hospitais Privados. (Nota )
A modernização,  de  que beneficiou Instituição Hospitalar   Londrina, conservando as suas linha originais,  contrasta com  o  abandono e  desqualificação vergonhosa a  que o  único Hospital Pediátrico da Zona Sul de Portugal  esta intencionalmente  votado.

Este abandono e desconsideração  é o espelho e da qualidade  de algumas “elites” com responsabilidades nos governos e Ministérios que tem se sucedido nos últimos trinta anos e que depois de cumprirem os desígnios  das multinacionais e instituições financeiras  tem emprego milionário  garantido nos seus cargos de gestão ou Universidades Americanas .
Citamos Manuel Pinho, ministro das Finanças ,  ligado ao BES que nomeou os responsaveis pela escolha do Hospital Oriental de Lisboa

Manuel Pinho está a 'adorar' viver em Nova Iorque - Saposol.sapo.pt/.../manuel-pinho-esta-a-adorar-viver-em-nova-iorque24 set. 2010 ... nesta universidade, manuel pinho começou este mês a leccionar uma ... gosto muito de estar em nova iorque. os norte-americanos têm uma ...

Novo Hospital Pediatrico de Coimbra
Felizmente em   Portugal, nem tudo é negro e viscoso, e subterrâneo.  Existem vozes, faróis  ,  que  corajosamente  se opõe iluminando  o caminho para a saída   este pântano.  Queremos enaltecer  exaltar a  coragem  e determinação da população de   Coimbra e dos seus representantes , que souberam  lutar  e  construir  o seu novo Hospital Pediátrico.

 Quais as    causas objetivas que  poderão   justificar   a  insensibilidade dos principais atores da atual reforma hospitalar ?

Todas as alterações no articulado legislativo , nos últimos trinta anos  e  que regem   o Serviço Nacional de Saúde,  desenvolveram  sobre a bandeira da sua privatização com argumento da  maior eficácia da gestão privada/empresarial , e assim   são  fruto  de uma estratégia  bem sucedida  que   destitui  a prestação dos cuidados de saúde da sua componente humanista  ,  transformando-a numa relação meramente  mercantil   e tem como o objetivo ultimo na  criação de um Mercado de Saúde de acordo com o paradigma importado dos EUA através do Banco Mundial ,   como alias assumem-no  , honestamente  alguns  mestres  impulsionadores e seguidores que de lá vieram formados

Com este  propósito as Direções Clínicas  dos hospitais tem sido gradativamente desapossadas  de qualquer  poder executivo  , cabendo aos novos  “ Gestores” formados  em Escolas de Saúde Publica  como os   pressupostos   ideológicos   neoliberais incumbidos da  a implementação destas regras. (Nota 1)  “Plano de Ações prioritárias  (PAPRCH de Lx 2006 )” .  
Estes gestores  na sua  generalidade ,  estão ideologicamente   comprometidos  e alinhados  na luta contra a ideia “de Serviço Publico”  pois consideram  em acordo com a  falácia  neoliberal,  de  que estes se  opõe  ao  “Principio da Liberdade e leis da concorrência  “ e  que  confundem com  leis do lucro e  Mercado  que são deificadas.  

O fanatismo  irracional com que  abraçam a sua causa exemplifica-se  quando se  calaram e assim implicitamente consentiram  acções corruptas dos  grupos financeiros que  depauperaram  o erário publico de que citamos como exemplo o Minsiterio do Prof. Correia de Campos que  não apoiou os funcionarios que denunciaram os alegados  desvios do Grupo Mello no Hospital do.  Amadora Sintra e que foram alvo de um processo com inversão do onus da culpa. 
Não é por acaso que os   teóricos  da atual reforma  ao invés de  “Serviço” Nacional de Saúde, o denominaram  de  “Sistema” Nacional de Saúde.

Estes  gestores  são por formação   “ cegos afetivos “   relativamente dimensão humanista e de solidariedade  que  deve impregnar toda    a ação médica individual e Hospitalar, hoje em  dissolução.

Esta  nova classe de gestores   não é  capaz  de  compreender a  interação  emocional  e os laços que se criam ao   ser-se    corresponsável   no tratamento  de  outro ser diminuído pela doença  ou em risco de vida  e que  deposita nos profissionais hospitalares a  sua confiança  e esperança. ( nota 1)
 No caso especifico da pediatria  são desconhecedores    especificidade   psico fisiobiologia  e patológica  especifica da criança, a sua fragilidade natural, e  a sua suscetibilidade a ambientes estranhos e que com  outros muitos fatores,  justificaram a criação de Hospitais Pediátricos nos grandes centros populacionais ( Hospitais Centrais) e obrigam a  diferenciação de circuitos nos centros populacionais  intermédios ( Hospitais Distritais)

Diz o ditado e a sabedoria popular…o que os olhos não veem o coração não sente. …
Estes “novos senhores” consideram,  assim “natural”  que um Hospital Pediátrico seja por hora desidentificado e depois  aniquilado numa estrutura amorfa e indiferenciada e formatada para a rentabilidade máxima ,de que é exemplo o grotesco do  Plano Funcional inicialmente  proposto para o futuro Hospital de Todos os Santos, e  que felizmente  denunciamos e   oportunamente e  felizmente foi  anulado .
Ressalvamos  que não nos move qualquer antipatia pessoal contra os Gestores em Geral,  mas  apenas   a  ideologia dos  formatados na escola do  Banco Mundial que  conscientemente  ou inconscientemente defendem os lobies dos grandes grupos financeiros ligados a saúde em franca  oposição  do Serviço Publico, que consideram um concorrente desleal. 
Novos Hospitais Pediatricos foram construidos  em todo o mundo
Nos Hospitais Pediatricos as especialidade
Transversais os profissionais e equipamentos são dedicados a pediatria. 
Os Hospitais Pediatricos mobilizam solidariedade Social. 
Seria injusto  e sectário  reporta-mo-nos exclusivamente aos novos gestores, ,   pois  muitos médicos  e profissionais de saúde deixam-se  igualmente seduzir pelo metal  e esquecem os princípios éticos,  transformam-se em intermediários  nestes projetos ligados as   multinacionais.
Como  exemplo recordo  o  desabafo  entristecido de um Cirurgião Pediátrico do HDE  que acompanhou  1º Plano Funcional do Hospital (então ainda do H.  todos os Santos)  e que se referia  o  Pediatra (!!!!?)  de origem Catalã  ,  coo-responsável pelo projeto,   como  absolutamente  insensível  ( cego)  a especificidade pediátrica.
Obviamente que consideramos imprescindíveis os  gestores / administradores  hospitalares preocupados com a excelência do  Serviço Publico e que se  articulem na  ação   com  o corpo clínico .( e felizmente ainda os temos ainda em Portugal , veja-se  o exemplo o Hospital São João no Porto)
Fique igualmente claro que não só não  nos opomos mas apoiamos a Medicina privada não dominada ao grupos financeiros e coexista com os Serviços Públicos numa relação de complementaridade, o que é cada vez mais raro.

A manipulação dos afetos
Qualquer  individual  ou colectivo,  vinculado  a  um  projecto de natureza social    procura  recrutar    o apoio e mobilização da sociedade / opinião publica , desenvolvendo   um articulado  argumentativo  eventualmente  coerente ,  alicerçado na lógica da  realidade  histórica ou  cientifica mas igualmente   em místicas culturais , religiosas, nacionalistas , raciais  enraizadas culturalmente.
Estas lógicas, adotadas muitas  vezes de forma inconsciente  são meras  ferramentas  e  que  não  devem ser avaliadas em abstrato.
Não é indiferente que se utilize um argumento religioso ou de étnico   para defender a nossa comunidade que esta a ser colonizada  ou o de  utiliza-lo como premissa de superioridade do invasor  para  impor-se e conquistar esta mesma comunidade. (Nota)
Desta maneira  , com maior ou menor grau de  sinceridade os protagonistas  em qualquer ação publica , inconscientemente ou não , utilizam ou “manipulam”  argumentos de ordem afetiva .
Os implementadores  da  atual reforma hospitalar de Lisboa Central  procuram  identificar -se  com a nossa epoca aurea quinhentista, assumindo-se como   continuadores da obra projetada por  de D. João II e concluída por D. Manuel ,  em  que  projectou-se e construiu-se o antigo os Hospital de Todos os Santos . Estes soberanos  foram os responsáveis pela   1ª grande Reforma Hospitalar que existiu  em Portugal e quiçá na Europa .  A então  nova  unidade hospitalar veio a centralizar toda a assistência hospitalar dispersa e fragmentada  pelo  Sul do Pais .
Aquela reforma e Hospital   refletem    o alto  grau de  civilização que  então tínhamos alcançado.
Os engenheiros e gestores , responsáveis pela atual reforma Hospitalar ,  ao   irmanarem  equipararem o H. de Chelas ao da epopeia  quinhentista,  de que   todos os portugueses  devem se  orgulhar , tem por objetivo  a legitimação  do seu projeto e a  mobilização  da  opinião publica. 
Recordamos que  antigo  Hospital  de Todos os Santos  com cerca  de 100 camas , cuja construção se iniciou em 1500  e que  serviu   durante  200 anos até ser  destruído  e consumido pelo terremoto de 1755  e o fogo que se lhe seguiu.
Como já  informamos em  outros artigos no Blogue   o efeito destrutivo do terremoto agravou-se devido  características geológicas  aluvionares  do solo da “Baixa de Lisboa”  propicio  a efeitos de “sitio” e liquefação, e  que por  estranha e coincidência são   idênticos ao da  Quinta da Boa Vista em Chelas  onde querem agora  construir  que viria a ser  o seu  homónimo  e " brilhante"   sucessor. 


Os doentes  daquele  do que antes  fora um  imponente e magnifico  Hospital ,     completamente destruído pelo fogo e terramoto, tiveram que acomodar-se na rua   até serem  transferidos para o vizinho   Convento de Santo Antão, localizado na  Colina de Santana,  implantado num solo com geologia   mais estável  de arenitos consolidados  e  que assim  sobrevivera com menos  danos ao terremoto. Esta Instituição Religiosa ,depois de adaptada  foi  batizada de Hospital de São José e  que   persiste em funções  até aos dias de hoje. 


Com  a evolução do conhecimento medico , nas capitais  mundo civilizado, com a extensão gradativa dos cuidados de saúde a maiores sectores da população, a partir dos meados do século XIX,   se  diferenciaram  novas  especialidades,  justificadas pelas características próprias  das sua patologias, numero de doentes, e grupo etário  e sexo e desta forma  justificando a existência de unidades hospitalares dedicadas .

São estas especialidades  : a Pediatria, Ginecologia Obstetrícia , Infecto Contagiosas ,  e a Doença Mental.

Estas  novas unidades ,  arquitetural e administrativamente autónomas, encontram-se mais ou menos integradas em   Centros Hospitalares.   Esta  arquitetura organizacional persiste  no mundo civilizado até aos dias de hoje.
Em Lisboa as unidades Hospitalares correspondentes foram o   Hospital D. Estefânia , maternidade Alfredo da Costa, Hospital Miguel Bombarda e o Curry Cabral.
Decorre deste facto que equiparar   a inovadora   centralização de unidades de saúde fragmentadas  que se alcançou com a criação  do antigo Hospital de Todos os Santos na época quinhentista  com  a diluição , desidentificação  e destruição  de um legado Hospitalar  centenário numa  única unidade  hospitalar  generalista, inicialmente projetada  com apenas 550 camas em substituição as 2200 existentes ( agora dizem que o novo Hospital terá cerca  de 853  camas)  não  é fundamentada nem historicamente nem cientificamente e corresponderá a uma mera  manipulação propagandista desvinculadas da verdade histórica. 
Para alem da equiparação abusiva e não fundamentada existem contudo   duas semelhanças  verdadeiras entre o atual projeto e o quinhentista e que são omitidas no discurso oficial:

1ª -  o facto de o antigo e projecto do actual  serem   implantados em áreas geológicas  de alto risco de destruição no  caso de sismos e que no actual  agrava-se devido    ao facto de Quinta da Bela Vista comportar o “maior risco de vertente”  da área  de Lisboa.!





2ª -  a outra semelhança,  grave tem haver com transferência dos nossos centros de decisão  para o estrangeiro que se  seguiu  a época  Manuelina  com a dominação espanhola . Sim poucas dezenas de anos depois de inagurado o H. Real de Todos os Santos eramos um protetorado de Espanha!
Atualmente, pelas mãos destes mesmos gestores,  que se  apresentam  enganosamente como  os representantes modernos  do período Manuelino , são na realidade a guarda avançada da  grande finança nacional e  internacional ligada a exploração lucrativa da  saúde  e os responsáveis pela destruição do nosso SNS que hoje em parte já  esta controlado por Multinacionais. 


Dono do 
Hospital da Luz e Fidelidade detido - Sapo
sol.sapo.pt/artigo/.../dono-do-hospital-da-luz-e-fidelidade-detido‎
11 dez. 2015 ... Dono do Hospital da Luz e Fidelidade detido ... O presidente da Fosun foi dado como incontactável…….



Venda dos HPP à Amil rende 86 milhões à CGD - Empresas - Jornal ...www.jornaldenegocios.pt/.../venda_dos_hpp_agrave_amil_rende_86_ milhotildees_agrave_cgd.html‎
A venda do negócio de saúde concentrado nos Hospitais Privados de Portugal ( HPP) aos brasileiros da Amil, formalmente anunciada esta ... como os hospitais dos Lusíadas (Lisboa) e de Albufeira, além do Hospital de Cascais, que é ... O grupo comprador, que entretanto foi adquirido pela norte-americana UnitedHealth
, ...

A eles respondemos : 



Lisboa ainda  é a Capital de Portugal e não à de um dos Municípios  da Iberia globalizada com sede administrativa em Barcelona. 

Lisboa  não prescinde do  seu Hospital Pediatrico !
Hospital Pediatrico de Madrid
No  Hospital Pediatrico de  Barcelona e  ao contrário do que em Lisboa
os circuitos entre os adultos e crianças são respeitados...... A RM é  de campo aberto  e adaptada a Pediatria
Em Lisboa a revelia do exigido nos processos de creditação  internacional os circuitos diferenciados entre  e crianças    e adultos   nas especialidades transversais , já  não são respeitados.....


Hospital Pediatrico de Barcelona
Hospital Pediatrico na India 


Hospital Pediatricode Cincinati EUA



Hospitais Pediatricos um direito das crianças em todo o mundo.....

Assina : Pedro Paulo M. A.Mendes - Médico Radiologista no Hospital D. Estefânia